2004-10-19

Nunca discuta com uma criança

1 - Uma menina estava a conversar com a sua professora. E a professora disse que era fisicamente impossível uma baleia engolir um ser humano porque, apesar de ser um mamífero muito grande, a sua garganta é muito pequena.
A menina afirmou, então, que Jonas foi engolido por uma baleia. Irritada, a professora repetiu que uma baleia não poderia engolir nenhum ser humano; era fisicamente impossível.
A menina, então disse:
- "Quando eu morrer e for para o céu, vou perguntar ao Jonas".
A professora perguntou-lhe:
- "E o que vai acontecer se o Jonas tiver ido ao inferno?"
E a menina respondeu:
- "Então é a senhora que lhe vai perguntar."

2 - Uma professora de creche observava as crianças da sua turma desenhando. Ocasionalmente, passeava pela sala para ver os trabalhos de cada criança. Quando chegou perto de uma menina que trabalhava intensamente, perguntou-lhe o que é que ela desenhava. A menina respondeu:
- "Estou desenhando Deus."
A professora parou e disse:
- "Mas ninguém sabe como é Deus.
Sem piscar e sem levantar os olhos de seu desenho, a menina respondeu:
- "Saberão dentro de um minuto".

3 - Uma honesta menina de sete anos admitiu calmamente a seus pais que Luís Miguel lhe havia dado um beijo depois da aula.
-"E como aconteceu isso?", perguntou a mãe assustada.
- "Não foi fácil", admitiu a pequena senhorita, "mas três meninas me ajudaram a segurá-lo".

4 - Um dia, uma menina estava sentada a observar a mãe a lavar os pratos na cozinha. De repente, percebeu que a mãe tinha vários cabelos brancos que sobressaíam entre a cabeleira escura. Olhou para a mãe e lhe perguntou:
- "Porque tens tantos cabelos brancos, mamã?"
A mãe respondeu:
- "Bom, cada vez que tu fazes algo de mau e me fazes chorar ou ficar triste, um dos meus cabelos fica branco.
A menina digeriu esta revelação por alguns instantes e logo disse:
- "Mãe, porque TODOS os cabelos da minha avó estão brancos?"

5 - Um menino de três anos foi com o pai ver uma ninhada de gatinhos que tinha acabado de nascer. De volta à casa, contou com excitação à mãe que havia gatinhos e gatinhas.
- "Como sabes isso?", perguntou a mãe.
- "O papá levantou-os e olhou por baixo", respondeu o menino. "Acho que era ali que estava a etiqueta".

6 - Todas as crianças tinham ficado na fotografia da turma e a professora estava a tentar persuadi-los a comprar uma cópia da foto do grupo.
- "Imaginem que bonito será quando vocês forem grandes e todos disserem "Ali está Catarina, é advogada", ou então "Este é o Miguel. Agora é médico".
Eis que se ouve uma vozinha vinda do fundo da sala:
- "E ali está a professora. Já morreu."



Sim, sinto saudades da infância e de um tempo em que me era possível acreditar em verdades absolutas; um tempo em que as convicções não se envergonhavam; um tempo em que certo e errado não tinham tons intermédios.

"Isto" que deixo acima chegou-me por mail e, por cada sorriso que abri, este dia triste, escuro e chuvoso, ficou menos pesado.

Há uma inocência plácida e imberbe que me foge; há uma vontade enorme de não a perder completamente...

4 comentários:

Hipatia disse...

E quando uma mulher chora, Mofo?

;)

(Sou exagero ambulante que não merece ser levado demasiado a sério. Beijo e obrigada)

Hipatia disse...

Obrigada, Caliope. Achei muito giras, mesmo :)

E obrigada pela visita.

Hipatia disse...

Uma mulher também chora de felicidade, Mofo. Às vezes as alegrias são tantas que quase sentimos que não há espaço para elas dentro do peito. E as lágrimas chegam para alivio...

Anónimo disse...

On : 10/20/2004 8:21:36 AM corpo visivel (www) said:


como dizia o herberto helder "a inocência é um estado clandestino na ditadura do mundo"...
1 beijo enorme

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On : 10/22/2004 5:42:46 PM Hipatia (www) said:


Gostei muito dessa a frase do Herberto Hélder. É que é mesmo isso. E eu revolto-me sempre contra todas as ditaduras

Beijo enorme também.