2025-06-25

Céu de Verão

O céu de verão é um bicho inquieto. Acorda cedo, já azul e espalhado, como se tivesse pressa de existir. Às vezes vem limpo, outras riscado por fiapos de nuvens que não sabem se ficam ou vão. O sol, senhor absoluto, escorre dourado nas esquinas, nas peles, nos silêncios abafados da tarde. Tem dias em que o céu inventa tempestades do nada, só para lembrar que manda. E quando escurece, não cessa — vira palco de estrelas que piscam sem ordem, sem vergonha. O céu de verão não pede licença. Ele chega, ocupa, enquanto nos esforcamos para caber dentro dele. Não é apenas um telhado azul, é um portal para a alma, um lembrete de que a magia ainda existe, se soubermos onde procurar.

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