Gosto de pensar que a Primavera se inaugura em poesia e deita as raízes à terra para se fazer árvore num esplendor verde de esperança renascida. E queria saber escrever versos e não sei, para assim dizer o quanto – apesar do frio, do cansaço, da apatia – Março marca para mim o início de mais um ciclo.
O meu ano começa sempre por entre as andorinhas que chegam, as chuvas coloridas por raios preguiçosos de sol a aquecer, pelo pólen que se espalha pelo ar e se concentra nos meus espirros, pelos dias que crescem do outro lado da janela onde prendo os dias...
Só me falta o verso certo, alegre, espevitado, pleno de significado. E nunca castrado, obviamente… Mas não sei fazer versos, mesmo quando me afogo em poesia.
O meu ano começa sempre por entre as andorinhas que chegam, as chuvas coloridas por raios preguiçosos de sol a aquecer, pelo pólen que se espalha pelo ar e se concentra nos meus espirros, pelos dias que crescem do outro lado da janela onde prendo os dias...
Só me falta o verso certo, alegre, espevitado, pleno de significado. E nunca castrado, obviamente… Mas não sei fazer versos, mesmo quando me afogo em poesia.
4 comentários:
Oh poetisa Hipatia,
é só mudares o grafismo:
"Só me falta o verso certo alegre espevitado pleno de significado
E nunca castrado
obviamente…
Mas não sei fazer versos
mesmo quando me afogo em poesia"
;)
"Serei tudo o que disserem"
Poetisa, não :D
(A pouca força que as minhas palavras conseguem ter na linha escorrida da prosa, desaparece se lhes estendo uma qualquer métrica)
A força de um verso é incomensurável, especialmente se focamos a voz do Ary dos Santos. Mas constou-me agora, que vim parar a este recanto, que há aí uma qualquer voz em fuga, que foge às métricas, às forças forçadas. . .Mas que tem força e poesia nas palavras.
E qualquer pessoa é poeta, nem que de instante a instante, se pelas palavras lhes surge uma Primavera.
Admiro profundamente a força escondida na capacidade de síntese de um simples verso. Talvez porque não sei ser sintética. E José Carlos Ary dos Santos era perito nessa arte.
E confesso que fiquei quase sem palavras com esse último parágrafo :))
Bem-vindo ao Voz em Fuga!
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