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Na minha terra chamam-se tricoteiras às vizinhas que, de varanda a varanda, vão tricotando as vidas alheias, devassando, aumentando, difamando. São normalmente carpideiras da pior espécie, alegando um mundo de boas intenções, de Deus na boca para tudo, menos para o que realmente importa. E têm, quase sempre, a capacidade infinita de verem apenas os defeitos dos outros, sem notarem o que lhes vai porta adentro.
Existe um mundo de explicações para justificar os actos de tais pessoas e nem sequer se pode negar que, em alguns casos, falam sobre factos. Só que nunca são os factos que contam em situações assim. E nunca, mesmo nunca, se ouvirá alguém a chamar jornalistas a tais comadres.
Existe um mundo de explicações para justificar os actos de tais pessoas e nem sequer se pode negar que, em alguns casos, falam sobre factos. Só que nunca são os factos que contam em situações assim. E nunca, mesmo nunca, se ouvirá alguém a chamar jornalistas a tais comadres.
5 comentários:
Mas olha que, às vezes, alguns, andam lá bem perto de merecerem esse epíteto.
Não sei se me irrita mais ver as figuras a que uns quantos se prestam, se o corporativismo patente na questão do "paga ou não paga a quota", ou da nota de redacção escarrapachada a acompanhar a pretensa investigação que afinal não investigou nada, ou tão-somente os interesses que pressinto. E custa-me ver assim instrumentalizada e diminuída uma profissão que um dia pensei seguir.
Não gostando do Primeiro Ministro nem de muitas das políticas do actual Governo, recordo por exemplo as insinuações à sua orientação sexual durante a campanha eleitoral, como se isso o fizesse mais ou menos competente. E na actual situação encontro semelhanças infelizmente.
Num País onde o grau académico parece ter tanta importância para compor o figurino (mesmo quando nem existe), afigura-se-me ridículo que agora se discuta se um Primeiro-Ministro é bom ou mau porque ou se intitulou ou deixou que o intitulassem engenheiro, nunca tendo exercido a profissão nem estando inscrito num desses dinossáurios que são as Ordens Profissionais. E parece-me demasiado grave que todos os jurássicos valores do que um dia se chamou "quarto poder" se esfumem assim pelo meio de favores, tachos, jobs ou vingançazinhas.
Estarem estes "factos" escarrapachados onde estavam deveria ser um óbvio sinal dos tempos. Mas não somos obrigados a gostar, não é?
Bem-vindo aos comentários da Voz em Fuga :)
Também não gosto de carpideiras nem de pintelhices. E atiraria a primeira pedra se o que agora se discute fosse a orientação sexual do político.
Só que neste caso, são outras duas coisas que me chocam:
- uma notícia que parece censurada para ser politicamente correcta (leia-se, não muito inconveniente para o governo);
- um primeiro-ministro que promove a ideia da credibilidade pela licenciatura e que tendo mentindo na sua biografia oficial na página do governo, não se demite, como se mentir não afectasse a sua credibilidade.
Choca-me também que o Sócrates que afirmou que os contratados todos os anos para dar aulas não são professores, se queira assumir como engenheiro de uma área que só praticou em sonhos.
Desculpa, Maria Árvore, mas não noto assim tanta diferença entre ser Licenciado em Engenharia ou Engenheiro. Bem sei que, provavelmente, a maioria dos Engenheiros inscritos na Ordem não concorda, mas eu não gosto desta coisa do poder exercer uma profissão para a qual se prestou provas durante não sei quantos anos de curso apenas com licença dos pares ou porque se exerceu durante dois meses. Se o curso não presta, então que competência demonstrada sirva de crivo para bons e maus profissionais. Claro que num País de cunhas, tal é difícil, mas se querem dizer que José Sócrates tirou o curso à base de cunhas, que o provem. Não basta insinuar. Ou, em jornalismo, não costumava bastar insinuar. Depois, a competência não se mede pelas quotas pagas em nenhuma área. E quantos se intitulam advogados sem terem prestado provas? E quantos arquitectos? E quantos “doutores” conheces com cursos por terminar? Não acho que se possa questionar a credibilidade de ninguém com base num título académico ou profissional, nem sequer avaliar da credibilidade de alguém com base em tal premissa. Não gosto deste PM. Não gosto deste Governo. Há muito por onde atacar as políticas seguidas e as suas consequências. E a minha inclinação política é demasiado à esquerda deste arremedo de socialismo, como sabes. Mas acho que uma primeira página de um jornal com a dimensão do Público deveria ser para bem mais do que coscuvilhices ou medir da integridade de uma pessoa pelo canudo que carrega, ou pelo folhetim que espetou no C.V. E não achei mesmo nada que houvesse qualquer tipo de pudor para com o poder: o destaque de primeira página, com nota de redacção incluída, parece-me evidente nos seus intuitos.
Mais Vozes
quando se quer deitar abaixo (não confundir com deitar por baixo) uma pessoa, todos os meios justificam os fins e a mínima coisinha toma dimensões de tempestade em copo d'água!
mas se há coisa que eu aprecio é a criatividade
fábula | Homepage | 03.23.07 - 11:57 am | #
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Sabes, eu costumava gostar de ler 'O Público'...
Hipatia | Homepage | 03.23.07 - 2:43 pm | #
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não és a 1a a dizê-lo, parece que não foi só de imagem que o Público mudou....
qdo digo que aprecio a criatividade, estou a ser irónica, acho graça ao facto de alguém se ter dado ao trabalho de ir investigar um assunto destes... acho que o Público está a perder a objectividade!
fábula | Homepage | 03.23.07 - 7:33 pm | #
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Não, Fábula, pelo contrário: parecem-me cada vez mais objectivos os interesses editoriais do ex-jornal, agora a caminho de pasquim
Hipatia | Homepage | 03.23.07 - 9:32 pm | #
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