2007-05-14

mecum omnes plangite! (*)



Dua Khalil Aswad tinha 17 anos.


(*) Chorai todos comigo!

23 comentários:

Erecteu disse...

É dura a realidade que, infelizmente e por vezes, não nos engana neste mundo empedernido.

Hipatia disse...

A morte, especialmente uma morte assim ignóbil e brutal, merecia algum recato, além de alguma forma de retribuição. E merecia respeito. Ao porem as imagens no YouTube, nem isso lhe deram.

Erecteu disse...

Sei que lá andam, li na sic online.
Não tenho estômago para ir espreitar essas coisas.
O que pude fazer foi "repostar"
Bjs

desculpeqqc disse...

Não sei o que pensar.
Esperemos que as imagens que foram divulgadas possam contribuir para a 'longa' caminhada de evitar que outras sejam assim brutalmente assassinadas

Hipatia disse...

Também só li, Erecteu. Recuso-me a ver tamanha degradação. E já te li também. Obrigada! E desculpa a resposta raivosa que deixei lá no teu.

Hipatia disse...

Duvido, lfm. Até parece que consigo imaginar uma multidão de cabrõezinhos que dizem que são muçulmanos a bater palmas e a dizer que assim é que deve ser.

Fábula disse...

eu nem sequer vou espreitar, não consigo ver coisas dessas... :(

(adoro esta música)

Hipatia disse...

O título de post é o último verso de O Fortuna, como deves saber. E pareceu-me absurdamente apropriado. Triste sina!

(não precisamos ver; só saber que existem já é um nojo bastante)

Miguel Horta disse...

Estou cego. Não vou ver nada.

Filipa Paramés disse...

milhares de anos depois.. continuamos iguais.
A única diferença é que agora até refinamos e aproveitamos a tecnologia para ir ainda mais além na bestialidade.

Oh raio de gente!

Hipatia disse...

Era tão bom não termos de ver, Gaivina. Nem ouvir. E o pior é que na grande maioria dos dias até conseguimos ser cegos, surdos e mudos. Mas Dua Khalil Aswad continua morta à pedrada; muitas mais Dua Khalil Aswad serão mortas à pedrada.

Hipatia disse...

Acho que ainda vai mais além da bestialidade, Filipa. As bestas, as verdadeiras, não se agridem por motivos ideológicos, nem por fanatismo. Talvez seja por isso tão monstruoso: passa muito além da animalidade.

Maria Arvore disse...

O que me custa é que este caso revela que a mentalidade dominante - qualquer que seja a religião ou país de base - é da aceitação da violência, a começar pelas suas imagens.

Quase como na Laranja Mecânica, mas ao contrário, em que à força de tanta imagem violenta, se torna a violência inócua.

Hipatia disse...

Transformar um crime em diversão é a subversão total. E, sim, chegará um momento em que até a violência é inócua, em que até a morte já não merece qualquer respeito e o crime, por mais aberrante, é só mais um "snuff film".

vague disse...

Não sei se estás a falar da rapariga apedrejada até à morte (?), deduzo q sim, mas não entrei no youtube,
1º pq não consigo aceder,
2º mesmo q conseguisse, dispenso essa morbidez.

E é nestes casos q eu digo q sendo contra a pena de morte, quem os matava todos era eu! Esses e os pedófilops, q de humanos nada tem.


E é nestes casos q deve haver - defendo sempre q possível seja exercer esse direito'concedido',

a ingerência nos assuntos de outros países.
Não há religiões nem tradições q tenham o direito de suplantar e violar a Pessoa Humana.

vague disse...

acho q vou pôr este meu comment a render lá nos tasco :p

Hipatia disse...

Sim, era dela que falava. Não da morte propriamente dita, por mais abjecta que tenha sido. Antes desta ofensa final de lhe televisionarem os últimos instantes no YouTube. Diariamente são mortas mulheres em vários Países, alguns deles nem sequer maioritariamente muçulmanos, como a Índia. Morrem por questões que se prendem com conceitos arcaicos de honra, porque não tiveram filhos, porque são consideradas objectos, para lhes ficarem com o dote, porque ousaram um qualquer indício de revolta. Milhares de mortes silenciosas, que todos sabem que existem e ninguém faz nada para evitar. Há muitos outros interesses que vêm à frente dos interesses dessas pobres desgraçadas. Mas nunca antes tinha pensado que pudessem atrever-se a transformar o crime em diversão, pô-lo on-line e deixá-lo lá para quem o quiser ver. Eu não quis ver. Mas só saber que existem essas imagens… é um nojo que me perpassa, é uma afronta, uma revolta. E uma grande pena por aquela menina. Por todas as meninas de que põem e dispõem como convém e nem na hora da morte tem direito a que lhes resguardem o mínimo de dignidade.

vague disse...

Falei no YouTube mas estava desatenta qb para nem ter referido o facto de a derradeira humilhação ter sido a filmagem da sua morte. Atroz. Isto não é gente, são piores q animais e estamos a ofender os animais...

Hipatia disse...

Dua Khalil Aswad morreu no início de Abril. Quando há tantas mortes semelhantes - que as há, apesar de nem querermos saber - já quase não importa. Na maior parte dos casos nem sequer é divulgado, porque as mortes são feitas pela família dentro da própria família. Mas desta vez elevaram o crime a espectáculo grotesco.

Hipatia disse...

(e o "meme", Vague?)

Miguel Horta disse...

Nestes momentos, lembro-me sempre de "Bapu", o Mahatma Gandhi, como ele lutou contra esta tradicional forma de opressão violenta da mulher...

Hipatia disse...

E não resolveu nada, não é? A Índia é um dos países onde mais mulheres são mortas pelas famílias todos os anos.

Anónimo disse...

Mais Vozes

que horror! é evidente que me recuso a ver.mas eu não sou jornalista.
cândida | 05.16.07 - 7:57 pm | #

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Isso dos jornalistas tem muito que se lhe diga. É que agora qualquer cavalgadura diz que escreve notícias. A nossa sorte é que muitos ficam perdidos em qualquer pasquim de província; o nosso azar é que às vezes também lhes arranjam lugar nas televisões.
Hipatia | Homepage | 05.16.07 - 11:07 pm | #