2018-12-24

Boas Festas!

Querido Pai Natal,

Já sei que este ano estou atrasada. Podia dizer qualquer coisa tipo "é a crise, estúpido", mas como já fazes greve todos os anos aos meus pedidos, tenho medo que desta vez te chateies a sério e nem um par de peúgas encontre no sapatinho.
Eu continuo a ser – juro! – uma menina bem comportada. Eu como a sopa, eu não minto (muito), eu porto-me bem e respeito os mais velhos, eu só insulto taxistas e outros cromos de toda a espécie atrás do volante, mais os árbitros e os futebolistas, bem como, ocasionalmente, os jornalistas e outros imbecis que têm um artigo de opinião nos jornais, além de políticos com e sem poleiro. Mas tenho a certeza que se vivesses cá também insultavas!

(insultei bastante o Bruno de Carvalho, mas esse não conta, pois não?)

O ano passado não quis complicar. Viste como fui linda, Pai Natal? E pedi paciência. Só paciência! Onde foi que a meteste que não chegou à minha chaminé? Ainda está no cu de Ju… (quer dizer) no nariz do Rudolf?

Este ano, Pai Natal, nem brinques! A crise vai preta! Negríssima! Por isso, Pai Natal, fica lá com os gajos e a paciência e traz-me só uma coisinha: o poder de compra que tinha há 15 anos atrás. E já agora, saúdinha, nas essa vou antes pedir ao Menino Jesus. Vale?

Beijinhos, Pai Natal

2018-12-20

Nevoeiro e outros fumos

Portugal vai transformando-se numa espécie de nevoeiro, com discursos e pantominas à mistura. Digamos que uma cortina de fumo, com um País pardacento reduzido à letargia de, daquele lado, já não esperar nada de decente e, por isso, demitindo-se gradualmente até se deixar levar pelo panfletário sem nem investigar de onde vem a mobilização do coletinho. Para a mediocridade que vai, será que vale oferecer pior ainda?