2008-09-30

(...)



But if you're gonna dine with the cannibals
Sooner or later, darling, you're gonna get eaten

É música, é

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«Depois do sucesso "Arranja-me um emprego"*, a tocar há largos anos neste país, agora o hit que promete não deixar ninguém sentado: "Orienta aí uma casinha". A sacudir os esqueletos em Lisboa desde quando, é o que falta apurar.»

I.


E, aqui no Porto, Rui Rio perdeu por agora a negociata "Bolhão". Mas não quer dizer que não arranje outra cantiga rapidamente.

2008-09-29

No escurinho do cinema


Acho que não era bem isto que querias que eu contasse sobre as minhas aventuras no escurinho do cinema. Mas, de certo modo, estes motes servem também para enfrentarmos as nossas vergonhas íntimas. E esta, minha amiga, tem dimensões perversas, tendo-me inclusive feito questionar qualquer sentimento que me prendia ao gajo sentado mesmo ali à minha beira.

É que nem bem tinham passado cinco minutinhos de filme, a cabeça resvalou-lhe para trás – e lembras-te como eram antigamente as cadeiras dos cinemas? – e a boca abriu-se. A partir dai, por entre as cenas do filme, mais do que a banda sonora, começou a ouvir-se um monumental e altivo ronco.

No escurinho do cinema, fingi que estava sozinha e à saída tentei tornar-me invisível.

É que do escurinho do cinema não sobram só histórias lindas :)

Crappy day



... segundas-feiras.





(até logo!)

2008-09-28

E já bebi vinho doce!


aqui

No Algarve chove torrencialmente. Levanto-me e vou confirmar à janela: é! ainda vejo o sol. O clima está doido ou somos nós, aqui no Norte, que estamos mal habituados?

Será isto?

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(leiam nas não vomitem)

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«Não, com panelairagem indecente tipo sócrates, não quero nada. Esteja, portanto, descansando. E, da minha parte não necessita de acirrar o seu ciúme – eu só de ver algumas paneleirices, já vomito!... Fico off!Portanto. Se ficou com ciúmes, esteja descansado!

Ouviu o sr. o dito guru satâncio a desmentir tal facto? Quando!?

Pois se você nem sabe o que é a coerência e a civilização, como pode perceber o que é a coerência sociológica e civilizacional? Teorias? A civilização e a civilidade, não são teóricas, são práticas. Práticas e indispensáveis: ou se conhecem ou não – cada vez menos, infelizmente, vemos que não: dos gangs, aos assaltos; dos burlões às “paradas” da paneleiragem… cada vez vemos menos civilização na prática social!Se o sr. é um simples leitor de retrete publica… que quer que lhe faça!?

Pois, se um paneleiro vive de comportamentos anormais, mas eu não me relaciono em tais meios, como quer que lhe mostre, a não ser pelas figures indecentes que fazem na rua.Desde quando é aceitável que um individuo venha para a rua, fazer da sua privacidade um espectáculos indecente? Como explica que, algumas entidades ligadas á educação tenham informado alguns estabelecimentos de ensino de que o conteúdo dum site de paneleirice (ilga, salvo erro), “não contém material com relevante valor pedagógico”, mas sim um conteúdo não recomendável a crianças, pelo que se “desaconselha” a sua consulta em trabalhos de âmbito pedagógico, no ramo da sexualidade!? Como explica isto!? Nem um professor me soube explicar!!!!

Paradas e badalhoquice? … Sim , uma parada é um espectáculo indecente de frustrados que não são capazes de se conter… logo perigosos!!! Não são práticas de paneleirice indecente todos os actos pedófilos que estão em julgamento?

A liberdade exige responsabilidade. Onde está ela?O que é isso de opção sexual? Nem duvide que é a natureza que está em cheque! Alias, são sempre os comportamentos irracionais de alguns homens que colocam a natureza em cheque. Como vê, a natureza é anti paneleirice… leve-a a tribuna! Insulte-a! Meta-a na cadeia! Na verdade, a antropologia, só trata do Homem civilizado e não do bicho-homem. Ora, na antropologia, não cabe a paneleirice. Resta o bicho–homem: na biologia, na zoologia! Na biologia, não, porque os indivíduos têm funções próprias consoante a sua espécie, grupo e ordem…

Resta a zoologia!!!

Ou seja, regredir por via da anormalidade(segundo uns é de origem genética, segundo outros é consequência da prática social) comportamental (já que não quer sociológica e civilizacional), à floresta original! Mas, se tem dificuldades em compreender as razões da anormalidade na junção de dois machos, tente calçar dois sapatos do pé direito… depois, perceberá! Não confunda liberdade com libertinagem, porque esta última pode ser criminosa, ou pelo menos um atalho para a estupidez!

No entando, nada tenho contra os comportamentos particulares exercidos em privado. Cada qual é livre de gerir os seus comportamentos, desde que o faça em privado e não venha tentar cuspir odio sobre a estrutura sociocultural de uma sociedade!»

comentário neste post



Cada vez que vejo este grau de discurso obtuso e fechado nas tais verdades que todos dizem conhecer mas ninguém parece ser capaz de demonstrar, tenho tendência a achar que é gente com questões relacionadas com a própria sexualidade mal resolvidas. Só assim consigo entender o grau de fobia; só assim se torna compreensível o medo do diferente que tresanda.

Este senhor afirma com todas as teclas que José Sócrates é gay. Não tem qualquer prova, mas também acha que não precisa. Ouviu dizer e como não gosta de Sócrates nem de gays, obviamente que Sócrates é gay. Também não tem qualquer teoria que sustente que a homossexualidade é contra-natura. E não parece precisar, já que acha que tem o monopólio das verdades sociológicas e civilizacionais. E também não consegue sequer perceber que possa haver um heterossexual – e mulher – que defende algo diferente. Dai que a Hipátia deste blogue tenha sido transformada em homem no seu discurso. Suponho que também pense que sou gay. Confunde opção sexual com anormalidade, toda a comunidade gay vira pedófila e, para culminar, obviamente que são todos, cientificamente, badalhocos e indecentes. É que este senhor sabe – não precisa fundamentar, porque sabe de verdade sabidinha –, que todos os gays são assim. E ponto final, que nem precisa confirmar qualquer das bojardas em que acredita. Contra este grau de certeza, como argumentar? Nunca vai entender. Nem quer. E depois diz que defende a liberdade mas, obviamente, se a liberdade do outro é diferente da sua, então já só é libertinagem. Como se não fosse previsível em qualquer discurso fóbico e preconceituoso que o outro, o diferente, fique sempre aquém do mesmo quinhão de direitos.

É isto que teme o PS? É esta gentalha cheia de verdades não comprovadas e medos previsíveis que impede que questões de igualdade e liberdade sejam debatidas e consagradas na letra da lei? É por isso que, mais uma vez, a legislação que acabe com a discriminação sexual de gays no acesso ao contrato civil que legitima e legisla a vida em comum, com todos os seus direitos e deveres inerentes, é corrida para debaixo do tapete das prioridades?

Que o PS não queira ficar refém das manobras políticas do BE e dos Verdes até entendo. Que o Governo imponha o voto à bancada socialista na AR já não. E muito menos que não se faça o debate alargado sobre este assunto, para que as tais verdades dogmáticas de uns não se imponham sem respeito a todos os outros.

2008-09-27

RIP




Get yourself a Sweet Madonna,
Dressed in rhinestones sitting on a
Pedestal of abalone shell,
Goin' ninety, I ain’t scary
'Cause I've got my Virgin Mary,
Assuring me that I won't go to Hell.

"Plastic Jesus", in "Cool Hand Luke" st

2008-09-26

(Des)encanto



É certo que as ambições que qualquer português possa eventualmente ter sobre este pobre cantinho nunca o remetem para uma desilusão tão grande quando se enfrenta com a realidade que o rodeia. Questões de hábitos e de feitios. Mas lá que mói… E há dias em que podia dizer exactamente isto sobre Portugal. Só que nunca seria capaz de o dizer tão bem. Ou pelo menos sem demonstrar um qualquer enfado de quem já estava à espera, carcomendo a fado a desilusão.



Por vários motivos, hoje apeteceu-me repostar isto. O estado do Mundo e o tratar os cerca de 10% de homossexuais (*) da população portuguesa como cidadãos de segunda das prioridades eleitorais não serão os menores de entre esses tais motivos, obviamente.
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(*)não sei se esta percentagem confere, já que a ouvi na TV e na TV há muito que não se pode confiar

2008-09-25

Visto no JPT

MyHeritage: Árvore genealógica - Genealogia - Celebridade - Collage - Morph



E lá ia eu meter a colherado nos posts do casamento homossexual quando fui desviada do bom caminho...



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(obviamente que escolhi a fotografia que mais mente em relação ao meu aspecto, que naquela idade todos somos bonitos)

2008-09-24

hmm...



(acho que esta agora fica aqui bem)

Slow



Ao ler isto lembrei-me que as discotecas costumavam abrir ao som de Should I Stay Or Should I Go mas que, pouco depois, começava uma verdadeira maratona de slows. Era nessa altura que se via quem eram as miúdas concorridas, cheias de pretendentes; e viam-se também todas as outras, à espera que alguém se lembrasse delas. Eu, que por essa altura tinha uma auto-estima de cão, fazia de conta que não me importava, dizia que não sabia dançar, aproveitava para ver como faziam os outros e nem dava conta de mais nada. Quando pensamos que não valemos muito, nem supomos que nos olhem com mais do que comiseração, não é?

Hoje, passados muitos anos e após estranhas conversas (ou nem por isso) com os homens de agora, rapazolas então, sei que muitos tinham receio de se abeirar de mim, da mesma forma que eu tinha medo de me chegar a eles. Estava a ser penoso aquele início da adolescência: os velhos tempos da maria-rapaz com lugar cativo nos jogos de futebol e palmadas nas costas tinham passado ao mesmo tempo que as mamas cresciam. E eu já não sabia onde era o meu lugar.

Aliás, eu nem sabia direito o que fazer comigo, quanto mais compreender aqueles outros que há bem pouco tempo eram os meus melhores amigos e que agora escapavam a qualquer tentativa de entendimento. E também não pertencia ao grupo das miúdas muito pretendidas ou ao grupo das meninas boazinhas, lindinhas, bem arranjadinhas, que gostavam muito do Simon Le Bon e tinham imensos auto-colantes dos Duran Duran em tudo quanto era sítio e imensos folhos e dourados em todas as peças de roupa. Eu tinha crescido com rapazes, não tinha uma única saia, sabia falar de futebol, gostava antes dos The Clash ou dos The Mission e não tinha auto-colantes de ninguém. Não sabia ser feminina; não sabia dançar aquelas coisas; sabia menos ainda quando descortinar nos olhares que me deitavam do outro lado da sala escura mais do que indiferença ou, pior ainda, repulsa.

Mas houve um dia em que foi diferente. Não sei quantos anos tinha, que esses anos aparecem-me hoje bastante embrulhados na memória, excepto por uns quantos momentos excepcionais que não há forma de se deixarem embrulhar. E, nesse dia diferente, o Rui dos olhos azuis-fosfato (nunca mais vi uns olhos assim!) veio lá do outro lado, como se não houvesse lado algum, e levou-me pela mão para o meio da sala. Tocava o Save a Prayer dos tais dos Duran Duran que eu me recusava a gostar. E foi com essa prece que dancei um slow que não esqueço e, depois, num dos cantos mais obscuros, aprendi que também eu tinha artes de mulher, enquanto a língua do Rui desbravava os caminhos do meu primeiro beijo sem que houvesse um jogo do poço à mistura.

Talvez também tivesse para ai uns treze anos, mas acho que deviam ser mais. Não muitos, mas treze parece-me demasiado cedo. E talvez também houvesse outras músicas e, quase de certeza, terei dançado de outras vezes. Às tantas, talvez tenha até dançado antes de haver Rui. Mas, depois daquele dia, eu estava diferente e tinha para guardar um dos tais momentos excepcionais que a memória, por mais que embrulhe e esfume tudo, se recusa a fazer desaparecer.

2008-09-22

Max Payne


aqui

Não sou fã de jogos de vídeo. Nunca fui. Mas depois há assim umas coisas que me atraíram por motivos oblíquos. No caso de Max Payne, foi a música. Não sei se vou gostar do filme. Mas, se mantiverem uma banda sonora obsessiva e fantasmagórica, até sou capaz de dar um desconto ao Marky Mark.


Mamma mia!


aqui

Se os meus "fantasmas do Natal passado" fossem assim, acho que nunca mais comprava um pinheirinho…

2008-09-19

O TAS não tem secretaria?

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«No acórdão da sentença que determinou a participação do FC Porto na edição da Liga dos Campeões que hoje se inicia, o Tribunal Arbitral do Desporto destroça a UEFA e põe em cheque tanto a Comissão Disciplinar da Liga como o Conselho de Justiça da FPF. O documento, que demorou todo este tempo a redigir - a decisão foi anunciada a 15 de Julho - chegou ontem aos clubes envolvidos, mas só trouxe motivos para ser bem recebido pelos dragões. No mínimo, a norma que o excluía da Champions vai a enterrar. »

in O Jogo



Não sou mulher de torcer contra um clube português quando joga no estrangeiro, não importa se nem gosto desse clube quando joga por cá, nem dos seus dirigentes, muito menos dos seus adeptos ou dos jornais que manipulam. E, desta vez, também não torci contra nenhum dos nossos clubes. Mas, ao contrário do costume, não fiquei triste com a derrota nem do Benfica nem do Guimarães.

Depois do jogo do FC Porto na Liga dos Campeões (especialmente do seu resultado final) e dos jogos dos dois clubes que resolveram ir para a UEFA fazer queixinhas a ver se ganhavam na secretaria o que tinham perdido dentro do campo, pergunto-me para que queríamos aqueles dois na Liga dos Campeões. Só se fosse para perderem ainda por mais golos.

E, não, não sou adepta do FC Porto, nem gosto do Pinto da Costa. Mas vejo jogos e, convenhamos, o FC Porto tem resultados. Há anos que tem resultados. E, em muitos – quase todos – desses resultados, ninguém poderá apontar um único "caso". Obviamente que há "casos" no futebol português, como há "casos" em quase todo o sítio cá no portugalinho. Mas depois há quem tenha mais do que "casos" e há os outros, que são só casos para esquecer.

Can I play?



Eu voto nessa ideia do teu mate.

2008-09-18

Paneleiros!

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«A direcção do Grupo Parlamentar do PS prepara-se para propor amanhã (quinta-feira) aos seus deputados que votem contra os projectos a apresentar pelo Bloco de Esquerda e Os Verdes de alteração ao Código Civil, com vista a permitir a celebração de casamentos homossexuais.»

in, Correio da Manhã


A homofobia não é mais do que medo. E este recuo do PS na legislação – mais do que necessária – sobre os casamentos dos homossexuais só me faz pensar que, mais uma vez, o PS prova que perdeu algures os tomates. E não gosto de me saber gerida enquanto cidadã eleitora por um Governalho capado!

Eu não chego a entender porque precisa alguém, em plena lucidez, de contratar a sua relação íntima. Mas isso sou eu que não estou proibida de o fazer. Agora, não é por eu ver no casamento nada de sagrado e muito menos absolutamente necessário que vou alguma vez aceitar que, quando se trata da realização de contratos entre pessoas, entre cidadãos maiores e vacinados, quase sempre com direito a voto, o sexo seja utilizado como factor discriminatório.

E, se nada vejo de mal na homossexualidade, aproprio-me dos insultos e do chavão. Mas estes vão direitinhos para aqueles que, de cu sentado na AR ou em qualquer outra forma de representatividade dos cidadãos, preferem capar-se em lugar de defender a igualdade de direitos e deveres.

Deixem o dogma para as igrejas! Que eu saiba, um contrato civil não deveria estar sujeito a esses absurdos jurássicos. E nem venham com a treta da família nem com a necessidade de fazer portuguesinhos! De cada vez que olho, uma coisa tenho certeza: se um dia tiver um filho, que seja antes homossexual do que político. Assim ainda posso confiar que a minha prole, quando se provar necessário, saberá demonstrar que os tem e no sítio!

Hum...


aqui

Que tipo de vitória na secretaria tentarão desencantar certos clubes cá da parvónia se o FC Porto continuar a dar 3-1 de cada vez (três para o Porto, um para o outro lado; não confundir com outros resultados) sempre que for jogar lá para os lados das europas? Não me digam que ainda arranjam maneira de irem lá (involuntariamente, claro!) fazer umas visitas aos balneários dos árbitros...

2008-09-16

À espera da chuva




Este blogue está em decadência! Não tenho tido tempo para ele e nem sei se, nos próximos tempos, essa situação vai melhorar. Tenho pensado até em fechar as caixas de comentários: pois se eu não comento ninguém, este monólogo em que transformei a Voz não merece o vosso cuidado de por cá deixarem um comentário. Só não o fiz ainda porque sempre achei que um blogue precisa de caixa de comentários e que essa é a única forma de o distinguir em alguma medida de outras formas de diário.

Depois, estranhamente, quanto mais calada fico, quanto mais quedo e silencioso fica o blogue, mais visitas parecem aqui arribar: um blogue sem posts e uma blogger que não exerce, têm uma média de 130 visitas diárias. Coisa estranha! Será por (ver imagem), lá por terras de Vera Cruz, a Voz ser tão popular? Outra coisa estranha!

E, daí, talvez não seja assim tão estranho: eu publiquei uma entrada com
o título "the best sex scene ever made" e, depois disso, o sitemeter permanece num eterno estado de excitação. Ao fim de quatro anos (aproveito para agradecer à Maria Árvore não se ter esquecido do aniversário da Voz) já devia saber que o sexo, por este como em todos os lados, rende sempre.

O pior é que eu não tenho tempo ultimamente e, convenhamos, nem sei se me apetece reservar a Voz para rapidinhas ou, pior ainda se a tendência de ausências se mantiver, para uma pouco saudável masturbação entre mim e o meu umbigo com letras. A ver se com as chuvas de Outono mudo isto…

O melhor do Mundo...

aqui


... e dos arredores também!


Votar aqui!

2008-09-12

MFL


(recebida por mail)


Depois do sortido variado e da escandaleira e dos abusos e dos egos e dos dislates diários, chega a ser um alívio o actual silêncio que vem dos lados do partido gémeo do partido que nos (des)governa.

Na verdade suspeito que, caso a actual presidente do PSD abrisse a boca, seria para dizer e defender algo muito semelhante ao que tem sido feito e dito pelo executivo Socialista, quer para o bem – que alguma coisa se tem aproveitado, sejamos justos –, quer para o mal, já que entre os dois partidos e as suas esferas de influência e tentáculos e jobs e interesses e negociatas pouco os distingue.

E uma coisa é certa: nestas circunstâncias, mais do que nunca, a estratégia do silêncio de ouro e da palavra de prata parece até ir dando frutos. Assim como assim, pode manter-se com estatuto de alternativa para, depois – e caso consiga por um qualquer lampejo que não descortino ganhar as eleições –, fazer mais do mesmo, senão pior, do que tem feito Sócrates.

Mas esta estratégia precisa ser rapidamente melhorada: e que tal se MFL se lembrasse de, abruptamente, meter uma rolha a quem a rodeia e aconselha?

2008-09-11

Promessas


aqui

Às rosas e outras coisas especialmente cheias de promessas... (*)


Há dias em que mesmo promessas não cumpridas nos deixam um sorriso nos lábios. Porque sabemos que, em breve, a desforra trará consigo um doce sabor de mel, ou outras coisas plenas de meiguices...


__________
(*) Rainer Maria Rilke - Primeira Elegia


2008-09-09

Como?


aqui

Fannie Mae e o Freddie Mac parecem nomes de eleitores republicanos e, afinal, são tão-somente as instituições de crédito que os ultra-liberais fanáticos resolveram agora nacionalizar.

C’um caraças! Esta treta está a ficar quase tão de pernas para o ar como as leituras do burgesso do Bush!

2008-09-08

Ursos


aqui

De há vários anos para cá, a minha opinião sobre os americanos desviou-se dos poucos que conheço – brilhantes, quase todos – para uma amálgama de gente de uma “América profunda”, cheia de teias de aranha no sótão, mania que são importantes e imprescindíveis e a raiarem o analfabetismo funcional, quando não o analfabetismo total.

Temo que essa minha análise esteja profundamente contaminada pelo nojo que me provocam os dois mandatos republicanos de George Bush – homem de capacidades intelectuais naturais minguadas e depois ainda carcomidas a wiskey e coca – e dos seus apaniguados dos lobbies do petróleo, das armas e do fundamentalismo evangélico.

Mas também por uma prosápia corrente de que são os melhores do Mundo quando não conhecem nada além do próprio umbigo e nada me parece mais certo que o maior idiota é o que abusa da falácia e do sofisma para se julgar maior e melhor.

E é por tudo isso que temo que, passando Novembro, fiquemos sujeitos a mais do mesmo, sendo que as probabilidades do velhadas de 70 anos cair para o lado terão que fazer qualquer um temer por um Mundo onde uma cadela raivosa – mas de batom – acha que Deus (e uma arma grande o suficiente para matar ursos polares) são o suficiente para que os EUA se posicionem no espaço global. E mais perigoso do que ver os EUA transformados em anedota, é vê-los convertidos na principal ameaça da Política Internacional.

2008-09-04

Fedelhos





Durante uma semana, optei por igualar os meus horários aos dos alemães e austríacos que partilhavam comigo os diferentes restaurantes. Da única vez que fiz o horário típico de um português em férias, ia-me dando uma coisinha má: se podia estar a partilhar um restaurante com 200 fedelhos teutónicos sem nunca dar por eles, mal me aventurei num grupo com 3 "piquenos" dos nossos, a gritaria, a má-educação e os ataques de rabugice audíveis a dez quilómetros fizeram-me logo convencer nas vantagens de me levantar e tomar o pequeno-almoço com as galinhas.

E já nem sequer tentei jantar em horário diferente do dos loirinhos simpáticos, sorridentes e, sobretudo, auto-suficientes. Tem-me bastado ver por cá crianças birrentas a espernear. Não era em férias que as queria aturar também, especialmente uma alienada de quatro anos que foi toda a viagem de avião de ida a passar-me por cima com a complacência da mãezinha e um pai ainda mais distraído e que sempre que me aparecia à frente estava aos berros de goela bem aberta, com gritos piores do que um porco durante a matança.

Não tenho grande hábito em dizer mal do povinho português, nem em armar-me aos cucos sobre as vantagens de se ser expatriado. Gosto do meu País e escolhi ficar a viver cá, de todas as vezes que a vida me ofereceu hipóteses de partir para longe. Mas as crianças portuguesas, extra-mimadas e malcriadas, começam a bulir-me com os nervos. E, quando as comparamos com outras, então ainda fica pior.

Note-se, no entanto, que nesta pequena ausência não tive de gramar nem com fedelhos italianos, nem com fedelhos espanhóis e, desta forma, os portuguesinhos saíram penalizados. Mas, porra!, de que forma se notava a diferença nas educações!

2008-09-03

A pôr leituras em dia

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«Se não me engano, aquilo a que o fabricante chama de compartimento secreto na versão masculina é, na versão feminina, um compartimento para comprimidos. De repente, e através duma simples análise a uns canivetes, percebi uma diferença fundamental entre os géneros: eles têm mais segredos, elas têm mais enxaquecas...»

Bagaço Amarelo



«Ela passa a bola e ele domina o terreno de jogo. Vamos embora. Vai que não é para ganhar na secretaria. Só falta marcar. A bola começa a subir. Encosta à zona de penalty. Pontapé vai ser levantado e sai uma paradinha. Aguentar a pedalada. Vai lá uma trivela ou um efeitozinho para suar a camisola. Coração da área...e é golo, golo, golo, golo, golooooooooooooooo.»

Maria Árvore



«A ausência escassez de medalhas olímpicas deve-se à conjuntura internacional. A culpa é dos outros países que ocupam sempre os três primeiros lugares.A culpa nunca é nossa!»

Cap



«esquecendo o timbre diferente da voz, o melhor dos Pink Floyd (singles e álbuns iniciais) estava ali condensado a preceito, pronto para embalar memórias remotas e decepcioná-las logo após com o balde gelado da confirmação da paternidade.»

José Quintas



«Dos 40 ou 50 minutos que vi.....pá, gostei da cena do gajo com cornos a apertar o pescoço ao árbitro....... pronto, tamém não vamos dramatizar....ninguém me tira da cabeça que aquilo não foi um crime passional e um homem não é de ferro....só não entendo porque é que o SLB foi pedir desculpas ao "outro". Já nem a honra de um benfiquista se defende pa...»

Cristina



«Foi nos blogs que soube da morte do Joaquim. Para aqueles que, como eu, eram viciados nas noites de poesia do Pinguim, o Castro Caldas era o jovem que nos lia poesia, aquele que os lia de forma violenta e crua, delicada e humurada. O Pinguim da época do Castro Caldas era um local único que fez parte da vida de muitos jovens como eu. O minimo que se pode dizer é que parte daquilo que hoje sou, o devo um pouco ao Joaquim, por tudo aquilo que me deu a conhecer.»

Patologista



«Não sei quanto custa uma cirurgia plástica facial. Não sei se 100.000 euros chegam para uma remodelação geral profunda. Espero que cheguem. Assim, ao menos, os contribuintes portugueses, por via da prodigalidade benemérita dos tribunais, não se terão sacrificado em vão. E o Dr. Paulo Pedroso poderá, finalmente, apagar a principal e a mais encarniçada das testemunhas de acusação que traz contra si... A mesma que o persegue e denuncia para onde quer que vá: a sua própria cara.»

Dragão



«Não é normal as filhas da Sarah Palin engravidarem. Muito menos aos 17 anos. A lei estipula que, nas mulheres, os órgãos reprodutivos só entram em função aos 18. E a lei é a lei. É sagrada, como as escrituras. Mas os americanos – o povo americano, diga-se – levam estas coisas da vida privada das pessoas muito a sério. Tão a sério como nós, europeus, levamos o futebol. Ainda não há muito tempo escarafuncharam a boca da Mónica, como se fossem dentistas.»

Tomás Vasques



«Cinco anos depois de ter sido abalroado Paulo Pedroso vê reconhecida a indecência de que foi alvo. Cruzando blogs entende-se que a mancha não desaparece por uma sentença, as invectivas continuam. Significando a desconfiança popular face às suas instâncias jurídicas, ecoando a desconfiança popular (quase-repúdio?) face às suas instâncias políticas - que clamoroso erro aquela saída da prisão para a Assembleia da República … dando azo aos vitupérios contras esse “eles”.»

JPT



«Eu, até com o nome embirro!

Claro que sei que se chama «doméstica» por se praticar no ‘domus’, em casa, não ser um acto público mas, para ser sincera, esse adjectivo não me agrada nada porque numa certa medida a suaviza, como se se dissesse que é violência sim, mas enfim, caseira... não é nada do outro mundo.E afinal é realmente mesmo do outro mundo, um mundo mais escondido e por isso mesmo mais perverso e grave. Grave por isso mesmo, não por se passar entre quatro paredes mas porque quem agride e quem é agredido é obrigado a viver junto – e, isso sim, é uma violência terrível.»

Emiele



«A Câmara Municipal de Montemor-o-Novo e a pintora Claire Fressynet têm o prazer de lhe enviar este convite para a inauguração da exposição "Respirações".a realisar no dia 13 de setembro de 2008, pelas 18h30na Galeria Municipal de Montemor-o-Novo.»

Claire



«E perante a crescente violência da criminalidade (que já existia antes do Verão), quase ninguém hoje em dia teria grande prurido em proferir um – “Ó xô guarda, dê-lhe mais umas arrochadas que o tipo usa fato de treino azul-petroleo…”. Mas é assim que se começa por justificar o cercear das liberdades em nome da segurança, e se acaba num estado policial, em que até para falar de certos assuntos em casa se tem que pôr a tocar um CD dos Iron Maiden. Não vá a vizinha do lado estar a ouvir tudo, com um copo encostado no outro lado da parede.»

The Old Man



«Se os caminhos me levam aos cimo das montanhas, fico. As pedras falam, juro que sim! Ali, mesmo ao lado da minha mão, houve uma que me segredou. Parece que ontem choveu aqui, mas, hoje, só há sol.»

Vanus




(agora só falta pôr as notícias em dia; mas suspeito que serão bem menos interessantes)

Pssiuuu...




Здравей!