2009-01-31

Vozes de outros blogues

Um problema de auto-estima muito, mesmo muito, bem caracterizado. Para ler, rir, e pensar.

Why can't we look the other way?


- Todos temos de ter uma boa auto-estima!
- Boa ideia. E onde é que se arranja uma boa auto-estima?
- Isso não é uma coisa que se arranje na loja dos chineses!
- Pois, não se arranja na loja dos chineses....

Querido Diário:
Estou à duas horas perdido no Amoreiras entre lojas finas mas até agora nada. Sempre que pergunto se tem uma boa auto-estima em saldo ou a preço aceitável, tudo o que recebo em troca é um redondo "NÃO" e um olhar de desprezo. A excepção foi uma menina simpática, que me confessou ser o seu primeiro dia, que ainda tentou ir ver "lá atrás", na colecção do ano passado, mas sem sucesso. Devo estar demodê...

Banda Sonora
Dr Blind, Emily Haines

2009-01-30

O X ainda marca o lugar


aqui

Dou de barato que os gajos são melhores do que as gajas nas tretas espaciais. Da mesma maneira que acredito piamente que não são melhores do que as mulheres em muito mais. Mas, pronto, quando mete mapas – e eu nem tenho mau sentido de orientação, sendo até bem melhor do que o de muitos gajos que conheço – um gajo que é gajo sabe os quelhos e as mulheres conhecem as avenidas.

Dito isto, tenho também a informar que acho a sinalética nas estradas no que diz respeito a Lisboa do mais pífia que há: foi feita para quem já conhece e está-se a cagar para quem chega de fora. Ora, ao contrário do que muito alfacinha – de gema ou aculturado – possa supor, há gente neste País que está muito pouco interessada em conhecer Lisboa. Aterra por lá de pára-quedas de quando em vez, ou por afazeres profissionais a que não se consegue baldar, ou porque caiu na asneira de gostar e ter a mania de visitar uns quantos amigos que não tiveram o bom gosto de fazerem vida a norte do Mondego.

Ora, uma mulher do Norte, se não se precavesse, ao ter de ir para o meio de Alcântara – ou lá perto – só a fiar-se nas placas de trânsito, o mais certo era acabar em Almada, que assim como assim também começa por "a" e pelo menos faz mais sentido do que saber que por aquelas bandas há uma pontinha que não há maneira de se abeirar à buraca.

No entretanto, já se pôs a irmã mais velha a tentar conseguir indicações mais ou menos precisas de como chegar ao tal sítio buscado. E a irmã, como se pode calcular, faz como todas as irmãs mais velhas e tenta salvar a "baby sister" do terror, da ignomínia, do martírio, de se ver perdida entre cril, crel, eixo para cima e para baixo, sul, norte, leste, oeste, ponte (mas só ponte para baralhar, que mesmo que sejam uns tristes em termos de pontes, que eu saiba há mais do que uma e ninguém devia ser obrigado a adivinhar) e mais a Buraca e a Pontinha e o caralhinho que não está no mapa mas deve estar na cabeça de quem pensou as placas.

Telefonei primeiro a uma miúda, aquela que eu achei que se situava normalmente o mais perto de Alcântara, ainda que pudesse estar enganada, que eu nessa terra só mesmo pela beira rio e, mesmo assim, mal me entendo. Pois não correu bem! De Google Maps e Michelin ainda podia ser que fosse, mas já não dava era tempo, que a cria já estava a caminho. Em desespero de causa pensa-se: telefone-se a um homem. E telefonei. Seguiram as indicações à confiança – que eu confio nos amigos – e fiquei descansada.

Soube agora que tal tinha corrido a viagem: pois que comprou um TomTom antes de sair do Porto porque podia não conseguir seguir as indicações; e que o TomTom é uma maravilha, que chegou lá sem problemas. Já agora, que eu podia dizer ao amigo que ele é tão bom como o TomTom, que para a próxima nem era preciso GPS. Tão bom como o GPS? Ena! É o que é: gajos e mapas. E nós e eles. É que uma gaja acaba obrigada a reconhecer-lhes valia, mas à confiança compra um TomTom.

A carta anónima

«Zeferino Boal, militante do CDS/PP e candidato à presidência da Câmara de Alcochete nas últimas eleições autárquicas, é o autor da denúncia anónima que originou a investigação da Polícia Judiciária (PJ) em volta do caso Freeport, em 2004. José Sócrates é apontado neste processo como estando envolvido na alteração, em 2002, da Zona de Protecção Especial do Estuário do Tejo (ZPE), enquanto ministro do Ambiente, permitindo a construção daquele empreendimento de Alcochete. Em troca, o PS teria recebido dinheiro para subsidiar a campanha eleitoral para as legislativas daquele ano.»

DN, 25-04-2007


«Os alegados factos que a Polícia inglesa utiliza para colocar sob investigação cidadãos portugueses são aqueles que lhe foram transmitidos em 2005 com base numa denúncia anónima, numa fase embrionária da investigação, contendo hipóteses que até hoje não foi possível confirmar, pelo que não há suspeitas fundadas.»

PGR, 29-01-2009



Devo ser eu, que venho de uma família que se deu muito mal com o hábito de antigamente de bufar à boca pequena – em troca de uns cobres ou uns favorzinhos – verdades e mentiras que faziam e desfaziam vidas, com visitas às celas da polícia política à mistura e demasiadas dores de cabeça pelo meio. Ganhei aversão a bufos. E aprendi que a memória não pode ser pequena.

Em relação a este caso concreto, devo estar muito confundida; ou dou-me mesmo muito mal com esta mania de ter memória, ou então devo ser muito burra. É que não chego a entender porque continuam a chamar anónima à carta quando já se provou quem a escreveu.(*)

É que estamos a falar da mesma carta, certo? Ou nas vésperas das anteriores eleições houve não um, mas dois bufos, a contarem a mesma história? É que Boal até foi ilibado de tentar incriminar José Sócrates, pelo que deve haver ali mais qualquer coisa na tal "campanhazinha negra" que agora já se admite.




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(*)Admito que já não me lembrava do nome do homem, mas uma pequena busca no Google resolveu a coisa. Este Google é mesmo um excelente auxiliar de memória para quem o quer usar!

2009-01-29

Fedor


aqui


A política há muito que passou de ser praticada (não digo feita, apesar de tudo...) por um punhado de gentalha cheia de técnica e manhas. Já não é vocação; é um trabalho bem pago, com muitos trabalhinhos por fora. Talvez devido à alternância, isso é especialmente evidente entre os actuais tecnocratas prontos para o poleiro dos dois maiores partidos. Mas para os lados nada me parece muito melhor. E irrita-me profundamente o cheiro a putas velhas que tudo lança, das madamas escondidas nas sombras a contar as notas e a puxar os cordelinhos. Ou o cheiro que vem do caldeirão decrépito e enfezado, onde uns fósseis com gravata (se mais à direita) ou sem gravata (se mais à esquerda) dizem que zelam pelos interesses dos trabalhadores, quando não sabem o que é picar o ponto há décadas. Ou o excesso de zelo em fazer o jeito ao patrãozinho dos fabricadores de notícia (não lhes chamo jornalistas, claro, porque duvido que a maioria tenha competência para tanto e também ali já quase não há vocação). Como nauseia o bedum que se desprende da manhosice de uma certa oligarquia do pilim ou do tijolo, de bolsos fartos para promover campanhas e mão aberta para cobrar favores. Ou a pestilência organizada de jogos semi-secretos, em opus daqui e dali e todas as outras tramas emaranhas com origem num trono onde ultimamente se senta um calhau, contra (quando interessa) os interesses dos que um dia se disseram livres para esculpir a pedra bruta. Como depois há os caciquismos vários, com a dimensão e cheiro equivalente ao tamanho do bolso que os comanda, metendo o dedo onde podem arrancar tostão, cobrando bem caro qualquer assinatura que desate os laços que enlaçam o povinho. Ou as negociatas regadas a álcool, drogas e sexo. E alombam sempre em cima do povinho e o povinho paga. São uma praga imunda, que alastra. Rodam votos, rodam cabeças, fica sempre o mesmo fedor. E não há maneira do País (e do povinho acossado e espoliado) conseguir livrar-se dos chulos, até porque chulos há muitos e, como sempre, há os que se ficam pelas ruas bem visíveis e os que se escondem nos gabinetes. E a verdade é que isto tresanda. Tudo tresanda. E não é fado nem resignação. É poeira, cortina de fumo. O que importa jamais será revelado: queimaria como incêndio de verão, sem poupar nada que lhe aparecesse pela frente. E por isso mesmo não arde: são todos bombeiros em casa alheia, sempre que lhes cheira que podem ficar sem parte da ração, mesmo que se armem em pirómanos em ano de eleições.

Chuva ainda





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Chuva


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Em (mais) um dia de chuva, acordei a cantarolar. Cheguei ao fim do dia com poucas notas a sobrarem, mas isso já é outra história. Amanhã é sexta e, só isso, já nos faz apetecer música. Antiga, de preferência. Ando muito bota-de-elástico.




(não penses que és só tu que tens uma musiquinha contra a crise, Fabulosa)

2009-01-27

Faça da sua mente uma eterna Primavera!

Bem sei que hoje já é terça e já está toda a gente na semana como carros numa auto-estrada, mas apeteceu-me partilhar esta recente descoberta. Bem sei que têm coisas importantes em que pensar, a crise, como é que o Obama nos vai safar desta, quando é que vamos ter um Governo honesto, sei lá, quando é que este país anda para a frente! E também sei que é final do mês e há sempre aquelas preocupações com o empréstimo, o carro, as contas..... STOP!
Vá, parem só um bocadinho. Isso. Agora inspirem fundo e pensem que tudo se vai resolver... Isso...

Faça da sua mente uma eterna Primavera
Deixe florir sempre sua mente de Primavera
Faça da sua mente uma eterna Primavera
Faça da vida uma Primavera iluminada

- Adriana Mezzadri -

2009-01-26

Que grande bota!



Estou aqui há tempos à espera de ver quem iria ser o 150 000º visitante do Voz em Fuga e ao que vinha. Entretida numa conversa com bolinha ali em baixo com o João G. esperava que fosse alguém perdido atrás do "sexo explícito" ou do "clitóris grande", como de costume. Afinal, saiu-me algum brasileiro atrás do Gato das Botas. Esta não pensei eu que fosse ter de descalçar, lol!

Post com bolinha


aqui

Um homem diz de uma mulher que a come, ou que a comia. E deixamos que digam assim. No entanto, há no gesto masculino apenas a investida. Chegando a mulher a recebê-lo, não é a vulva uma boca de lábios grossos, gulosos, que engole carne dura para depois deitar fora os restos?

2009-01-25

Quinze


aqui


A Maria Árvore desafia o Voz (como sou a fundadora, vão os meus, lol, mas há lugar para mais posts, Fabulosa) a pôr aqui 15 blogues de que gosto mesmo, em mais uma corrente que parece que teve início aqui.

É sempre bom sabermos que somos gostáveis e que alguém se lembra de nós. No entanto, esta treta de ter limite é sempre injusta, por isso e sem ordem cá vão quinze, com a ressalva que, mesmo sem tempo, há sempre pelo menos outros tantos de que não prescindo:

De blogue, 5 anos


Ao Sonho e às curvas da vida onde nos haveremos de encontrar...

27-12-2001



A minha amiga Vanus despediu-se assim de mim há já muito tempo atrás, quando parecia que estávamos a pôr um fim em qualquer coisa muito especial. Provou-se que, afinal, não era fim algum e que havia ainda muitas curvas mesmo, tantas que nos trouxeram até aqui hoje, o dia em que festejo com ela cinco anos de blogue.


(Uns tempos depois, sai de casa dela a jurar que nunca abriria um blogue e, nem umas horas depois, havia o Voz em Fuga. Já vos tinha dito que a culpa é dela? Deve ser das curvas...)

2009-01-23

(...)



Aqui entre nós, não seria melhor o Paulo Portas optar logo pelo capachinho ou, quem sabe, por uma mudança rápida de barbeiro? É que aquele cabelo com que se apresentou à Judite de Sousa não lembra mesmo a ninguém, pá!


(e, sim, neste momento apenas comento o cabelo do Portas; o homem e as suas ideias não me merecem qualquer atenção e nem entendo porque insiste que tem direito a atenção alguma)

2009-01-21

People Are Strange



(Há dias em que isso me sabe bem)




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Pronto, eu explico: para além das conversas óbvias, dou uma volta e descubro a Rosarinho às voltas com a loucura, o Ivar a falar das Brancas de Neve de hoje, o Tozé de castanhas, o Miguel prefere fazer referência a vacas açorianas, ao deu-lhe para a política, a I exaspera com a religião e os améns, o Espumante perde um guarda-chuva a que chama chapéu, a Emiele descobre que no Japão se alugam gatos para afagar o bicho (e parece que não há chulos à mistura), o Dragão receita merda, a Maria Árvore inspecciona a distribuição da melanina e o Patologista fotografa mel e pensa em surrealismo.

E ainda nem acabei de dar a volta, lol.

Vozes de outros blogues

Afinal os brasileiros estão tão aflitos quanto nós... Ehehehe!

2009-01-20

1/20


aqui

Nem de propósito



Vejo anunciado para amanhã na RTP o Taking Lives. Digam-me: isto é ou não cena pensada por um gajo? Lá vão eles por ali fora - ela de maminha bem à mostra, claro - e ele nem sequer tira o casaco, quanto mais as calças!

Viva o banhito do Jackman no Austrália!

2009-01-19

Austrália


aqui

Ia preparada para o pior, admito. Até tomei café antes e tudo, que uma estucha de três horas era bem capaz de dar cabo do resto da noite e, depois do ronco, podia já não dar vontade de ir a outro lado. Não que depois tivesse corrido bem, mas nessa altura não sabia e como tinha enchido bem a barriga de rodízio à brasileira, o café – também era só o que ainda cabia – foi à guisa de prevenção, que à noite e com já uns 5 ou 6 cimbalinos no bucho, sou mocinha para se dedicar ao horrível descafeinado só para não ficar com o gosto da comida na boca.

Mas como estava a dizer, fui prevenida e preparei-me para o pior. O pior, comparativamente, seria o pavoroso, indecentemente mau The Day the Earth Stood Still. Ai sim, tinha-me parado tudo e ainda choro o dinheiro do bilhete. De qualquer forma, o Jackman é mais papável do que o Reeves e ainda não lhe passou mais do que um corta-relva pelo peito o que, convenhamos, começa a ser caso raro lá para as bandas de Hollywood. As modas, afinal, não chegam ao mesmo tempo a todo o lado e, no outback e com um look à Terence Hill também não me parecia lá muito bem se o homem surgisse completamente depenado. Benza-os-deuses que aparece muito compostinho. Muito, muito compostinho. A cena do banhito, então, é do melhor, não num sentido de grande cena de cinema, mas pelo menos no sentido de grande cena de agora-comia-te-todo-e-ainda-lambia-os-beiços. Sim, que pelo menos nestas coisas as gajas andam agora muito mais bem servidas de cena erótica que lhes agrada realmente e onde o gajo não tem apenas que montar a gaja ainda vestido enquanto ela geme e mostra bem as mamas.

Pois foi assim que não adormeci. E também não tive vontade. E mais verdade é que o filme tem uma historinha que benza-os-deuses não lembra a ninguém. E também não chego a entender porque não acabaram a coisa quando o puto meteu a última vaca no navio. Estava ali um rico filme pipoca, se se tivesse quedado por lá, sem grandes pretensões mas com acção q.b. e o Jackman já tinha tomado banho. O problema é que o filme não acaba nas vacas e resolve inventar mais um bocadinho. E espalha-se ao comprido, mas ainda assim não é para dormir. Com tanta crítica a dar em cima, temi mesmo pelo pior. É mauzito, sim senhores. Mas há por ai coisas bem piores.

Ainda não foi desta que bati o ronco que tirei no Broken Arrow.

A morte faz-nos pensar

Bem sei que hoje é segunda e o assunto do momento é o Obama. Não quero estragar a onda, nem a vossa segunda, ainda assim o tema que me impulsionou a escrever é o do título.

Sempre que algum familiar ou alguém que conhecemos morre, não podemos deixar de questionar a existência, nossa, dos outros, do que nos rodeia.
Há não muitas semanas atrás faleceu um familiar meu e durante uns dias não pensava noutra coisa senão nisto: estarei a aproveitar bem a vida? Isso aconteceu porque achei que a pessoa em questão, mesmo dentro das dificuldades que passou, poderia ter tido uma vida melhor em vários aspectos. E para isso bastava ter sido mais... “flexível”.

Crenças religiosas e outras que tais à parte, só temos a certeza duma coisa, isto: há Aqui e Agora, há aquilo que vemos e conhecemos. Se é só isto, então há que aproveitar o melhor cada minutinho que passa. Infelizmente nem sempre é possível. Perdemo-nos muitas vezes em coisas e situações sem importância. Complicamos. E perdemos tempo. Tempo precioso de vida.

A morte faz-nos pensar, pois sabemos que se há coisa que nos está destinada é esse fim. Não sabemos como, nem quando, só sabemos que um dia deixaremos de existir.
Para onde vamos? Não sei... No meu caso, não acreditando em Deus, não acreditando em Céu ou Inferno, penso que aquilo que nos anima o corpo talvez seja energia. Sim, talvez... Talvez essa coisa chamada alma não seja mais do que uma energia que se dilui no Universo quando partimos... Talvez todos nós sejamos um pedacinho de energia universal, uma dádiva... Ou, talvez o melhor seja nem pensar muito nisso!

2009-01-18

Ary dos Santos

Era a tarde mais longa de todas as tardes
que me acontecia
eu esperava por ti, tu não vinhas
tardavas e eu entardecia
Era tarde, tão tarde, que a boca,
tardando-lhe o beijo, mordia
quando à boca da noite surgiste
na tarde tal rosa tardia
quando nós nos olhamos tardamos no beijo
que a boca pedia
e na tarde ficámos unidos ardendo na luz
que morria
em nós dois nessa tarde em que tanto
tardaste o sol amanhecia
era tarde de mais para haver outra noite
para haver outro dia.

Meu amor, meu amor
Minha estrela da tarde
Que o luar te amanheça e o meu corpo te guarde
Meu amor, meu amor
Eu não tenho a certeza
Se tu és a alegria ou se és a tristeza.
Meu amor, meu amor
Eu não tenho a certeza.

Foi a noite mais bela de todas as noites
Que me aconteceram
Dos nocturnos silencios que à noite
De aromas e beijos se encheram
Foi a noite em que os nossos dois
Corpos cansados não adormeceram
E da estrada mais linda da noite uma festa
De fogo fizeram.
Foram noites e noites que numa só noite
Nos aconteceram
Era o dia da noite de todas as noites
Que nos precederam
Era a noite mais clara daqueles
Que à noite amando se deram
E entre os braços da noite de tanto
Se amarem, vivendo morreram.

Eu não sei, meu amor, se o que digo
É ternura, se é riso, se é pranto
É por ti que adormeço e acordo
E acordado recordo no canto
Essa tarde em que tarde surgiste
Dum triste e profundo recanto
Essa noite em que cedo nasceste despida
De mágoa e de espanto.
Meu amor, nunca é tarde nem cedo
Para quem se quer tanto.


Estrela da Tarde, cantada por Liana


(José Carlos Ary dos Santos morreu em Lisboa, a 18 de Janeiro de 1984)

2009-01-17

Nostalgias


aqui

Durante anos (depois do velho café com recuado de que já falei aqui no blogue), mudei-me para um Majestic decadente e de cadeiras e sofás rotos. Estava a estudar e tinha muito tempo para tudo, dinheiro para quase nada e um grupo de amigos e conhecidos que, à mesma hora, dia sim dia sim, lá estava a ocupar as mesas do costume. Não devíamos dar grande lucro, que o dinheiro chegava para um café por cabeça e pouco mais. Havia alguns que tinham mais dinheiro, alguns outros (mais velhos quase sempre) já desviados para outros caminhos, como a música e o jornalismo, que as rádios piratas bombavam em cada canto e estavam quase a chegar à idade adulta, a vestirem o fatinho e a porem a gravata e nada voltaria a ser como dantes.

Tudo parecia crescer à volta e, de certa forma, foi uma boa altura para andar por lá, a ver como era e deixava de ser. Apesar de ter perdido o contacto com quase todos desse grupo (como acontece demasiadas vezes), sei bem onde andam muitos, o que lhes aconteceu, em que se transformaram. Pergunto-me quantos não sentirão agora como estão ajaezados pela vida. Eu sinto-me assim demasiadas vezes, quando tenho tempo, quando sobra a nostalgia.

Hoje, há dias em que pressinto que também os blogues estão a chegar à fase do fatinho de trabalho e da gravata. E, no entanto, alguns de nós resistem. Vamos ser ultrapassados – como sempre –, que ninguém se compadece das réstias de idealismo que ainda teimamos em manter. Ou talvez apenas continuemos a seguir em frente, como fizemos antes, como fazemos sempre.

E, no entanto, há algo no umbiguismo dos blogues, dos Facebooks e Hi5s, dos Twitter e de tudo o mais que ainda vai ser inventado, que apenas se assemelha ao que deixamos para trás. Por aqui, é o indivíduo e não o grupo; é cada vez mais o eu e menos o nós. A conversa fica limitada e mediada, a disponibilidade divide-se com coisas cada vez mais prementes. E, num Tempo sem tempo, por mais "ligados" que estejamos, há muito que nos desligamos efectivamente.

Não é que não se tente. Tenta-se muito e cada vez mais: temos conta em mil e um sítios onde não vamos, compramos até um telemóvel que nem usamos só porque vinha todo artilhado com as ligações que não fazemos, mais o portátil que depois nos cansa carregar e as net móvies que nos chulam. E alguns de nós mantêm teimosamente as caixas de comentários abertas e esperam pelos comentários e esperam ainda que, naquele espaço limitado, apareça uma discussão à moda antiga, com ar de café cheio de fumo e tempo – muito tempo – para conversas, para ver como é e como vai ser, como pode até nunca vir a acontecer, como as albardas podem ser leves quando lhes damos uma importância relativa e que, quase sempre, só parecem assim leves porque o amigo que está ali ao lado ajuda a aligeirar as coisas com a piada ou o palavrão atempados a recordar-nos que nunca nada é tão grave como o nosso umbigo pinta.

Mas há um individualismo desenfreado e instituído onde acabamos todos hoje, melhor ou pior, enterrados. Somos cada vez melhores a debitar e encontrar informação e cada vez piores a debatê-la e partilhá-la. Nem chega a ser surpresa que o civismo recue, que a política seja coutada, que o pessoal se mantenha alheado de chatices e causas, que todos se tentem encontrar devidamente protegidos pelos meios e os ecrãs e as teclas.

Eu guardo cada vez mais esta saudade que me envelhece de um tempo de gargalhadas, ou piscares de olho presenciais e cúmplices, envolvidos na leveza da segurança de estarmos a fazer alguma coisa, de ser o nosso tempo, que havia tempo. E o calor humano que, por mais que se tente, nunca se consegue transmitir realmente por um teclado. Mesmo quando reconheço que a net me agarrou, se tornou vício e tomadora de tempo. Mas vejo-a cada vez mais como um espaço do domínio do eu e do monólogo, bem diferente das velhas salas fumarentas, as tais que, a pouco e pouco, desapareceram do centro das cidades para serem substituídas por lojas e snack-bares onde se come à pressa e em pé.

Talvez isto tudo (grande lençol, porra!) não passe mais uma vez de cansaço. Tem sido cíclico desde que por aqui escrevo. E talvez seja a velhice a bater à porta, num dia em que não me apeteceu sair à noite para apanhar frio e trânsito e bêbados e conversas sem conteúdo ou sentido. Amanhã passa; tem de passar. Depois de uma noite bem dormida, tentarei como de costume dar a importância relativa a tudo isto e recordar que, apesar de tudo e tudo, é no real que estão as minhas âncoras e que, um dia destes, talvez dê por mim a escrever um texto sobre os bons velhos tempos em que tinha um blogue e reunia um grupo de amigos nas caixas de comentários. E esperar que, nesse dia e ao olhar para trás, de alguma forma a saudade ainda saiba ao mesmo.

2009-01-15

Put out the light, and then put out the light (*)


Linda Sutton

Num País de Otelos, falar é fácil.



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(*) Othelo, V.ii.7

8 sonhos num desafio

A Adoa convidou a Voz para um desafio que consiste em elaborar uma lista de oito sonhos. Como hoje lá houve um tempito, e até estou para aí virada, cá vai:

8 - Eu sonho sonhar mais vezes!
(Podem ser 8 ou não.)
7 - Sonho que sonho acordada, mas estou a dormir!
6 - O sonho comanda a vida... *merda, esta não que tem direitos de autor*
5 - Às vezes sonho... Me.
4 - Sonho os sonhos que invento.
3 - A vida é simples e as pessoas também.
(Sim, sonho com utopias.)
2 - Sonho que há um desafio num blogue.
1 - E sonhei que respondia ao desafio.

E prontes, a bem dizer, que é isto.
Ah! D
iz que há regras, que faz parte das regras convidar oito vítimas, coiso e tal. Pois é, se nunca vos disse, digo-o agora... Sempre gostei de infringir as regras. *imagino as vossas caras de espanto total que isto nem sequer é uma frase feita* Por isso, hoje não vou passar a ninguém, amanhã logo se vê. Para ler as regras espreitem o blogue da Adoa, ok?

E prontes, a bem dizer....
*Lá estou eu com a mania das repetições, @#$&%@, irra!*


2009-01-14

A ler!


aqui

Para a I.


aqui

«A regueifa tem uma forma de rosca e é feita com farinha de boa qualidade (...) É típica do Norte de Portugal, sendo conhecida desde o Minho até à região de Aveiro. (...) popularizou-se como pão domingueiro.»

in, Wikipedia


Caso escape à menina a resposta ali em baixo, fique sabendo que cá no Norte não há misturas estranhas. E regueifa é regueifa e nunca foi doce. Olha-me esta!

A quem por aqui passar


aqui

O Eufigenio precisa de ajuda!

Desabafos


aqui

Todos temos problemas "no mundo real", todos acabamos, numa altura ou outra, aos berros com aqueles com quem convivemos "no mundo real". E todos nós, de uma qualquer maneira, já desabafamos nos blogues disso mesmo. Não especificamos situações, nem usamos os nomes das pessoas, que basta o grito e assim deve ficar. Eu, tripeira sem tento nas letras nem açaimo nos dedos, vou-me pelos palavrões e qualifico o que me irrita, o que me tira do sério: cabrão (uso bastante), filho da puta (uso ainda mais), sacana (aqui e acolá, não devia ser grave), totó (este é mais para os taxistas), gajos e gajas (leva tudo pela mesma medida). E exclamo sem dó, com um enfático ponto respectivo: foda-se! Ridículo é quase não usar palavrões fora daqui. Talvez, aliás, seja isso que tanta vez me falta: há gritos que engulo e, na garganta, ganham um granulado de fel que me enoja. Se não tivesse um blogue, talvez desse por mim a berrar à janela para o campo vazio e gelado lá ao fundo. Ou continuasse engasgada. Sei que abuso, que há por vezes um descer à chinela e um descuido que não engrandece a palavra escrita, que a avilta em muitos casos. Mas o fastio com que enfrento o palavrão é terapêutico. Assim, melhor ou pior, fica o desabafo feito e siga, que o mundo também segue, para além do meu umbigo.

2009-01-13

Green Card à portuguesa

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«Em Gondomar, onde terão tido lugar os supostos casamentos, a população já se tinha apercebido da presença constante de paquistaneses e marroquinos. Terá sido na conservatória do Registo Civil de Gondomar que terá tido lugar a maioria dos alegados casamentos por conveniência. Só no ano passado as autoridades calculam que tenham ocorrido mais de 300 casamentos.»

(notícia aqui)


Ainda pensei dar um salto ao centro de Gondomar para ver se me aparecia à frente um Gérard Depardieu marroquino…

Pão é pão...

Ele - E então, gostas deste pão?
Eu - Não desgosto...
Ele - Então?
Eu - Tem passas...
Ele - E depois?
Eu - Eu gosto de pão com sementes. Passas eu associo a coisas doces...
Ele - És tontinha!
Eu - A sério. Se é pão não pode ter coisas doces. E se é bolo não pode saber a pão. Gosto de saber o que estou a comer. Se é pão é pão. Se é bolo é bolo.
*uns segundos de silêncio*
Ele - Esquece. Já vi que não gostaste.

2009-01-12

Grunft!


aqui

Quem foi que disse ao Sting que podia sair à rua moreno e barbudo?


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(Felizmente podemos sempre contar com o Johnny)

2009-01-11

Lebensraum


aqui

Aqui longe – e somos todos Pilatos – a discussão absurda resume-se a um simplista discurso de direita que defende Israel incondicionalmente; e uma esquerda não menos vã que defende incondicionalmente o Hamas. Lá, há gente a morrer. E há um povo – e não são todos terroristas, mas pouco deve faltar para o serem – que há mais de meio século é recolhido num espaço que minga. No século passado chamaram a estes espaços guetos, depois campos de concentração. Não há direita nem esquerda nesta história sórdida. Mas há um mapa. E do mapa advêm consequências. A guerra é só mais um artifício. Será que daqui a dois ou três meses ainda sobra pintado a verde aquele pequeno rectângulo encostado ao mar? Tem Israel direito a existir e defender-se? Tem! Tem direito a existir não respeitando direito igual aos Palestinianos? Não!

Hoje está menos frio e já se pode andar por aí...

2009-01-10

Elixir do Amor

Ao fim-de-semana uma pessoa tem de poder ler notícias como esta para relaxar da agitação habitual. O título é: "Bioquímica dos processos amorosos pode tornar viável um elixir do amor".
Começa assim o artigo... Neurocientistas norte-americanos que estudam a bioquímica dos processos amorosos publicam na edição desta semana da revista Nature um estudo que pode abrir caminho ao desenvolvimento de fármacos para aumentar ou diminuir atracção sexual.
E termina desta maneira... Por ajudar a compreender os mecanismos bioquímicos e genéticos do amor, este trabalho abre a possibilidade de se desenvolverem fármacos capazes de provocar sentimentos de amor ou desamor, tornando menos fictício o conceito de um "elixir do amor", pronto a desatar paixões em corações empedernidos.
Notícia da
Ciência Hoje.

2009-01-09

Danos colaterais


Mike Luckovich


A guerra poderá alguma vez ter justificação? E a guerrilha, parente pobre e suja da guerra? E o interesse de qualquer Estado poderá alguma vez exigir comportamentos amorais? Ou serão antes eles rapidamente propostos, desculpando-se o uso de um "terror menor" contra um terror sob a alçada de legitimidade de um Estado terrorista? E como se mede o terror? Em números de vítimas? Em números de vítimas evitadas? Ou apenas pelo silêncio dos que nem como vítimas se podem afirmar? E o que fazer das testemunhas? E o que fazer aos que, como Pilatos, apenas lavam as mãos?

2009-01-08

hmm..




Oh that goes in there.
Then that goes in there.
Then that goes in there.
Then that goes in there.
And then it’s over.



O resto é música.

2009-01-07

Sexy



Quando digo a alguns homens que Gary Oldman é sexy, olham normalmente para mim com espanto (isto quando sabem quem é o Gary Oldman, claro). Talvez esperassem que nomeasse um dos Ken do cinema e as suas figuras pesadas e desenhadas ao milímetro, as imagens retocadas a Photoshop. E o meu exemplar sexy é um homem que parece não ter medo de envelhecer, de parecer feio, apagado, escondido nas personagens que constrói.

Talvez seja do lábio superior, sempre pronto a fazer beicinho. Ou então os olhos, quase pingões, apelativos, a entrarem inquisidores por nós dentro. Ou se calhar é aquela aparência de menino que as rugas não escondem e um ar de quem se vai rindo a par com a vida. Ou talvez seja no fundo a figura por inteiro, imperfeita, franzina, tantas vezes desarranjada, outras tantas envelhecida e frágil, raramente embonecada.

E talvez seja aí que as ideias de sexy se desviem tanta vez, sejam vistas no masculino ou no feminino. Não preciso ver o corpo semi-despido; há ali aqueles olhos, a boca, a postura. E transparece um certo ar de que aquele homem saberia o que fazer, como fazer, quando, com que intensidade. Isso é sexy. Bem mais sexy do que uns bíceps possantes ou uns abdominais esculpidos.

No fundo, eu que fui desafiada para postar o corpo da mulher num olhar feminino sobre o que pode ou não ser apelativo aos nossos olhos e vi contestadas algumas das minhas escolhas porque não entram no padrão (sendo inclusive uma delas descartada com qualquer coisa do tipo "tinha de ser ideia de uma gaja"), não chego sequer a estranhar: há um certo tipo de homem que se cinge ao padrão da época – porque todos os padrões de beleza passam com o tempo, como tudo passa – e que apenas vê aquilo e não passa além. E é esse tipo de homem que não entende que eu prefira o Gary Oldman a algum Ken em qualquer dia e que, muitas vezes – demasiadas – aquilo que dá um nó cego de tesão nos neurónios de uma mulher tem muito pouco a ver com apenas o embrulho mais bonito.









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Imagens daqui

2009-01-06

Dia de Rainhas

Hoje é Dia de Reis. Reis. Homens, portanto.
Hum... Então... Onde se enfiaram as Rainhas?
É uma data machista?
É tradição? Já lá dizia a velhinha publicidade do JB: a tradição já não é o que era!

Histórias da Carochinha


aqui

Há muitos, muitos anos atrás – assim como nas histórias da Carochinha, tão lindinha – conheci alguém num campo de férias por quem desenvolvi uma rápida (rápida mesma, que afinal só tínhamos dez dias) e assolapada paixoneta, daquelas que ardem e queimam rapidamente por entre os fumos das fogueiras, os banhos frios no rio e a prometida e conveniente distância para que não sobrassem azedumes.

Agora que as histórias da Carochinha cada vez me levam menos e me inclino mais para dar música do que para me pôr à janela, dou por mim a, volta e meia, enquanto faço um zapping preguiçoso pelos vários canais de televisão, a dar de caras com esse alguém que conheci há tantas luas atrás. E nunca deixo de me espantar com a cara em obras que a vida adulta lhes pespegou e no tanto de Ratão em que acabou transformado o rosto em que, há muitas, muitas luas atrás, a barba loira apenas ameaçava brotar.

2009-01-04

David e Golias


aqui

Se o meu País fosse invadido e construíssem um muro que cimentasse toda a raia a grandes colunas de betão, tijolo e arame farpado; se o governo em que votei livremente fosse considerado ilegal só porque sim; se à minha volta apenas visse cair gente de fome e sede, sem trabalho, sem escola, sem dignidade, sem liberdade para passar além do tal muro prisão; se não houvesse farinha nem pão, nem medicamentos, nem pudessem jornalistas independentes passarem além do muro para saber e contar do que realmente se passa; se a ajuda internacional fosse impedida de entrar pelos diferentes postos fronteiriços; se nos hospitais, a que cortaram a luz eléctrica, se tivesse que escolher entre quem vive e quem morre; se a minha família fosse humilhada, depenada de tudo, escorraçada de aldeia em aldeia até já quase não lhe sobrar chão; se me sentisse esquecida e moeda de troca de todas as rebaldarias da região, digam-me: poderiam realmente condenar-me por pegar em armas?

Um rocket disparado para espaço livre ainda permite que lhe fujam; uma bomba atirada para o meio de uma prisão não tem escapatória possível. E essa é a diferença: há anos que Gaza está murada e as suas gentes aprisionadas atrás do tal muro que Rachel Corrie deu a vida para que não fosse construído. Mas a Rachel morreu e as outras tantas Rachel foram silenciadas, enquanto do outro lado do muro se fala em provocações e se leva ao extremo a lógica do olho por olho, dente por dente.

Razões e demências de ambos à parte, há questões da dimensão e da proporção. E o David desta vez não pertence ao povo de Israel.

2009-01-03

E Deus criou a mulher

.Juliette Binoche

"Silencieux, une cigarette collée au coin de son sourire oblique…"(Simone de Beauvoir)

.Audrey Tautou

Nice girls go to heaven (bad girls go everywhere)

.PJ Harvey




















And do it right now!


.Kate Beckinsale

Geek is sexy

.Christina Ricci

"Que la lumière nous lave les mains" (Jacques Brel)

.Grace Jones

Amazing Grace

.Shirley Manson

"I tried hard to mend my wicked ways"

.Julianne Moore

"Conventionality is not morality" (Charlotte Brontë)

.Jessica Rabbit

"I'm not bad; I'm just drawn that way"

.Vivian Wu

Livro de cabeceira


O Miguel convidou-me para editar o seu blogue por um dia com dez imagens que se enquadrassem no tema geral. Optei por não escrever nada - acho que já seria abusar da sorte - e deixei apenas uma pequena legenda como título. Trago também aqui para Voz as minhas escolhas e convido-vos a um saltinho ao E Deus criou a mulher, onde podem ver igualmente, além da linha editorial do costume, as escolhas de outras mulheres bloggers que resolveram aceitar este curioso convite de ir meter a foice em seara alheia.

Retrospectiva


aqui

Fui descobrir qual tinha sido o post que durante 2008 mais sucesso tinha feito neste blogue, considerando apenas o número de comentários com que foi brindado. Tirando o post em que todos os amigos vieram dar-me os parabéns – e esse não conta, obviamente – sobrou um chamado "Merdicacas". E acho que está tudo dito!

Relativizando


aqui

Contava-me a minha irmã que tinha saído à pressa e bastante incomodada do supermercado, a tal ponto que algumas coisas importantes tinham ficado por comprar. Perguntei-lhe o que se tinha passado e respondeu-me que, enquanto estava na zona dos congelados, uma mulher perto dela tinha metido uma embalagem de filetes de peixe e outra de legumes ultracongelados na parte de trás das calças, escondidas pelo casaco. Todas as minhas noções de certo e errado vieram à tona e perguntei indignada à minha irmã porque não tinha feito qualquer coisa, porque não tinha chamado a atenção para o roubo, porque se limitara a virar costas. Respondeu-me com um simples mas enfático "era comida!" Pois era comida! E os meus certos e errados bateram em retirada.

2009-01-02

Don't Try Suicide (Queen)

Após o discurso do nosso querido Presidente da República, eu só podia mesmo deixar-vos ir para o fim-de-semana com esta no ouvido...

2009-01-01

2009!

Um Ano que nasce a uma quinta-feira é um Ano como outro qualquer, não é?
Nunca antes na vida tinha pensado que dia da semana seria um bom dia para começar um Novo Ano... Calculo que o dia não deva fazer grande diferença... Que poderia ser diferente?

Bem, hoje além de ser o 1º dia do ano, além de ser feriado, é também o Dia Mundial da Paz! E Paz é o que eu desejo para todos nós, a de espírito e a Paz no Mundo (é bom sonhar com esta última)!

2009 (ainda) vai ser um Ano Fabuloso, vão ver! (será?)