2011-06-30
Pronto!
Amor com amor se paga! E já ali estão estes a bombar, que acho que não tenho nada mais barulhento. Mas se a gaja não se toca, a seguir vai apanhar com Diamanda Galas.
Ai a minha vida!

A minha vizinha descobriu a Rihanna. E pelos vistos gosta da Rihanna. Muito e muito alto. O problema é que a grandessíssima vaca está há mais de duas horas a pôr sempre a mesma música. Não há cu para isto, bolas!
2011-06-28
Dias assim...
Nem sempre os corpos guardam marca do tanto maltratados. A insónia, cíclica, teimosa, demolidora, deixa-me sempre a alma (e os humores) em ruínas.
Coisas assim...
.
Luna
«Todos os dias há pais, avós, filhos, irmãos, maridos e mulheres em salas de espera de hospitais à espera de milagres pelos seus. À espera de que a medicina salve quem à partida não deveria estar naquelas camas. Todos os dias há gente devastada pela perda, pela estupidez destas mortes que poderiam ter sido evitadas.»
... e então foi preciso escolher e desligar as máquinas. E eu fiquei sozinha. Dezassete anos depois, ainda tenho esta solidão por companhia. E a certeza da estupidez de uma - de todas - as mortes que podiam ter sido evitadas, especialmente as daqueles que foram vítimas da estupidez alheia. Vítimas as que partiram extemporaneamente de forma estúpida e evitável, mas vítimas também as que foram deixadas sozinhas em salas de espera com corações destroçados.
2011-06-26
2011-06-17
Rotina

Dusanka Badovinac - Dispair
Desdenho este pouco tempo que me sobra, como se fosse farto em horas o dia que mal reconheço; como se não houvesse excesso e a sobra fosse miséria engalanada, assim quase como eu, a correr atrás do tempo e a tentar fazer de conta que o tempo e os quebrados chegam para tudo; como se bastasse aparafusar a cara gaiteira, a caminho de mais um par de rugas e as cãs que não desistem de avançar nesta amazónia de cabelos que me pesam hoje na cabeça que me pesa, quase a sentir-se vazia por entre a enxurrada de informações que não pedi, que nunca peço e o zelo com que as debitam para o meu ar incrédulo, um ouvido ali, outro na conversa da mesa do lado e os olhos que apenas espreitam e já não fixam o que se vai passando do outro lado da rua. Suplico por um pouco de silêncio e não há sequer ruído e fico para ali porque não me apetece apenas a minha companhia silenciosa. E ouço falar de traições e de dor e de desespero e penso apenas como o final do mês ainda está longe e o dinheiro está curto e hoje é 6ª feira e que a vida afinal vai encarreirar na lufa-lufa ordenada, esquizofrénica, sempre à espera do fim-de-semana e do fim do mês, enquanto um ouvido diz que sim se um olho diz que não e me falam de traições e de desespero e eu quero é o silêncio e no silêncio estou apenas eu e já nem sei desesperar enquanto olho lá para longe e me pergunto como estará a lua, como estarão as estrelas e se ainda sobra vontade de ir para a rua mondar os sonhos a ver se há espaço para ser semente de algum sentimento neste espaço vazio, pesado, ocupado apenas de rotina.
Um reposte demasiado actual. E vou de férias e pronto! Talvez na volta, como de costume, haja mais paciência para mim e para o mundo.
2011-06-13
Sinta quem lê

Dizem que finjo ou minto
Tudo que escrevo. Não.
Eu simplesmente sinto
Com a imaginação.
Não uso o coração.
Tudo o que sonho ou passo,
O que me falha ou finda,
É como que um terraço
Sobre outra coisa ainda.
Essa coisa é que é linda.
Por isso escrevo em meio
Do que não está de pé,
Livre do meu enleio,
Sério do que não é.
Sentir? Sinta quem lê!
2011-06-09
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