2012-12-12

Rascunho



Tripeira, sem tento nas letras nem açaimo nos dedos, há dias em que chego ao final da tarde e só me apetece pintar páginas de palavrões para lavar a alma do descalabro da vida que nos sobra da labuta. E exclamo sem dó, com um enfático ponto respectivo e vernáculo condizente. "Em que estás a pensar?", pergunta-me a caixinha da moda. Ninguém quer saber realmente. E o rol de obscenidades com que me apetece sempre responder à pergunta tem sido tamanho que a lista de palavrões já não caberia no espaço diminuto de um final de tarde cansado ou na tal caixinha enfezada e coscuvilheira. A crise tão nem trazido o melhor de mim! E há gritos que engulo e, na garganta, ganham um granulado de fel que me enoja. Acabo por não dizer. Não, ninguém quer mesmo saber em que estou a pensar...

6 comentários:

deep disse...

Como te entendo. Por cá, o frio a prometer neve parece tornar os dias mais sombrios.

Gosto da "margarida em Dezembro".

Fica bem. :)

Claire-Françoise Fressynet disse...

Faz-me rir imaginar o teu rol de obscenidades, já te tinha procurado. beijo

Hipatia disse...

Aqui o frio entranha-se nos ossos à conta da humidade. E hoje choveu outra vez :(

Eu também gosto daquela margarida. E da ideia de uma margarida brotar em pleno Dezembro, talvez por aí, no meio da neve :)

beinho

Hipatia disse...

Ando por cá, amiga. Sou demasiado teimosa para fechar o Voz :)

Anónimo disse...

E fazes muito bem em ser teimosa. Uma "voz" linda como a tua jamais pode desaparecer!

cachucho

Hipatia disse...

Tenho tantas saudades tuas, peixinho! Festas Felizes, meu amigo :)