Já ninguém se lembra que quando a educação é só de uns poucos, ou quando não se tenta uniformizar a qualidade, corremos o risco de voltar a uma sociedade em que o acesso à educação é o primeiro degrau na estratificação social, na condenação do povoléu a vassalagem e a elite bem formada a pôr o pé em cima de todos os outros.
Ainda e apesar de estarmos a preparar uma geração de emigrantes qualificados, para substituir a geração de tanto analfabeto que mandamos a salto ajudar a enriquecer a França ou a Alemanha ou a Suiça ou o Luxemburgo, o que seria do atraso estrutural do País caso não tivesse havida tão profundo investimento na luta contra o analfabetismo?
A educação universal gratuita foi provavelmente a nossa grande conquista do século passado, mudou drasticamente a nossa sociedade e só é pena que não tenha conseguido pôr fim à iliteracia económica e política. Ou à abstenção acéfala e preguiçosa no exercício democrático de direitos e deveres.