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«Hoje pode existir uma união nacional do ódio a Sócrates. Mas uma coisa já ninguém lhe tira. Só a geração Magalhães poderá realmente mudar Portugal. »
Leonel Moura
Portugal vai transformando-se numa espécie de nevoeiro, com discursos e pantominas à mistura. Digamos que uma cortina de fumo, com um País pardacento reduzido à letargia de, daquele lado, já não esperar nada de decente e, por isso, demitindo-se gradualmente de até apenas desejar. Para a mediocridade que vai, será que vale oferecer pior ainda?
Aos jovens bem jovens de hoje pertence o amanhã: a minha geração de parêntesis, a geração que teve tudo para ser e não soube ser nada, excepto a geração que transformou os pobrezinhos mas respeitados em endividados sem respeito nenhum; os cravos que já não terão cheiro; as canções revolucionários com o mesmo apelo que os hinos fascistas de antanho; os símbolos escondidos sob pó e teias de aranha; a pátria confundida com outro mito qualquer, talvez o desta Europa que nos engoliu e agora quer cuspir fora; os políticos de carreira e os caciques da negociata que um certo Portugal pariu já há muito debaixo do chão.
E aos jovens muito jovens de hoje, por não lhes ser mais exigido que cumpram Portugal, talvez seja possível ver Portugal finalmente a ser cumprido.