2011-06-28

Coisas assim...

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«Todos os dias há pais, avós, filhos, irmãos, maridos e mulheres em salas de espera de hospitais à espera de milagres pelos seus. À espera de que a medicina salve quem à partida não deveria estar naquelas camas. Todos os dias há gente devastada pela perda, pela estupidez destas mortes que poderiam ter sido evitadas.»

Luna


... e então foi preciso escolher e desligar as máquinas. E eu fiquei sozinha. Dezassete anos depois, ainda tenho esta solidão por companhia. E a certeza da estupidez de uma - de todas - as mortes que podiam ter sido evitadas, especialmente as daqueles que foram vítimas da estupidez alheia. Vítimas as que partiram extemporaneamente de forma estúpida e evitável, mas vítimas também as que foram deixadas sozinhas em salas de espera com corações destroçados.

6 comentários:

A. disse...

Pois é, sao também vítimas os que ficam. E nem consigo imaginar ter de se tomar decisões dessas.
Beijinho e abracinho apertado

Hipatia disse...

Apanhar o teu texto numa noite de insónia foi... pois, coisas assim :(*

A. disse...

Não fazia ideia de que tinhas passado por isso, mas infelizmente, conheço demasiada gente que passou, e não consigo quase distinguir as vítimas entre as que foram e as que ficaram. São vítimas dos dois lados. E é horrível.

Hipatia disse...

Não podias saber. Nunca, em tantos anos de blogue, tinha sido tão clara a falar sobre o assunto. E esta exploração do tema "Angélico" pelos media em época de pousio das tricas políticas, porque ainda não estão bem definidos os adidos de imprensa (ou lá como se chamam os jornalistas que se estão a mudar de armas e bagagens para os ministérios para se empanturrarem da "coisa pública") não ajuda muito, especialmente se há outras coisas a moerem-me por dentro. E talvez seja só isso: fragilidades à superfície e exageros do tema só porque o fulano é famoso. É que os nossos (e os que sobraram) nunca foram mais do que vítimas privadas e números de estatística. E há uma certa injustiça neste anonimato e no tanto que tantas vítimas se ficam apenas pela estupidez banal de um qualquer "é a vida". E, sim, é horrível.

I. disse...

Um abracinho.

Hipatia disse...

Beijinho :)