«as perícias consideram que a aprovação do empreendimento de Alcochete foi inteiramente regular e que a alteração das regras da Zona de Protecção Especial do Estuário do Tejo (ZPE), para além de legítima, não teve qualquer interferência na aprovação do projecto. (…)
O primeiro-ministro José Sócrates, como a directora do DCIAP Cândida Almeida já tornara público, não é arguido. Não é sequer suspeito no processo. Os arguidos nos autos do Freeport são Manuel Pedro Nunes, Charles Smith e João Cabral - todos da consultora Smith&Pedro -; o antigo presidente da Câmara Municipal de Alcochete, José Dias Inocêncio; a sua assessora Honorina Silvestre; e o antigo vice-presidente do ICN, José Manuel Marques.»
Jornal "I", 12 de Julho 2010
Sei que nunca consegui olhar para este emaranhado de diz-que-disse com as certezas de certa gente, que prefere acusar um inocente – desde que seja José Sócrates que, como todos sabemos, além de paneleiro (porque disseram nas revistas), também é um escroque ladrão (porque disseram nos jornais) e não tem nada ar de inocente nos seus fatinhos Armani. É que fui criada a achar que qualquer auto-de-fé é condenável, e sempre olhei para esta salgalhada com suspeita. Agora está aqui o resultado e não vai dar em nada, que está tudo a banhos e o cão a morder o homem nunca foi notícia.
Posso não gostar de José Sócrates e das suas políticas. Posso até ter vontade de o acreditar culpado e corrupto. Mas não assim, não com este tipo de suspeitas e de campanha, em que acabou condenado em praça pública sem sequer ter sido indiciado. Será que vou acabar a pagar, com o dinheiro dos meus impostos, uma indemnização a José Sócrates à conta de um caso, que nunca chegou a ser caso, que nunca se provou, para além do boato?
2 comentários:
Deixa lá, não te amofines, que agora é que vão começar as teorias da conspiração, que estão todos feitos com ele e coiso e tal.
Também não gosto do sujeito, e não consigo perceber porque foi noticiado que era arguido quando não era. E se era suspeito, isso só ao processo de inquérito dizia respeito, não devia ser notícia. Olha, é a feira do costume. Com tanto para lhe pegar e é só fogo de artifício.
E o que fará agora Manuela Moura Guedes que, há tão pouco tempo, jurava na comissão de ética da AR que as provas até estavam na TVI?
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