Jean Monnet
A crise na Europa apresenta-se como a crise de sempre: quando a fartura se esvai, o mito e o desígnio sonhado da supra-cidadania são subjugados a ditames e medos velhos, rivalidades comezinhas, tudo envolvido numa bela imagem economicista e legalista e liberal. Mas um dia destes fica provado que os alicerces são tudo menos sólidos quando falta a lente de aumento da bonança. E tenho medo que ainda seja só o princípio e que quem anda a puxar os cordelinhos desta merda toda ainda não tenha percebido que a necessidade vai sair à rua, porque há um limite de tolerância para todos os sacrifícios.
4 comentários:
... mas é preciso mostrar que esses limites foram atingidos!
A história da europa está cheia de sangue e nem sequer me refiro às grandes guerras. É muita língua diferente a falar, a protestar, a vindicar. Pior do que o racismo é a intriga. Olha, as mesmas que sem ninguém saber ao certo a verdadeira razão levaram à primeira grande guerra... Sim, cada vez mais ando catastrofista!
Mas o problema, Manel - e a história europeia bastas vezes o demonstrou - é que os limites de tolerância, muitas vezes explorados com o acordo tácito do cidadão, podem ser espremidos até a um limite sub-humano. E isso também é assustador.
Será o projecto europeu a verdadeira torre de Babel, condenada a desmoronar-se por um qualquer pecado de húbris? Ou a derradeira demonstração do fim previsível de todas as utopias quando a bonança teima em esgueirar-se? E, sim, também ando catastrofista. Talvez seja de tanto ouvir falar da crise, de tanto ver a crise, de saber que todos os túneis se esqueceram de substituir as velhas lâmpadas incandescentes e agora estão todas fundidas.
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