2012-02-23

Qualquer dia



No Inverno bato o queixo 
Sem mantas na manhã fria 
No Inverno bato o queixo 
Qualquer dia 
Qualquer dia 

No Inverno aperto o cinto 
Enquanto o vento assobia ... 

No Inverno vou por lume 
Lenha verde não ardia ... 

No Inverno penso muito 
Oh que coisas eu já via ... 

No Inverno ganhei ódio 
E juro que o não queria ... 


Qualquer dia também já não há Voz em Fuga para a homenagem anual.

2 comentários:

cereja disse...

Ora cá estás minha amiga!
Tinha a certeza de que ias deixar alguma coisa neste dia.
De manhã, ao falar sobre deixar alguma coisa lá no blog, disse a alguém : No «Voz em Fuga» também vai aparecer qualquer coisa. E, na altura, não estava ainda nada mas insisti «vai ver mais tarde, vai aparecer»
Cá está!
..............
Tão actual este Homem!
E que bela canção.
Um abraço, Hipatia.

Hipatia disse...

Em 2006, no primeiro ano do "Dia Z", deixei a tocar no blogue o "A morte saiu à rua". E na altura dizia que hoje sobejam os vampiros de fato novo, promovidos a doutores. E falava dos pintores caídos por terra, esperando que houvesse quem os soubesse cantar. Mas não sei se há. Houve aquela coisa dos "Deolinda", mas é diferente. Talvez porque, apesar de tudo e tudo, não nos resta um "vão parar à pide e vão à pide e vão vão vão". A ameaça é mais dissimulada e não se veste de grades e tortura. Mas anda cada vez mais presente e não há quem a cante. Não há :(

Talvez por isso volte todos os anos neste dia. Talvez volte especialmente por mim, hoje que me mordem todos os sonhos até que me esqueça de como sonhar ainda.