Há quem se ande a aproveitar; há quem tente usar a indignação e tente colar-lhe um cunho político-ideológico para ver se, num País onde normalmente a culpa morre solteira, os dividendos brotam da revolta apartidária (transpartidária, suprapartidária, panpolítica?... sei lá o que chamar a este grito generalizado!)
E concordo que não vale fazer um repost do que foi; afinal, trouxe-nos ao ponto em que estamos. Mas também não vale fazer tábua rasa: que seria de nós se, em cima de tudo, sobrasse apenas uma memória amputada? Também somos as nossas circunstâncias e a nossa memória reverte para o que foi, para a força do imaginário que sustem a nossa consciência social.
E, sim, fui para a rua de lenço branco por Timor, fui jovem rasca nas manifestações da PGA e anti-Cavaco, fiz um escarcéu à conta da IVG e em 89 até fui para a praça porque tinha caído um muro; desde que nenhum destes políticos que nos sobra me tente roubar o grito, eu e as minhas circunstâncias vamos à rua.
Sem comentários:
Enviar um comentário