Tenho andado para aqui a queixar-me, muito ou pouco, não importa agora. Mas a queixar-me, ainda assim. Há também um ar de desmaio em quase tudo o que escrevo e, quando sinto assim as palavras queixosas, melancólicas e abatidas, tendo a encolhê-las, desarmando a exposição prolongada ao seu feitiço.
É que estas coisas das palavras apenas, especialmente por esta altura, deixam-me um travo tristonho nos sorrisos. Como sempre, sinto tudo demasiado pouco, sôfrega que sou de pedir o sol para ver se me calha a lua. Não queria só palavras. Queria quem as diz e as escreve, mas foi tudo a banhos. E queria que o Porto não me parecesse tão longe de sítio nenhum, tão longe dos meus sítios, que são, essencialmente, os meus afectos.
E, sim, eu acredito mesmo que nenhum de nós é uma ilha e, hoje, sinto como se eu fosse só o farol perdido na extremidade mais distante da ilha mais longínqua do arquipélago mais remoto. Tão longe, mas tão longe, que nem cá chega o sol deste Agosto enevoado.