Tenho andado para aqui a queixar-me, muito ou pouco, não importa agora. Mas a queixar-me, ainda assim. Há também um ar de desmaio em quase tudo o que escrevo e, quando sinto assim as palavras queixosas, melancólicas e abatidas, tendo a encolhê-las, desarmando a exposição prolongada ao seu feitiço.
É que estas coisas das palavras apenas, especialmente por esta altura, deixam-me um travo tristonho nos sorrisos. Como sempre, sinto tudo demasiado pouco, sôfrega que sou de pedir o sol para ver se me calha a lua. Não queria só palavras. Queria quem as diz e as escreve, mas foi tudo a banhos. E queria que o Porto não me parecesse tão longe de sítio nenhum, tão longe dos meus sítios, que são, essencialmente, os meus afectos.
E, sim, eu acredito mesmo que nenhum de nós é uma ilha e, hoje, sinto como se eu fosse só o farol perdido na extremidade mais distante da ilha mais longínqua do arquipélago mais remoto. Tão longe, mas tão longe, que nem cá chega o sol deste Agosto enevoado.
4 comentários:
Eu não fui a banhos... :(
Continuo por cá, mas pior do que tu. As palavras não me saem de forma alguma, nem as tristonhas.
Bom fim-de-semana. Bj
É que nem tenho ouvido música! Acho que estou doente :(
Podias estar doente mas deixaste um belo texto.
Gostei muito na imagem do farol na ilha.
Por acaso tive muita sorte com as minhas férias, esteve um tempo muito suave lá onde estive... Podemos ser ilhas mas em arquipélago, isso é que é! :)
Ilhas em arquipélago parece-me muito bem! E também não apanhei exactamente mau tempo. Mas esteve um Verão infeliz. E não mereciamos mais nada a puxar à tristeza. Prefiro quando o tempo se lembra de que o sol deve brilhar para todos e ainda não lhe puseram impostos. Vêm ai os impostos verdes e coisa e tal. Mas este ano ainda era sem imposto :(
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