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Não sei se escrevo de forma feminina. Talvez escreva. Talvez seja apenas esta minha disposição para falar do meu umbigo, ou a forma egocêntrica como desbasto os assuntos, ou esta coisa breve e a prazo de vir falar, dizer qualquer coisa, depois de ter andado a cirandar pelos blogues e ficar a achar que não tenho nada novo para dizer no fim de mais um dia interminável.
Ou às tantas é porque não sou gajo e não sei escrever de outra forma, mesmo quando me arrepanho ao futebol. Ou então é mesmo esta falta de tempo que me assola e destroça e pouco sobra além da velha lógica de toca e foge de que acusam muitas vezes as mulheres no geral e a mim em particular.
E suspeito que entrar nesta minha casa é como espreitar à fechadura, entrevendo alguma intimidade, estados de humor, irritações e alegrias. Ou talvez até o fundo escuro seja intimista e as letras azul-turquesa não derramem cor suficiente e a empatia se torne uma possibilidade real, já que ninguém é assim tão diferente...
Mas por uma fechadura nunca se vê a totalidade e é no não visto que se escondem os detalhes. Aliás, não é que não saiba que me desvelo por cá. Não é que não tenha consciência que vou falando de coisas que me atingem, me preocupam, me deliciam. Mas assusta-me que por vezes tentem ver para além do umbigo que quero mostrar. Ou que alguém ache que vê…