Há dias, uma notícia num qualquer jornal (já nem os distingo sequer!) falava de uma qualquer estatística (a interpretação do dia? será mesmo verdade?) que demonstrava que, para combater a crise, os portugueses poupavam na comida, não compravam os medicamentos, mas mantinham os telemóveis e os canais por cabo. E provavelmente também as carteiras e os sapatos da moda e as férias pagas a prestações, se ainda encontrarem uma qualquer financeira que lhes empreste dinheiro. E depois são os 10% de desempregados e os que, nunca tendo trabalhado, vivem das prestações sociais e não contam para as estatísticas. Também costumam ter telemóvel e, provavelmente, a sport-tv. Mas há nisto tudo um tom de miséria e fatalismo e de gente enredada em muito pouco e uma incapacidade absolutamente gritante para virar as costas ao fado das notícias, à canção do desgraçado em pano de fundo, à incapacidade real de redigirem uma simples carta para acompanhar os CV que as novas oportunidades lhes impigem formatados e todos os homens que mordem um cão cada vez mais mirrado em prime-time. E nem a bola, desta vez!
2010-06-16
Faduncho
aqui
Há dias, uma notícia num qualquer jornal (já nem os distingo sequer!) falava de uma qualquer estatística (a interpretação do dia? será mesmo verdade?) que demonstrava que, para combater a crise, os portugueses poupavam na comida, não compravam os medicamentos, mas mantinham os telemóveis e os canais por cabo. E provavelmente também as carteiras e os sapatos da moda e as férias pagas a prestações, se ainda encontrarem uma qualquer financeira que lhes empreste dinheiro. E depois são os 10% de desempregados e os que, nunca tendo trabalhado, vivem das prestações sociais e não contam para as estatísticas. Também costumam ter telemóvel e, provavelmente, a sport-tv. Mas há nisto tudo um tom de miséria e fatalismo e de gente enredada em muito pouco e uma incapacidade absolutamente gritante para virar as costas ao fado das notícias, à canção do desgraçado em pano de fundo, à incapacidade real de redigirem uma simples carta para acompanhar os CV que as novas oportunidades lhes impigem formatados e todos os homens que mordem um cão cada vez mais mirrado em prime-time. E nem a bola, desta vez!
Há dias, uma notícia num qualquer jornal (já nem os distingo sequer!) falava de uma qualquer estatística (a interpretação do dia? será mesmo verdade?) que demonstrava que, para combater a crise, os portugueses poupavam na comida, não compravam os medicamentos, mas mantinham os telemóveis e os canais por cabo. E provavelmente também as carteiras e os sapatos da moda e as férias pagas a prestações, se ainda encontrarem uma qualquer financeira que lhes empreste dinheiro. E depois são os 10% de desempregados e os que, nunca tendo trabalhado, vivem das prestações sociais e não contam para as estatísticas. Também costumam ter telemóvel e, provavelmente, a sport-tv. Mas há nisto tudo um tom de miséria e fatalismo e de gente enredada em muito pouco e uma incapacidade absolutamente gritante para virar as costas ao fado das notícias, à canção do desgraçado em pano de fundo, à incapacidade real de redigirem uma simples carta para acompanhar os CV que as novas oportunidades lhes impigem formatados e todos os homens que mordem um cão cada vez mais mirrado em prime-time. E nem a bola, desta vez!
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12 comentários:
Tu não me enerves (mais), melher. Que eu sou daquelas que vai sofrer (a valer!) com o novo aumento de impostos, e que tem por hábito poupar e tudo, que nunca corta na paparoca (era o que mais faltava, foi assim que fui ensinada), que compra a pronto, em saldos e outlets (para roupa de trabalho não é preciso mais), que já anda a pensar num plano para cortar no que não é preciso e fazer face ao que aí vem. E, surpresa, ganho muito mais do que aqueles que esbanjam em produtos de luxo (ou pseudo luxo), que nem pestanejam quando uma cigana lhes pede 50 aérios por uma luis vutão de plástico, que ligam amiúde à amiga cofidis para lhes depositar mais 500 parrecos na conta.
Porque para mim luxo é passear e comprar livros quando me apetece, ter um pé de meia e uma casota confortável, e não quero prescindir disso, vou cortar. Em saídas, em parvoíces, em tretas.
E ninguém corta essa gentinha que nós (sim, tu e eu, os contribuintes habituais) andamos a sustentar. Pobres espíritos, jasus.
Acredita que também vou ser penalizada. Mas ainda não senti. Sei que ai vem, estou à espera, vou-me prevenindo. Mas o pior é quando as taxas de juro começarem a subir: ai não sei como vai ser. É que se pelo lado dos jornais temos o Apocalipse em diária com entradas sucessivas, do outro lado temos o povoléu agarrado à gaita e ao mundial e a uma espécie de esquizofrenia "queima os últimos cartuchos".
Fez o mês passado, 635 anos que o Rei D. Fernendo, mandou promulgar em Santarem, a Lei das Sesmarias.
Esta lei, esntre outras tinha a finalidade de erradicar os indigentes e ociosos, fazendo com que trabalhassem a terra que tinha sido abandonada, face à valorização da mão-de-obra nas cidades, por via da mortandade verificada, devido ao efeito da peste negra.
Parece-me uma medida adequada à realidade actual.
Quem usufrui dos recursos de uma sociedade tem de dar contrapartidas a essa mesma sociedade.
Poupar na alimentação da mais saúde logo menos despesas em medicamentos logo mais vontade de andar a pé ....
beijo
Ah, mas diz-me, Bartolomeu, onde encontraremos nós hoje entre a corja que se agarra ao poder - à direita, à esquerda, por cima, por baixo, de ladecos... - alguém com a competência e o rasgo do saudoso rei Trovador?
Olha que não sei, Caire: são bem capazes de se meterem todos no McDonalds.
Quando escreves "rasgo" presumo que te refiras a "tomates"?!
Mas olha, Hip, continuando este país no rumo que tomou, não vai surgir outra solução!
oooh!No Mc já els estão metidos, mas è só po lanche! ou pa seia!
Espreita e compara o valor do saquinho da saladinha lavadinha ou da pizza que não tem nada pa comer
Viver da teta do Estado é hábito calcificado: do povinho às grandes empresas à cata de licenças, passando pelos grupos de comunicação social e regressando aos rendimentos de inserção. E depois há assim uns otários como eu, que se limitam a pagar as facturas. Não sei se ainda faltam tomates: mirraram e desapareceram há muito. O mal é que vai faltando teta.
E que lhes importa se a menos de 10 euros enchem o bucho com pouco e enganam a fome? Desde que sobre para as mariquices, na farmácia e em verduras não hão-de gastar tostão.
Estou-me nas tintas po que comem,
o que queria mesmo era te dar 1 la mi ré porque tive saudades de ca vir. iiiops sei que a ultima refeição é com c o corrector é que não sabe! Distracção e falta de pratica é o que é. Bisous
e eu tenho saudades de te ver por aqui :) gosto dos teus lamirés ;-)
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