2012-09-10

Amizade

Acho que, para além de todos os meus defeitos – que tenho muitos! –, sou uma pessoa leal. Pelo menos gosto de pensar que sou: defendo aquilo em que acredito e aqueles de quem gosto e espero que me paguem na mesma moeda. Também espero que a integridade que temos (ou a que nos sobra, não sei bem) passe exactamente por essa lealdade com que as coisas são enfrentadas. Não dá para estarmos a defender hoje uma coisa e amanhã o seu contrário só para agradar ao interlocutor do momento. Como não dá para andar a trocar de amigos como quem muda de cuecas. Mas tem de haver um mínimo, obviamente: respeito mútuo. Se este se perde, num instante viro costas e não volto a olhar para trás. E não respeito facilmente alguém: é preciso mais do que sorrisos ou agrados ou elogios ou o que seja. Penso por mim e tiro as minhas conclusões da forma como vou entendendo o outro e a forma como o outro reage comigo ou com terceiros enquanto observo. Não costumo, como se diz na minha terra, emprenhar pelos ouvidos. Depois, sou uma mula teimosa o suficiente para preservar os que chego a considerar amigos contra ventos e marés.

4 comentários:

deep disse...

Tive uma prima (que, infelizmente, perdi há um ano) que dizia que eu sou uma "keeper", mas ultimamente tenho-me dado conta de que, para o sermos, é necessário que aqueles que consideramos amigos o sejam também. Com o tempo, vamos fazendo a "filtragem". Há uns anos, li uma frase, cujo autor desconheço, que diz o seguinte "Mostra-te realmente como és e verás os amigos que tens.". Já perdi pessoas que julgava amigas por não ter estado de acordo.

Boa semana. :)

mfc disse...

Gosto dessa frontalidade... e já nos conhecemos há uns anitos!

Toma um grande xi...

Hipatia disse...

Já perdi muitos bons amigos para as curvas da vida, a distância, até para a morte. Em muitos casos, lamento o esforço extra que não fiz para que o contacto fosse mais frequente, mas a verdade é que há os reencontros e, esses, são do mais fantástico. Mas sou desconfiada e cautelosa: se chego a chamar amigo - o que não é imediato nem óbvio - então quero mesmo que fiquem para sempre comigo. Mesmo com as voltas da vida, a distância e até a saudade profunda daqueles que nunca mais vão estar comigo

Hipatia disse...

É verdade. Uns oito anos, se não me engano :D

E, sim, para o bom e para o mau, acho que a frontalidade é precisa sempre. Mas há umas coisas em que não me fazia mal ter mais jeitinho, mais cuidado a fazer o "embrulho" antes de bater de frente ;-)