A minha amiga mais antiga, mais velha do que eu um mísero dia, está a morrer. Esclerose Lateral Amiotrófica.
Em apenas dois anos desde que se declarou a doença até agora, o corpo foi-se desligando. Não fala há meses. Agora todos os dias são uma luta só para respirar. E o pior? Lúcida. Sem perder um único neurónio a não ser os responsáveis pela parte muscular. Presa ao corpo irreversivelmente, sabendo que definha e vai morrer, se não hoje, amanhã ou para a semana, deixando para trás dois filhos pequeninos.
Puta de doença!
4 comentários:
O meu abraço. Não o conheço mas sei (quase) como é. Eu tive uma coisa parecida «Gillan-Barré) ,as que regressa e cura. Demorei dois meses a recuperar a mielina e os nervos periféricos. Entretanto perdi toda a massa muscular. Com fisioterapia e ginástica assistida, estou quase bem. Perdi 20 quilos o que só me fez bem. Estou agora melhor do que estava antes.
A mielina é um coisa misteriosa, mas a medicina está a avançar no seu controlo.
O que posso dizer-te? Qualquer palavra será pouca coisa. Perdi, há pouco mais de um mês, um primo, ainda jovem e lúcido, como a tua amiga, com uma doença degenerativa. Custa vê-los definhar. Sentimo-nos impotentes.
Só posso deixar-te um abraço.
Tenho um primo que passou o Natal internado com Gillan-Barré. Felizmente já entrou 2017 em casa: muito fraco, a precisar de muita fisioterapia, mas em casa. Apanhamos um susto. Um susto feio.
2016 foi um ano de demasiados sustos por estes lados. Não deixa saudades.
Espero que recupere completamente!
Obrigada. E feliz 2017!
Sabes, Deep, sobreviveu ao Natal. Sobreviveu à mudança de ano. Eu, egoísta que sou, continuo para aqui a pensar que foi bom para as meninos não associarem nunca a morte da mãe ao Natal e, no entanto, a desejar que vá. Está sofrer demais e não consigo tolerar o tanto de sofrimento sem nunca perder consciência do que se está a passar. E, sim, sinto-me profundamente impotente. E covarde, porque acho que no lugar dela já tinha pedido há muito que me ajudassem a morrer :(
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