Houve sempre no "comentarismo profissional" português um reflexo perfeito do que se passa para lá do espaço de opinião: há as cliques, os ódios, os interesses, as modas, as votações inconsequentes, as micro e macro causas, os fogachos de qualquer outra coisa rapidamente esquecida e muita, demasiada gente, que encontrou ali um púlpito onde tentaram fazer-se maiores ou melhores do que os outros. Que importa quando o Rei vai nu se diz os disparates que se quer ouvir ou se defende as cores do clube de futebol favorito? Até o Esteves estava certo em alguns dias!
É verdade que uns provam-se interessantes. Mas já eram interessantes antes. A maioria, no entanto, tende a transformar-se em "sound bites" ou pixéis supérfluos, quando, ao terem mais olhos do que barriga, acabam a dar com os burrinhos na água. Podem até cair de pé, mas só porque agarrados como junkies à visibilidade da celeuma criada e ao facilitismo da promessa básica, vácua e populista.
Ouve e vê quem quer, como é óbvio. Acredita o predisposto. No fim, cada um tem o comentarista que merece e mais não se pode esperar.
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