Se há coisa com que não me identifico é com as tretas que querem pespegar ao "feminino", género folclórico e mítico de um imaginário que só existe em algumas cabecinhas, com as suas revistas sem conteúdo, mais os cremes e as carteiras e as cuecas e os sapatos e o cabelo e raio que os parta.
Não gosto de ir ao cabeleireiro, não gosto que me mexam e por isso dispenso massagens, nunca tive fetiches nem com pés nem com sapatos e a maioria da roupa foi desenhada a pensar em anorécticas sem mamas, pelo que ir às compras deprime-me.
E também nunca me dei lá muito bem com flexões, pelo que poses lambe-cu também é coisa em que não tenho prática, mesmo pagando tanta vez esta incapacidade crónica para virar capacho.
Depois, eu cá sempre gostei de legos. E de carrinhos de rolamentos. E de trepar às árvores... O pior é que agora tenho de pensar sempre quanto me custa montar cada peça de lego de que o Banco leva uma parte à fatia mensal e sou incapaz de deitar fora qualquer peça, mesmo as que fazem menos falta; e os carrinhos de rolamentos agora precisam de airbags e já não são travados só à força de sola ou pedante descalço; e trepar às árvores é que já não dá mesmo, porque me pesa demasiado o cu.
Deve ser por isso que refilo tanto. Enquanto refilar, ainda me agarro a um pedacinho do eu que fui para não me perder de mim. Além do mais, sou do Porto, o que me dá assim uma costela perto da chinela e, se preciso for, até as mãos deito à cinta para ficar bem povona.
Por isso, acharem que dou € 35 por um jantar merdoso com administradores que se esquecem sempre de quanto pagam a quem está mais abaixo, faz-me andar a refilar há semanas e, sem sorriso, deixo que a tromba refilona lhes explique como estou cheia de vontade de os mandar a todos para um grande, imenso (de preferência, sem serventia) caralho! E não vou. Ponto!
Não gosto de ir ao cabeleireiro, não gosto que me mexam e por isso dispenso massagens, nunca tive fetiches nem com pés nem com sapatos e a maioria da roupa foi desenhada a pensar em anorécticas sem mamas, pelo que ir às compras deprime-me.
E também nunca me dei lá muito bem com flexões, pelo que poses lambe-cu também é coisa em que não tenho prática, mesmo pagando tanta vez esta incapacidade crónica para virar capacho.
Depois, eu cá sempre gostei de legos. E de carrinhos de rolamentos. E de trepar às árvores... O pior é que agora tenho de pensar sempre quanto me custa montar cada peça de lego de que o Banco leva uma parte à fatia mensal e sou incapaz de deitar fora qualquer peça, mesmo as que fazem menos falta; e os carrinhos de rolamentos agora precisam de airbags e já não são travados só à força de sola ou pedante descalço; e trepar às árvores é que já não dá mesmo, porque me pesa demasiado o cu.
Deve ser por isso que refilo tanto. Enquanto refilar, ainda me agarro a um pedacinho do eu que fui para não me perder de mim. Além do mais, sou do Porto, o que me dá assim uma costela perto da chinela e, se preciso for, até as mãos deito à cinta para ficar bem povona.
Por isso, acharem que dou € 35 por um jantar merdoso com administradores que se esquecem sempre de quanto pagam a quem está mais abaixo, faz-me andar a refilar há semanas e, sem sorriso, deixo que a tromba refilona lhes explique como estou cheia de vontade de os mandar a todos para um grande, imenso (de preferência, sem serventia) caralho! E não vou. Ponto!
7 comentários:
35 aérios??? Tá tudo maluco??? Não se arranjava um restaurante mais económico?
Deviam era fazer como aquele empresário espanhol, que tentou viver com o ordenado que pagava aos empregados. Não conseguiu, e aumentou-os a todos. Mas por cá, com a mentalidadezinha dos nossos entrepreneurs... o que eles querem é mais um BMW... que neura de país, pá.
(eu cá também adorava e adoro legos ;P)
e eu a pensar que nesta coisas de jantares de natal era a empresa que tratava de dar a refeição como prenda....
eu realmente ando mesmo a léguas do paraíso!! Ou melhor, as empresas é que andam!
35 aérios dá para muita coisa!
palhaços!
beijinho
caralhinhos que os fodam, pois claro.
vão gamar pá estrada, ou peçam dinheiro ao bpi (ou totta, ou...)
Está mesmo tudo doido, I! O ano passado também lhes deu uma doideira assim e, face à falta de comparência prevista, acabaram a suportar a factura. Este ano, ou mudam de ideias, ou dos muitos que já negociaram certamente como presentes no arranjinho combinado com quem se propõe apresentar uma ementa somítica, ou acabam a comer sozinhos. Quer dizer... sozinhos, sozinhos não digo, que aparece sempre alguém a pôr o rabito a jeito.
Empresas decentes, sim. Mas quem disse que trabalho para uma empresa com uma decência apresentável? Ainda caíam os lucros se dessem de comer às tropas...
Ir gramar o frete e pagar juros? Era mesmo só o que faltava! :P
Mais Vozes
Que falta de engenho minha amiga , já lá vão trinta e muitos anos e nas descidas desta minha Alhandra já se utilizavam tiras de pneu sobre os rolamentos de modo a minimizar o desgaste nas solas dos ténis .
frogas | | 12.06.07 - 12:33 am | #
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Sempre te poderias mostrar pró activa sugerindo aos senhores que fossem todos comer no ( . )
frogas | | 12.06.07 - 12:41 am | #
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ah eu vou, porque o meu quem paga é a empresa...
de resto, tb não gosto muito dessas ideias feitas que ilustram um só género feminino, como se as mulheres não tivessem personalidade própria, como se as mulheres só se cingissem a uma idea... caramba, nós somos muito mais complexas!
(e eu tb subi às árvores)
fábula | | Homepage | 12.08.07 - 12:28 pm | #
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A minha empresa, coitadinha, apesar dos lucros astronómicos, acha que não pode pagar um jantarzeco por ano aos funcionários.
E a ideia feita lá pelas cúpulas de que o pessoal vai, talvez lhes saia muito ao lado. Como tantas outras, aliás.
Hipatia | | Email | Homepage | 12.09.07 - 2:43 pm | #
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