2009-11-29

Lastros


aqui

Quantos mais mecanismos arranjamos para nos facilitar a vida, mais atolados parecemos ficar numa laçada de questões por resolver. E ainda pagamos sempre demasiado caro a ousadia.

2009-11-28

Oh pá!...


aqui

Como é que a Uma Thurman consegue não ter qualquer química nem com o Jeffrey Dean Morgan nem com o Colin Firth? Nenhuminha. Nada. Népia. Pusessem-me a mim no filme e… até era capaz de inventar um final alternativo fazendo a apologia da poligamia, carago!

2009-11-24

Para o meu amigo




Stop all the clocks, cut off the telephone,
Prevent the dog from barking with a juicy bone,
Silence the pianos and with muffled drum
Bring out the coffin, let the mourners come.


W.H. Auden - Funeral Blues



Não merecia ter sofrido; não merecia ter ido tão cedo. Não merecia!

2009-11-23

Ou as versões...


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E talvez...



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Troco :)



Um beijo grande de melhoras :)




(e vai da Sofia, para saberes que o beijo não nicka)


Medo

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«So, first of all, let me assert my firm belief that the only thing we have to fear is fear itself -- nameless, unreasoning, unjustified terror which paralyzes needed efforts to convert retreat into advance.»

Franklin D. Roosevelt


Às vezes penso que a ideia de viver no medo é muito mais aterrorizante do que o próprio medo. E às vezes parece-me que vivemos numa sociedade que, cada vez mais, explora o medo como se fosse a única forma de controlo possível sobre as almas, agora que os pecados foram (quase) todos apeados. Como se o medo fosse a nova arma esgrimida por quem nos tenta controlar os dias, quando os velhos nós se desfazem e as regras antigas são repensadas. E tenho medo da forma fácil como o medo é aceite, tão fácil que se prescinde de pequenos nacos de liberdade todos os dias, abocanhados pelo medo fabricado que se instala e nos corrói o âmago.

2009-11-20

Os anos oitenta


aqui



E que tal se me ajudassem a lembrar todas aquelas musiquinhas já quase esquecidas? Uma listinha vinha mesmo a calhar antes do Natal. Pode ser?

To Wish Impossible Things



all I wish is gone away

Agora é que foi!


aqui


Consegui foder o IE e nunca soube como "arranjar" os posts à minha maneira pelo Firefox.

Quem me manda a mim acreditar nas actualizações daqueles gajos? 8? Qual 8? Então o 7 não era tão mais bonito? Além de que funcionava. Mal, mas pelo menos funcionava.

Apre!

2009-11-18

A primeira tira de Calvin&Hobbes...

... foi publicada no dia 18 de Novembro de 1985. E foi esta:
Bill Watterson publicou a última 10 anos depois. É uma pena que não tenha produzido mais aventuras deste miúdo traquinas, divertido, e pensador...
Eu sou fã!

2009-11-16

Meninos, hoje não se fuma!

Nem amanhã. Nem depois.
Vai daí, era bom que deixassem mesmo de fumar, não era? Há quem diga que se o fizessem viviam mais tempo, e tinham mais saúde, e gastavam menos por mês, e os vossos filhos ficavam mais contentes, e tinham menos mau hálito, e compravam menos pastilhas, e a vossa casa cheirava menos mal, e os vossos amigos (quando vão a casa deles) não vos diziam "Se queres fumar vai para a varanda!", e...
Que vos parece?

Imagem daqui: armenios

2009-11-11

Desabafo


aqui


Há muitos anos atrás, quando comecei a aceder à Internet, fazia-o essencialmente para pesquisa. Só bem depois, já estando a trabalhar, contratei um serviço lentíssimo - pelo telefone, obviamente, que no sítio onde vivia as mariquices da banda larga teimaram a chegar - que me custava os olhos da cara. Mas a partir daí a minha ligação à Internet passou a ser também lúdica. Cirandei por vários espaços sem me prender em nenhum, até encontrar um pequeno fórum onde todos pareciam conhecer-se. Como nunca fui pessoa envergonhada, arranjei um nick e tratei de mandar uns bitaites. Não foi preciso muito e já estava a ser insultada, com direito a e-mails e tudo. Obviamente que dei de frosques, ingénua como só se foi realmente ingénuo durante muito pouco tempo neste meio.

Passados uns tempos, por curiosidade ou rebeldia ou pêlo na venta ou fosse o que fosse, arranjei outro nick e voltei ao mesmo fórum. O nick novo era a combinação das três letras do meu nome (como depois passou a ser habitual nos blogues) e dava-me uma trabalheira enorme manter convenientemente unissexo, para evitar insultos gratuitos à minha condição de mulher, como tinha acontecido antes.

Foi já com esse nick que recebi um e-mail muito simpático de uma outra frequentadora do fórum, a que respondi agradada. Desde esse dia, ela é minha amiga, mesmo com muita distância pelo meio. De todos os amigos que fiz na net é, sem dúvida, (mesmo que por semanas ou até por dias) a amiga mais antiga.

Através dela, conheci-lhe a família: três filhos incríveis e lindos que vi crescer e um maridão fantástico, que adoro, um doce de homem. E esse homem fabuloso está a morrer. Deram-lhe uma semana de vida e eu só posso descer a sul no Sábado. E eu ando a adiar descer, por mil e um motivos que nem sei bem se eram realmente importantes. E eu hoje só tenho lágrimas e tristeza e muita pena. Além de uma raiva imensa de estar tão longe, de ser tão impotente, de não poder salvar a minha amiga da dor e o seu amor da morte e aqueles meninos lindos que eu vi crescer de perderem um pai.

Por isso, não estou cá, nem vou responder aos comentários ou ler seja o que for. Perdoem, mas hoje só vim para o desabafo. Aqui, como sempre, consigo gritar. Não resolve nada, mas alivia.

2009-11-10

Em alternativa...


Buddy Christ

«Quando entrei para a escola primária, em 1977, na sala de aula lá estava, o homem bom, morto havia quase 2000 anos. Semi-nu, pregado numa cruz, a escorrer sangue da testa e das chagas. Bem por cima do quadro, era impossível ignorá-lo.

Aquilo incomodava-me, juro que me incomodava. Tinha seis anos e tinha que, todos os dias, ser confrontada com a imagem de um homem morto de forma especialmente perversa. Para mim, não era o filho de Deus que ali estava, mas uma vítima de tortura, ainda preso ao instrumento da sua morte. A figura não me suscitava exaltação ou gratidão pelo seu sacrifício, apenas horror e asco. »

I.




(Às tantas o Cardeal Glick é que a sabia toda, não te parece?)

2009-11-09

Coisitas

Já foi no outro dia...
(Ela, à procura) - Vocês não têm por aí um envelope fechado?
(Eu, muito muito séria) - Temos envelopes... mas estão todos abertos!

A I. lembrou bem

Berliner Mauer


aqui


Naquele dia de 1989 experimentei a esperança. Depois veio a realidade. E sei hoje que nunca mais na minha vida vou sentir o mesmo, aquela felicidade sem nexo de quem vive para ver a História acontecer.


2009-11-08

Devia ser assim tão simples



«Se não acreditas no casamento entre pessoas do mesmo sexo, então não cases com alguém do mesmo sexo»

Está de chuva


aqui

As bátegas da chuva fria do Inverno que parece por fim ter chegado aninham-se nos beirais e vão escorrendo pelas vidraças como lágrimas. Escorrem calmas, fazendo trilhos no domingo que se arrasta. Dentro do quarto o tempo vai morno agora. A tempestade já passou.

hmm...



(Acho que me esqueci dos clássicos...)

2009-11-06

O desafio da I.



Prometido e cumprido, menina :)

Desencontro


aqui

Pedes-me que te revisite pelo fim da tarde, nos tempos cansados dos desencontros dos dias. Prefiro sarar o corpo primeiro e resisto, traçando os passos que me levam ao banho que me falta. Digo-te para vires depois. E talvez te venhas, mas já não comigo, que o jogo do empurra leva o desejo para mais além e fica apenas o amargo na boca do beijo semi-beijado, do corpo semi-tocado, da alma que resiste. Pedes-me e eu peço e não sabemos pedir, ainda assim. Como se o tempo de cada um não soubesse ser o tempo comum e cada segundo fosse história diferente, paralela gigantesca de desencontros. E acabamos submergidos pelo cinzento, este cinzento que entrou e fica em nós.

2009-11-05

Haja liberdade para (des)crer...

Bem sei que hoje e amanhã está toda a gente ocupada a pensar na apresentação e discussão do Programa do Governo, mas eu fui buscar o temazito do laicismo nas escolas... apeteceu-me, pronto! Descobri que existe em Portugal uma tal de "Associação Ateísta", coisa que (vagueando eu entre o agnóstico e o ateio) achei muito interessante. Avancemos. Leiam o comunicado que a dita Associação emitiu e o qual sublinho na íntegra.

Crucifixos nas escolas
A Associação Ateísta Portuguesa (AAP) não pode deixar de se congratular com a decisão histórica do Tribunal Europeu dos Direitos do Homem, em Estrasburgo, ao considerar a presença de crucifixos nas salas de aula “uma violação do direito dos pais de educar os seus filhos de acordo com as suas convicções” e “uma violação da liberdade religiosa dos estudantes”.
A escola laica é o reflexo de um Estado laico onde, ao contrário dos estados confessionais, a liberdade não é apanágio da religião oficial mas um direito de todas, direito igualmente conferido aos ateus, cépticos, agnósticos e livres-pensadores.
Perante a agressividade de várias religiões na disputa do mercado da fé, esta decisão histórica deve servir de aviso às professoras que pretendem dar aulas de burka, às comunidades que pretendem ver as escolas transformadas em madraças e a todos os prosélitos que querem uma escola ao serviço das suas crenças.
A jurisprudência do Tribunal Europeu dos Direitos do Homem remete para o foro privado as práticas religiosas cabendo aos Estados respeitá-las e defendê-las.
Intransigente na defesa da laicidade do Estado, que o mesmo é dizer, do direito de todos os cidadãos à crença, descrença ou anti-crença, a AAP reitera a sua satisfação e solidariedade pela sábia decisão tomada pelo referido Tribunal.
Reduzir o espaço de confronto religioso entre os fundamentalistas de várias religiões é contribuir para a paz e a liberdade, dois valores fundamentais da democracia.
Espera ainda a Associação Ateísta Portuguesa (AAP) que o Governo português exerça a vigilância que deve em relação aos abusos que ainda persistem, por incúria, nas escolas e hospitais públicos.

Se a querem conhecer, cliquem:
Associação Ateísta Portuguesa

2009-11-04

(...)


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Do mal o menos (ou algo assim)


Let's pretend it's not
It doesn't mean a thing


O sexo hoje é demasiado explícito em todos os sentidos. Nada contra o sexo explícito. Não sou pudica. Mas a forma explícita como se tenta chegar a ele faz-me confusão: os engates básicos, as bocas em tom de frase feita e sem magia, o propor sexo sem sequer se saber se beijar aquela boca vai saber bem. É óbvio que o nosso corpo recorda o prazer, ainda que seja necessário que a mente reconstrua esse prazer para o adaptar ao dia-a-dia. E sexo é bom. Antes tê-lo do que deixar o corpo em pousio. Mas questiono-me se algum de nós quererá ser só, por mais satisfatório que momentaneamente isso pareça ou seja, o dildo particular de outra pessoa. Por curiosidade, necessidade física, ego, seja o que for, transformarmo-nos em objecto dar-nos-á, em última análise, um mero alívio físico. No fim, cada um de nós descobrirá que isso não basta. Mesmo que também não faça mal nenhum.

2009-11-03

Tristes T(r)ópicos

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«Le savant n’est pas l’homme qui fournit les vraies réponses, c’est celui qui pose les vraies questions.»


Morreu Lévi-Strauss.

National Geographic dá o 7º ao Douro

INFORMAÇÃO: VALE DO DOURO,
DESTINO TURÍSTICO SUSTENTÁVEL

A National Geographic Society (NGS) divulgou a sexta lista anual de destinos turísticos sustentáveis, com base numa recente avaliação para a qual contribuíram mais de 400 peritos especialistas em diferentes áreas do turismo, que coloca o Vale do Douro no 7.º lugar, a nível europeu, e 16.º lugar, a nível mundial, desse ranking, entre 133 destinos turísticos em todo o mundo.
(...)

2009-11-01

Bailarinas


aqui

As palavras são sempre o que quisermos fazer com elas. Dependem da nossa vontade, até quando descodificamos a vontade dos outros. Para mim, são uma das poucas formas que conheço para dar ordem ao meu caos sem ser devorada por ele. Há dias em que são tristes e feias; noutros dias, vestem-se de alegria e beleza. E, num mundo que não controlo por mais que me esforce, são sempre o pouco que detenho e dão-me uma miragem de poder. Mesmo mudas. Ou até quando estão mudas. É que basta um sopro e hei-las, de novo bailarinas, cheias de vida.