Assusta-me a forma como agora há tanta gente de memória curta a defender a vinda do FMI. Eu também era pequena, demasiado pequena até para ter memórias tão fortes. Mas se as tenho, é porque não foi coisa pouca; como se o FMI não tivesse entrado por aqui dentro e tendo cagado em cima da cabeça de todos com objectivos de curtíssimo prazo que deixaram muita gente demasiado mal. E era gente à moda antiga, habituada a pouco. Mas agora são os maiores daqui e dos arredores.
E já te li lá no teu e ia comentar, mas preciso ir dormir, que os fins de trimestre são fodidos. Mas há uma coisa que precisas lembrar: há muita gente a aturar anormais que, mesmo estando dentro de uma instituição privada, pensam que podem exigir como se fosse serviço público. E têm de aturar à mesma todos os anormais e com muito menos garantias e, quase sempre, ordenados bem mais modestos. Tirando essa parte, concordo integralmente contigo.
Eu também conheço essa realidade ;) e acredita que dou valor. Não entendo as pessoas que são malcriadas e entram a mandar vir, sem cumprimentar nem nada, seja onde for. Boa educação deve-se a todos, seja a empregada de limpeza seja o sr. director geral. Quanto aos salários, não tenho termo de comparação. Mas só posso dizer que por cá se ganha, genericamente, mal. Mas parece que nos temos de conformar, que isto é um país pobre, né?
A espiga toda, é que, com FMI, ou sem FMI, os causadores da crise e aqueles que gravitam em volta e que mamam da mesma teta, passarão incólumes. A espiga seguinte, é que, aqueles que provocaram esta crise e os que gravitam em volta e mamam da mesma teta, quando o FMI se for embora, vão voltar a gerar outra crise. A espiga-mãe de todas as espigas, é que somos nós, as vítimas das crises, que geramos e formamos e elegemos para o sítio certo, os que provocam as crises e os que mamam na mesma teta...
As pessoas são malcriadas a todos os níveis, incluindo o mais evidente, que é a forma como foram educadas em casa. Mas tu sabes - que me lês há tempo suficiente - que eu acho que isto é uma questão geracional: depois de todo o facilitismo, de todos os fundos perdidos (e não só porque eram a fundo perdido) e todos os desvarios, um dia haveria de chegar a factura. Cá a temos. Culpar só os políticos em geral e este governo em particular, é continuar a perdoar todas as asneiras de todos os portuguesinhos, sempre lestos no estender da mão e parcos a dar o seu quinhão. Pagam os do costume, os que estão mais a jeito, os que pagam sempre o fandango todo.
E no entanto há medidas com que concordo, ainda que nunca deveriam ter sido criados os mecanismos que agora obrigam a pô-las em prática. Porque é mesmo preciso controlar o que vai para quem nunca contribuiu para o bolo de onde sai tudo; porque os bancos (e as grandes empresas em geral) precisam pagar impostos que reflictam os lucros obscenos; porque me parece justo dentro da injustiça tributar mais quem tem mais de facto. E há outras que pecam por serem insuficientes ou tardias, como o da frota automóvel. E a espiga, no fim, somos todos nós. E, sim, começa na classe política, passa pelas centrais sindicais e esbarra depois num povo que não sabe poupar e quando é preciso produzir, prefere que faça o vizinho, que ele vai de baixa, ou ver o Papa, ou de férias, ou então simplesmente reclamar mais um bocadinho.
6 comentários:
Era pequerrucha mas, pelo que me lembro, foi à bruta e sem pedir licença, não foi?
Queres ver que voltam? Hum?
Que sensação de deja vu...
Assusta-me a forma como agora há tanta gente de memória curta a defender a vinda do FMI. Eu também era pequena, demasiado pequena até para ter memórias tão fortes. Mas se as tenho, é porque não foi coisa pouca; como se o FMI não tivesse entrado por aqui dentro e tendo cagado em cima da cabeça de todos com objectivos de curtíssimo prazo que deixaram muita gente demasiado mal. E era gente à moda antiga, habituada a pouco. Mas agora são os maiores daqui e dos arredores.
E já te li lá no teu e ia comentar, mas preciso ir dormir, que os fins de trimestre são fodidos. Mas há uma coisa que precisas lembrar: há muita gente a aturar anormais que, mesmo estando dentro de uma instituição privada, pensam que podem exigir como se fosse serviço público. E têm de aturar à mesma todos os anormais e com muito menos garantias e, quase sempre, ordenados bem mais modestos. Tirando essa parte, concordo integralmente contigo.
Eu também conheço essa realidade ;) e acredita que dou valor. Não entendo as pessoas que são malcriadas e entram a mandar vir, sem cumprimentar nem nada, seja onde for. Boa educação deve-se a todos, seja a empregada de limpeza seja o sr. director geral.
Quanto aos salários, não tenho termo de comparação. Mas só posso dizer que por cá se ganha, genericamente, mal. Mas parece que nos temos de conformar, que isto é um país pobre, né?
A espiga toda, é que, com FMI, ou sem FMI, os causadores da crise e aqueles que gravitam em volta e que mamam da mesma teta, passarão incólumes.
A espiga seguinte, é que, aqueles que provocaram esta crise e os que gravitam em volta e mamam da mesma teta, quando o FMI se for embora, vão voltar a gerar outra crise.
A espiga-mãe de todas as espigas, é que somos nós, as vítimas das crises, que geramos e formamos e elegemos para o sítio certo, os que provocam as crises e os que mamam na mesma teta...
As pessoas são malcriadas a todos os níveis, incluindo o mais evidente, que é a forma como foram educadas em casa. Mas tu sabes - que me lês há tempo suficiente - que eu acho que isto é uma questão geracional: depois de todo o facilitismo, de todos os fundos perdidos (e não só porque eram a fundo perdido) e todos os desvarios, um dia haveria de chegar a factura. Cá a temos. Culpar só os políticos em geral e este governo em particular, é continuar a perdoar todas as asneiras de todos os portuguesinhos, sempre lestos no estender da mão e parcos a dar o seu quinhão. Pagam os do costume, os que estão mais a jeito, os que pagam sempre o fandango todo.
E no entanto há medidas com que concordo, ainda que nunca deveriam ter sido criados os mecanismos que agora obrigam a pô-las em prática. Porque é mesmo preciso controlar o que vai para quem nunca contribuiu para o bolo de onde sai tudo; porque os bancos (e as grandes empresas em geral) precisam pagar impostos que reflictam os lucros obscenos; porque me parece justo dentro da injustiça tributar mais quem tem mais de facto. E há outras que pecam por serem insuficientes ou tardias, como o da frota automóvel. E a espiga, no fim, somos todos nós. E, sim, começa na classe política, passa pelas centrais sindicais e esbarra depois num povo que não sabe poupar e quando é preciso produzir, prefere que faça o vizinho, que ele vai de baixa, ou ver o Papa, ou de férias, ou então simplesmente reclamar mais um bocadinho.
Enviar um comentário