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De um momento para o outro, pior do que um tutear que não foi pedido ou concedido, temos a fulanização total e absoluta, passando toda a gente a fulano. E os fulanos, por norma, são aqueles que berram pelos direitos que nem sabem que têm porque outros berraram antes e berram ainda contra os direitos dos outros, os tais que nem sabem que existem. E estes fulanos que berram e berram há muito que se eximiram da cidadania. Pior, nesta democracia de fulanos, os fulanos são sempre os outros. E, esses, claro que não têm os mesmos direitos que o fulano que berra, especialmente se os direitos de uns e outros estão em confronto. Porque a liberdade dos fulanos nunca acaba onde começa a liberdade de outro fulano. Enquanto berra, assume que a sua liberdade de fulano é a única ilimitada. Se for preciso, até se arranja uma manifestação de muitos fulanos pelas ruas. Berrando contra tudo e contra todos. Propor ou fazer é que já não é coisa de fulano, parece, mas podemos sempre mandar uns fulanos à Eurovision.
2 comentários:
Os fulanos ganharam pela mensagem interna que sempre passaram... simbolizam uma certa ideia de contrapoder!
Talvez seja uma questão de feitio, da forma como sempre achei que, seja o que for que se comece, é para terminar e ver frutos; que se há alguma coisa a precisar ser mudada, então arranja-se forma diferente de fazer. É do meu feitio não gostar de meias tintas, de saudosismos e outros ismos que tais, de choradinhos e constantes reclamações só porque sim e de constante dizer mal sem alternativas. E neste país de fulaninhos, irrita-me que a luta seja alegria em tom de anedota e as passeatas não sejam para levar a sério porque não trazem nada de novo e as oposições nem sequer queiram ser governo. É feitio, é. E talvez o verdadeiro fado seja esta merda de país de fulanos cobardes que nos sobram, de mão sempre estendida para pedir, mas sem nunca quererem realmente dar nada à troca. E invejosos também, que nunca pedem só para eles, pedem sempre contra alguém, mesmo que esse alguém seja quem os pariu e que tanto sacrificou na esperança que não voltassem ao tempo em que uma sardinha alimentava oito filhos e o gato e fazer a 4ª classe era só para fidalgo.
Contrapoder? Não há! Há o poder que se multiplica e só de vez em quando tem cor diferente e um maralhal de fulanos a reclamar.
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