2006-02-27

Bolas!

Não consigo comentar no meu blogue.

Estou fula!


(Estive a salvar os comentários antigos para o blogger. Por acaso alguém sabe dizer-me se esta caca tem limite de espaço?)


"Comments have been disabled on this post." É isto que me aparece. Nem sei percebo como conseguiste comentar, Maria Árvore. Eu fico ali a olhar para a janelinha e ela a mandar-me pastar.

Desisto! É superior à capacidade de entendimento dos meus Tico e Teco. Já limpei cookies, já limpei IP, já limpei os temporários, já limpei até o raio que o parta. Nicles...

Amanhã vê-se e esperemos que o S. Cap, apesar do retiro, veja o meu grito de pânico.

Linguística? hmm

HASH(0x8b0fcbc)
7 Types of Intelligence - Which is yours?

brought to you by
Quizilla


Por acaso até acho que tem tudo a ver comigo...

2006-02-26

Salvé dia 21 de Fevereiro





Yanni - Nightingale


Não sabia mesmo, minha querida. E estou demasiado atrasada e é uma vergonha. Mas não podia deixar de te dar parabéns. Para o ano será no dia certo. Fica aqui prometido :)

2006-02-24

Prefácio de "Pinok e Baleote"

Depois da ilha do Fogo e da Brava existe Tamarindo.
Segredo bem guardado pelo português que a achou. Muitas vezes ignorada pelos crioulos que preferem não falar dela, embora habite um local bem próprio dos seus corações.
Ilha imaginária? Ó meu amigo, faça favor de olhar bem o mapa. Não vê ali uma ilha quase chegada a Djabraba? Vê como eu tinha razão?… Bem sei que alguns cartógrafos se esquecem de a assinalar no mapa, conferindo-lhe a importância de ilhéu.
Mas não é bem assim. Nessa ilha cujos habitantes têm um falar mais parecido com o Kriolu Kuradu, também existe o tripitxi e as crianças comem sukrinha nas sombras que sobram do sol ao meio dia. Flora, fauna e modo de viver, em tudo Tamarino é parecida com as outras ilhas caboverdeanas.
Se falo disto, é porque preciso explicar a origem desta história que Djon nos conta. Não vão os jovens Portugueses fazer uma grande confusão geográfica.
Importava publicar a narrativa deste menino crioulo que conheci em 1979, para que a rapaziada daqui fique com uma pequena ideia do ambiente das ilhas.
É que os portugueses andam muito esquecidos dos locais por onde passaram…
Se tiverem alguma dificuldade em entender as palavras estranhas que vão surgindo, deixei, no final da história, um pequeno dicionário com curiosidades, que pode ser consultado.
Bem, se gostarem desta história, sou capaz de me entusiasmar e contar outras que por lá escutei.
Vamos então começar…


Kusa ke kusa
ki fika kusa
nes mundu

APADEDICAndo


aqui


Para quem ler esta menina e, depois, ainda for ler esta também, informo que o dia está certo, mas o mês está completamente errado: é em Março, carago!

Às duas: muito obrigada!

O livro do Gaivina: 'Pinok e Baleote'


A editora Pé de Página e a associação cultural Moinho da Juventude, têm o prazer de o convidar para a apresentação do livro “Pinok e Baleote” de Miguel Horta, que terá lugar nas instalações da biblioteca António Ramos Rosa no dia 5 de Março de 2006 (Domingo)

pelas 16 horas.

Este acontecimento terá a presença das Batukadera di “Finka Pé”

Travessa do Outeiro, nº 5 , Alto da Cova da Moura,
Buraca – Amadora. 214971070

Pinok e Baleote

De Tamarindo, ilha imaginária de Cabo Verde, chega-nos a história de Pinok, um menino crioulo com fama de muito mentiroso. O relato de uma amizade entre homens e animais que acaba por salvar a ilha, semeando solidariedade.

Em jeito de contador de histórias, Miguel Horta leva-nos através da atmosfera das ilhas, fazendo-nos sentir a cultura crioula.

Miguel Horta é um pintor que gosta de palavras e de pessoas. Tem trabalhado pelo país fora na promoção do livro e da leitura e em educação pela arte. A uma obra marcada pelo oceano junta-se, agora, um rio de palavras que desaguam numa cultura comum.




E pronto! Já cá está. Digam lá que não é uma surpresa boa...

2006-02-23

A homenagem

A morte saiu à rua num dia assim
Naquele lugar sem nome para qualquer fim

Uma gota rubra sobre a calçada cai
E um rio de sangue de um peito aberto sai

O vento que dá nas canas do canavial
E a foice duma ceifeira de Portugal

E o som da bigorna como um clarim do céu
Vão dizendo em toda a parte o Pintor morreu

Teu sangue, Pintor, reclama outra morte igual
Só olho por olho e dente por dente vale

À lei assassina, à morte que te matou
Teu corpo pertence à terra que te abraçou

Aqui te afirmamos dente por dente assim
Que um dia rirá melhor quem rirá por fim

Na curva da estrada há covas feitas no chão
E em todas florirão rosas de uma nação

A Morte Saiu À Rua by Zeca Afonso on Grooveshark

Pedro Mandes

A Isabel pediu um dia com o Zeca. E nem era preciso pedir. Zeca Afonso faz parte da minha história. É, talvez, a primeira música que lembro ouvir, sentada no colo do meu avô, enquanto me diziam que não podia ser mais alto, que não podia contar na rua. E Zeca Afonso tocava. E tocava-me. Toca-me ainda. Porque faz parte da minha história. Porque o junto nas memórias às memórias da minha família, ao meu avô que também já cá não está.

E a homenagem é ao Zeca Afonso, neste dia em que se fala da sua morte; mas é também a homenagem ao meu avô. E, acima de tudo, a todos os pintores - todo o tipo de pintor: os que pintavam com aguarelas ou óleos, os que pintavam com palavras, os que pintavam com acordes, os que pintavam apenas com as trinchas ou os arados do trabalho quotidiano - que celebraram a vida por entre o escuro e triste deste País.

Foram-se os vampiros de outrora; sobram os vampiros de fato novo, promovidos a doutores. E os pintores caem ainda por terra. Haja quem os cante!

2006-02-22

Estão a gozar comigo!


aqui


O Paul Bettany no horrível papel do Albino? Já não bastava terem abardinado tudo ao porem o Tom Hanks no papel principal? Acho que ninguém me apanha a ver a versão filmatográfica de "O Código da Vinci"...


aqui

2006-02-21

Marinheiro

Espero sempre por ti o dia inteiro,
Quando na praia sobe, de cinza e oiro,
O nevoeiro
E há em todas as coisas o agoiro
De uma fantástica vinda.

Sophia de Mello Breyner Andresen - Espero



aqui


Leva-me a ver o mar, quando o mar que há dentro de mim rebenta em ondulações convulsivas. E transporta-me para as ondas, quando ondas em mim já rebentam em praias perdidas no meu corpo. É esse teu ir e vir, ir e vir, ir e vir… até o teu chegar ser o meu chegar, um mar, fazendo do meu corpo praia, fazendo das minhas escarpas ondulação, fazendo dos nossos corpos maresia.

2006-02-20

É hoje!


aqui

Por entre a correria do dia, lembrei-me e esqueci. Voltei a lembrar, voltei a esquecer. Lembrei mais uma vez agora e já não podia faltar o que mereces: o meu beijo e o desejo de um feliz aniversário, minha querida.

2006-02-19

Clepsidra

Nous aurons des lits pleins d'odeurs légères,
Des divans profonds comme des tombeaux,
Et d'étranges fleurs sur des étagères,
Écloses pour nous sous des cieux plus beaux.

Usant à l'envi leurs chaleurs dernières,
Nos deux coeurs seront deux vastes flambeaux,
Qui réfléchiront leurs doubles lumières
Dans nos deux esprits, ces miroirs jumeaux.

Un soir fait de rose et de bleu mystique,
Nous échangerons un éclair unique,
Comme un long sanglot, tout chargé d'adieux;

Et plus tard un Ange, entr'ouvrant les portes,
Viendra ranimer, fidèle et joyeux,
Les miroirs ternis et les flammes mortes.

C. Baudelaire - La Mort Des Amants (Les Fleurs du Mal)


Que coisa esta que agrilhoa a vida a uma simples mensagem escrita, pesa-nos a eternidade e foge num fogacho de momentos brevíssimos sem retorno. Que coisa esta de estar à espera, construir a espera, agarrar cada segundo e deixar o tempo partir. Deito fora os relógios, as ampulhetas, degredo-me para o sofá, espero. Carrego a grilheta do desejo, quase não vejo. Espero. Que coisa esta!

Que tempo este, o meu, onde o sexo é cada vez mais simples que o amor e é mais fácil abrir o corpo do que a alma. Espero. Adio. Contesto a voluptuosidade do gesto. Marco passo e enrodilho-me no que já não sei. Que tempo este!

Pedes que te reviste pelo fim da tarde, nos tempos cansados dos desencontros dos dias. Prefiro sarar o corpo primeiro e resisto, traçando os passos que me levam ao banho que me falta. Digo-te para vires depois. E talvez te venhas, mas já não comigo, que o jogo do empurra leva o desejo para mais além e fica apenas o amargo na boca do beijo semi-beijado, do corpo semi-tocado, da alma que resiste. Pedes-me e eu peço e não sabemos pedir, ainda assim. Como se o tempo de cada um não soubesse ser o tempo comum e cada segundo fosse história diferente, paralela gigantesca de desencontros.

E fomos jantar depois. Um jantar banal na data que não o é. E a semana e o dia seguinte à porta e o tempo que satura e empanturra a fleuma do cansaço. Gostas de amar corpos cansados, como eu gosto de amar corpos cansados. Mas não podemos permitir a aventura do cansaço a dois. Não hoje. Não neste tempo em que já não sabemos viver, correndo por entre os tantos de quilómetros que nos separam e a vida que nos quer separar e este já não saber como construir a espera, que estamos por demais habituados ao imediato. E o tempo resiste e aparta, como o espaço, e ninguém ainda descobriu a nossa equação do espaço-tempo.

E ficamos presos ao tempo que tentamos deitar fora, enquanto agarramos esse mesmo tempo com bocas e corpos sôfregos. Sobra apenas uma mensagem escrita, perdida, finita, como bandeira luminosa da distância.

Que adianta saber entregar o corpo se a distância se constrói, dia após dia, na alma vagabunda das histórias paralelas?

2006-02-17

Anacoreta


aqui


Do amor pode-se dizer que o menos terreno é o menos demonstrativo. Na sua forma absolutamente indestrutível, atinge uma profundidade em que toda a exibição é dolorosa.

Thomas Hardy


Mas quem gostaria realmente de ser amado sem as mais pequenas demonstrações de afecto? Quem aceita realmente um amor contemplativo, sem um gesto, um carinho? Quem consegue viver o amor sem exprimir em cada gesto o tanto de felicidade que nos traz, a cara parva com que passamos a encarar o mundo, a forma obtusa como o mundo passa a rodar em torno de um par?

Antes a finitude do amor terreno, pleno ainda assim, doce nos seus prazeres e agonias, feitos e resultados de cada gesto enlaçado em sentimentos. Exibível? Claro que sim. E degustado por isso mesmo.

Quantos de nós se deixam realmente convencer por qualquer outro tipo de amor? O ascetismo, por mais que nos digam o contrário, parece ser a negação de todo o prazer. E eu sem bem que tipo de êxtase prefiro procurar...

2006-02-16

Mulher


Finbarr O'Reilly (Prémio WPP 2005)


Neneh Cherry - Woman


You gotta be fortunate

You gotta be lucky now

I was just sitting here

Thinking good and bad

But I'm the kinda woman

That was built to last

They tried erasing me

But they couldn't wipe out my past


To save my child

I'd rather go hungry

I got all of Ethiopia

Inside of me

And my blood flows

Through every man

In this godless land

That delivered me

I've cried so many tears even the blind can see


Chorus:


This is a woman's world.

This is my world.

This is a woman's world

For this man's girl.

There ain't a woman in this world,

Not a woman or a little girl,

That can't deliver love

In a man's world.


I've born and I've bread.

I've cleaned and I've fed.

And for my healing wits

I've been called a witch.

I've crackled in the fire

And been called a liar.

I've died so many times

I'm only just coming to life.


Chorus


My blood flows

Through every man and every child

In this godless land

That delivered me

I cried so many tears even the blind can see

2006-02-15

A paixão




Ontem, numa fila eterna que se perfilava na porta da perfumaria do centro comercial, vi o real significado da paixão masculina estampado na postura de muitos homens. Aliás, penso que seria facilmente perceptível em cada rosto o verdadeiro significado de “calvário”, de uma forma que nem o Mel Gibson seria alguma vez capaz de explicar…

(também quem os manda deixarem sempre tudo para a última da hora?)

2006-02-14

Aos meus amores


aqui


Do P. recordo como me beijava no pescoço. Do A. recordo como me beijava toda. Do P. recordo como se deixava beijar. Do A. lembro como custou não beijar mais. Do J. recordo a meiguice e do M. recordo o mimo. Do J. a distância; do P. a necessidade de ninho. De outro P. não sei o que não lembrar...

São a minha história. Amei cada um deles, ou fui amada, nem sempre bem, nem sempre como mereciam ou eu merecia. Há dias em que tenho saudades de todos. Há dias em que desejaria ser um bonecreiro e juntar cada uma das partes que gostava em cada um deles e deitar fora tudo o resto. Nos outros dias, nada lamento. Aos que amei, só o fiz porque não eram perfeitos; os que me amaram, só não foi diferente porque não sou perfeita.

E sou uma felizarda! Tenho muita sorte em ter conhecido cada um deles, de chamar ainda amigo a tantos. É que, se são a minha história, são também a minha vida. E, ainda que tantos digam que é preciso deitar fora o velho para construir um novo caminho, eu prefiro guardar na memória tudo: o que doeu e o que deu prazer; o bom e o mau; as lágrimas e as gargalhadas; as tristezas, os lutos, as agonias em prazer ou dor, cada beijo...

Sou feita de carne e histórias. Se me amputam a memória, dissolvo-me como poeira no vento. E fico vazia. E não quero ficar vazia. Quero recordar sempre, transformar cada pessoa que partilhou o meu caminho no repositório da minha história. E, então, serão eternos. Como eu serei eterna. Não acreditando em qualquer vida para além desta, resta-me desejar a eternidade possível que se preserva na memória dos outros. Como preservo a eternidade de cada um na minha memória. E estão sempre vivos. Sempre!

Aos meus amores... tchim, tchim!

2006-02-13

Lembrete

As pancas


aqui

Pois parece que toda a gente quer que eu conte por aqui cinco das minhas pancas. E sendo que sou "gaija" de uma série delas - assumidíssimas, aliás -, não me custa mesmo nada revelar algumas.

Odeio, mas odeio mesmo, de tal forma que me agride fisicamente, mãos com unhas roídas. Só a ideia de ter de cumprimentar uma mão assim, toda eu me arrepio num nojo total e absoluto. Claro que não falo daquelas unhas ratadas, que mal se notam que são roídas, mas aqui as minhas dioptrias ajudam-me. Estou a falar daqueles dedos onde já nem há unha, só sabugos sangrentos, horripilantes, de carnívoro ensandecido.

Também me passo com olhos tortos, não tanto aqueles em que está aqui um e outro no infinito. É mesmo com os outros, os que se juntam sobre o nariz. Sendo que não sei falar com as pessoas sem as olhar nos olhos, passo agruras a tentar evitar que os meus olhos entortem também, num jogo de reflexos. Talvez seja por isso que os que se reviram para fora não me façam tanta confusão, já que não consigo mimar o gesto. Ainda assim, dou por mim a encurtar conversas, a evitar falar com certas pessoas, porque os olhos tortos e eu temos uma relação muito, mas mesmo muito inconveniente.

Tenho outro problema com gente burra. Especialmente se se arma em esperta. E a primeira reacção é mesmo enfiar um par de estalos capaz de atar os queixos de uma boca aberta em pasmo, ou que não sabe estar calada quando só sabe dizer merda. Esta panca é particularmente problemática porque faz de mim uma grandessíssima snobe. Mas pronto: não há mesmo nada a fazer, porque duvido muito que ainda esteja em idade de mudar. De qualquer forma, quando falo de burrice não estou, de forma alguma, a falar de falta de cultura ou conhecimentos, ou sequer educação. É mesmo daquela gente de cabeça oca, empenhada em construir em objectos de demonstração de status aquilo que as sinapses inexistentes nunca lhes poderão dar.

Também tenho umas questões interessantes com a ordem por que estão distribuídas as canecas no armário. Os copos ainda vá, mas mudarem-me as canecas de sítio é motivo para começar a fumegar. Admite-se a primeira, a segunda, até a terceira vez, especialmente se estivermos apaixonados pelo infractor. Mas, a partir daí, é discussão pela certa e, em último caso, motivo bastante para declarar a porta da rua como serventia da casa. O mesmo, aliás, se aplica aos livros e cd's. Pratos e talheres, ou toalhas, ou até roupa suja fora do cesto, ou tampa da sanita levantada, são bem mais tolerados por estes lados.

Finalmente: o lado da cama. Não importa se esquerdo ou direito, tem de ser o lado da janela. Ponto final, parágrafo. E a cama tem de permitir espaço para que os meus bracinhos fiquem por cima da cabeça, que é assim que durmo e já não mudo. Isso mesmo: bracinhos em arco, por cima da cabeça, em pose de bailarina. E do lado da janela. E não me perguntem porquê, nem tentem sequer enganar-me. É que o mais certo é eu acabar à mesma do lado "certo" da cama, nem que para tal tenha de empurrar quem lá estiver para o meio do chão.

E agora, cá vão as vítimas:

2006-02-12

Sem piada


(recebida por mail)


Não sei desenhar cartoons. Na verdade, não sei desenhar nada, tirando aqueles bonecos básicos do jogo da forca. E talvez esses até sejam os mais apropriados para falar da polémica desbragada, viciosamente fomentada, que transforma simples desenhos no gatilho necessário para efervescer almas sedentas de violência e de sangue.

Tomo a minha liberdade de expressão como um dado adquirido. Esqueço até muitas vezes que, não tem assim tanto tempo, neste meu País não se podia falar, que um grupo de três em amena cavaqueira era subversivo e qualificado como reunião política. Esqueço porque parece óbvio. Esqueço porque quero esquecer.

No dia em que matarmos o humor na ânsia padronizadora do politicamente correcto, estamos todos condenados. Condenados a uma qualquer Gattaca, num qualquer admirável mundo novo com o triunfo dos porcos à mistura. No dia em que continuarem a usar desenhos como desculpa, trocando tinta colorida por sangue rubro. No dia em que a humanidade perde definitivamente o rumo e, finalmente, os dois terços de escorraçados inventam o refrão mobilizador, capaz de fazer as liberdades baixarem os braços, medrosas do que pode vir.

E não é piada. Pobres de nós que assim nos afastamos da nossa condição de Homens, os únicos animais que sabem rir.

2006-02-11

De volta


****NOTICE****
CommentThis! is no more. Your comments are preserved here to allow you to move them to another system. (...) Don't expect your comments to be available for very long.


Penso que não será novidade para ninguém que o CommentThis! era o meu sistema de comentários favorito, ainda que tantas vezes pouco fiável. Parece que, desta vez, morreu mesmo; que já não há volta.

E parece também que voltei à net mesmo a tempo de evitar aquela que seria, para mim, uma calamidade: perder os comentários que estavam (apenas) guardados no CommentThis! Já me basta não ter os comentários de Abril e Maio, que estavam no Haloscan e, no entretanto, se evaporaram...

Estive, por isso, até agora a preservar a história do blogue, salvando cada um dos comentários que, neste ano e meio, tantos souberam deixar-me por cá. São preciosos! Não queria perdê-los. Agora já estão guardados.

A partir deste momento, as Vozes deixam de existir e serão reabertos os comentários do blogger. Ficarei, como de costume, com dois sistemas de comentários, para o caso de um deles resolver passar mal.

Por outro lado, aproveito este texto para pedir a todos quantos têm o meu e-mail da NetCabo para deixarem de o usar. É que eu deixei de usar a NetCabo, farta de ser usada e abusada e ainda ter de pagar couro e cabelo por telefonemas sempre que surgia um problema que era, invariavelmente, da responsabilidade da empresa prestadora de (mau) serviço. Foi assim uma espécie da minha OPA. No caso, mais uma "upa, que se faz tarde". E fez-se. Demasiado tarde! O monopólio da rede de fibra óptica não deveria permitir tanta incompetência, com tanto fedelho sem formação que nem sabe resolver um problema e que não entende sequer metade do que lhes dizemos. Pior ainda, não aparece qualquer responsável para assumir as culpas e o mau serviço permanece mau, sem que se apurem responsabilidades e sem que se deixe de penalizar o cliente, que ainda por cima paga até bastante bem por um serviço péssimo e, pelo que me é dado ver, com tendência a piorar.

E, claro, não podia deixar de usar este texto para agradecer por continuarem a visitar a Voz, mesmo sabendo-a muda (não é Gaivina?). Já vos li a todos, mas não vou ter tempo para responder. A verdade é que esta situação com as Vozes já atrapalhou (demais) o início do meu fim de semana. E ainda ando às voltas com umas configurações. O meu sitemeter, por exemplo, escafedeu-se e levou junto o contador de visitas...

Fica, no entanto, aqui uma intenção declarada: para a semana cá me têm de novo a tempo inteiro. É que estou a morrer de saudades, porra!

2006-02-07

No entretanto...


aqui


Pulp - This is Hardcore



...deixo-vos uma música para aquecer as noites frias :)



(A ver se amanhã volto...)

2006-02-03

Gaivina


aqui


Perdeu-se na migração, ficou por cá com a invernia. Nunca fará ninho em terras de sequeiro. Construirá casa nas bordas de água, com calma, todo o tempo do mundo, com o cuidado dos grandes arquitectos. Na sua maturidade, sabe que nem todos os vôos merecem que se desbarate energias num fugaz ataque. Se chegar a hora de fazer o seu voo picado, ele o fará, não tenho dúvidas. Numa última conquista dos velhos céus conhecidos, por sobre os mares espumantes, rasando a terra perdida.

E, por entre as suas penas, pinta cenários e conta histórias que apelam ao lado marinheiro da vagabunda alma portuguesa.

2006-02-02

Pura ficção...


aqui

Hipatia também tinha os seus dias... Nessas manhãs em que a neblina envolvia todo o edifício da biblioteca, era quando ela se acercava da varanda para olhar a sua Alexandria. E como aquela cidade lhe tocava o coração!

Os pontões, rasgando o mediterrâneo, davam as boas vindas a tiremes vindas da Grécia, contendo talvez, novos “volumes” para o seu acervo. De qualquer forma, eram notícias daquele mundo mais culto, contrastando com o Egipto que se desfazia, aos poucos, numa sucessão de monarquias, revivendo o passado.

Nesses dias em que ela era apenas mulher, ficava contemplativa olhando o cálido mar entre os dois mundos. Hipatia entendera, desde muito nova, que aquela sucessão de três dias lhe roubava a intuição e o discernimento.

-E sempre aqueles homens, a acharem-se muito cultos, mas com o bafo das múmias, de volta dela, espiando um trecho de pele em cada voltear da sua túnica...

Estava farta, e no entanto, nesses dias, era muito mulher.

Como se pudera esquecer da sua fertilidade no meio daquela loucura de guardar as palavras dos outros em rolos de papiro cujo destino é criar poeira?

Uma série de escravos, bem instruídos, eram lestos na procura dos “Voluminae”, como diziam os romanos, mas eram brutos como camelos no deserto. Aliás, essa era a opinião que mantinha sobre os homens, embora aquela certeza fanfarrona lhe fizesse vibrar uma corda animal dentro dela.

“O melhor é deixar passar estes três dias, antes que vire leoparda do Sudão”. Pensou.

- Tragam-me aquele papiro desse pensador que nasceu antes do chato do Sócrates!

E o escravo lá se foi, perdendo-se na poeira da vasta biblioteca de Alexandria.

2006-02-01

Claro!

How You Are In Love

You fall in love quickly and easily. And very often.

You tend to take more than give in relationships.

You tend to get very attached when you're with someone. You want to see your love all the time.

You love your partner unconditionally and don't try to make them change.

You stay in love for a long time, even if you aren't loved back. When you fall, you fall hard.


(E não é assim que deve ser? Ok, ok... aquela parte do muitas vezes e a treta do dar menos do que recebo... E dai... pronto! Mais vale não dizer mais nada...)