aqui
Da mesma forma que não me revejo na maioria da blogocoisa que por ai anda, também não temo ser metida num qualquer saco por quem não me lê nem sequer sabe que existo. E não me afecta a demonstração de ignorância, mesmo quando televisionada. Também não chego a entender o escândalo: se a maioria dos debates (?) com aquele formato, sobre todo e qualquer assunto, está pejada de maledicência e de enganos, se há muito já sabemos ao que vão os comentadores do costume (que apenas sabem dizer mais do mesmo e raramente com propriedade), porquê a escandaleira agora? Pior – bem pior – é quando botam faladura néscia sobre assuntos realmente importantes. Agora os blogues? Poupem-me! Dali não se esperava mais e o assunto, se virmos bem, também não merece tempo de antena. A não ser, claro, que quem por aqui anda e ficou tão escandalizado continue a perseguir um lugarzinho de comentador televisivo, para substituir os disparates que tecla pelos disparates que diz.
10 comentários:
Toing... dá-lhes! :)
também estava para escrever sobre este abespinhamento dos bloggers, é com cada vómito bem pior do que o outro disse na tv, mas não estou com muita paciência para chover no molhado... e até tinha nome para o post, tu havias de gostar à brava ;)
(e agora lá vão parar outra vez as queixinhas :p acho que me esqueci de te contar da outra vez, isto está tão mal que já nem me lembro de cuscar as coisas com piada)
Porra, não há cu para isto, miga! Li o post da Vague e a seguir fui tentar perceber do que se falava. Vi no site da SIC a treta e, depois, procurei no blogsearch. E foi ai que me passei: tanta gente ao mesmo! Por causa de um programinha mal feito e mal amanhado, de um Rodrigo Guedes de Carvalho jurássico e três marmelos a quem pagam para dizer sempre a mesma coisa, desde que convenientemente inflamatória. E as pessoas recebem aquilo como um ataque pessoal, bolas! Se me andassem a ler, se me conhecessem, se sequer frequentassem o tipo de blogues que leio, não seria aquilo que diziam. Mas generalizavam sobre os blogues e sobre o pior que existe nos blogues. E só quem não quiser ver é que não sabe que, nos blogues, também há daquilo e que é um facto que a desregulamentação e a forma como a as plataformas são supra-juridicionais faz da Internet um sítio onde acontecesse muita coisa boa, mas que também tem um potencial imenso para albergar todos os "dogs" que quem frequenta isto há tanto tempo como nós sabe bem que por cá sempre andaram. A única diferença, talvez, é que agora vêm em matilhas.
A partir de hoje vou colocar um AVISO na entrada do meu Blog, para que as pessoas se mantenham afastadas, porque possivelmente sou capaz de ser uma pessoa muito perigosa para a sociedade !
Tou triste :(
Tozé, cada um enfia a carapuça que quer. Eu não enfio aquela que foi apresentada no programa da SIC. E não o faço pela simples razão que uma carapuça generalista não tem de enfiar em qualquer cabeça. Não és, não sou, não é ninguém com quem partilhamos o nosso tipo de blogosfera – com caixas de comentários abertas e sem medos, sem complexos, com nicks que não deixam de ser anónimos mesmo depois de nos olharmos olhos nos olhos, com partilhas várias como este último texto que me pediste – uma ameaça à sociedade. Obviamente que não se pode, por outro lado, escamotear a realidade: não há regras por aqui, tirando aquelas que, por nós mesmos, escolhemos respeitar. E, num ambiente sem regras, há de tudo, até pessoas perigosas para a sociedade. Mas nem sequer é essa a questão; é antes como um produto menor do jornalismo conseguiu pôr tanta gente de arma em riste. As coisas que li hoje sobre o Moita Flores são bem piores do que aquilo que ele disse no "Aqui e Agora". E porque foram ditas em tal tom? Porque, de facto, por aqui podes fazê-lo, sem haver temores a represálias. Tem de haver limites de razoabilidade. Se não podemos contar com ela da parte dos "comentadores profissionais" da nossa praça, que há muito provaram que de razoáveis têm pouco (especialmente quando têm interesses pessoais em jogo), que ao menos não sejamos nós – os que gostam de blogar e o fazem por gosto, sem qualquer interesse manhoso de permeio – a fazer pior ainda, perdendo a cabeça por muito pouco. Não me revejo na blogosfera tal como a pinta aquela gente. Tu reveste? Mas isso não me impede de reconhecer que, por aqui, tudo é possível, porque alheado de quaisquer limites tradicionais de legalidade. Até que seja possível que andem por ai pessoas muito perigosas para a sociedade. Mas, lá está, eu não enfio qualquer carapuça que me põe à frente: olho primeiro para quem a fabrica e só depois vejo se serve.
Nem sequer vi o programa que da pouca programação televisiva a que assisto nunca incluo a SIC.
Mas segui os teus links e a minha opinião é que quem não se sente não é filho de boa gente e entendo os posts da blogoesfera como manifestações de indignação.
Aqueles comentadores estão a defender com unhas e dentes o seu poder, contra os dos desconhecidos que eles não podem controlar, como se fez às bruxas, aos judeus, aos jesuítas... ;)
Hipatia, lembras-te daquela frase no Dune "Que pode destruir uma coisa tem controlo sobre ela..."?
Aqui trata-se de uma tentativa do género, mas um pouco à pelintra. E muito mal amanhada; não merecendo qualquer atenção em especial.
Moita Flores? Criminalista mediocre e com pretenções ao estrelato, mau novelista e patético comentador... Só falta alguém vir dizer que à noite frequenta bares de transexuais.
Oooops... Já lhe dei mais atenção do que a que ele merece.
;-)
Como em tudo, até a indignação tem de ser moderada, Maria Árvore. Que não foi. Eu também não vi o programa, só quando o fui procurar ao site da SIC. Mas li vários posts na pesquisa que fiz e a indignação degenerou em insulto e o insulto em coisa nenhuma, pior ainda que o programa em si e a sua dimensão limitada. Obviamente que aquela gente estava a defender a sua coutada. E obviamente que foi um programa feito em cima do joelho, mal-amanhado, mal estudado, pior comentado, com visões enviesadas e um óbvio tom de temor em relação a um meio que, em muitos dias, ameaça suplantar o jornalismo e o comentário profissional instituídos. Mas não será nunca ao cair na esparrela que vamos fazer diferente. Não, aquela não é a minha blogosfera. Não, aquela gente não fala de mim. Não, eu não ameaço ninguém, nem sou solitária, nem compulsiva, nem destrambelhada para além dos limites da razoabilidade. Mas, se fosse um de nós a fazer um post sobre uma qualquer realidade tenebrosa que se pressente por aqui algumas vezes (lembras-te do meu post e dos comentários quando referi que alguém tinha vindo à voz procurar "clítoris infantis"?), já não haveria mal em insinuar que, na net, há muitos perigos, como há muita coisa boa. Depois, é preciso ver que interesse move quem o diz, como o diz, porque o diz. E enfiar ou não a carapuça.
Obviamente que o programa foi muito rasca. Não contesto isso, Old Man. E que quis mostrar apenas o mau, para assim fomentar o medo e, via medo (que foi sempre uma óptima ferramenta) manter um certo poder sobre uma realidade que lhes escapa cada vez mais. Mas, ao mesmo tempo, e ainda que a "nossa" blogosfera não seja aquilo, não podemos esquecer que também é aquilo, que há mesmo miúdas cada vez mais novas a porem fotografias demasiado gráficas nos espaços que frequentam, que há predadores, que há uma desregulamentação que permite que te entre pelo mail dentro spam com origem na Sibéria ou o caraças, que há phishing, que há toda uma série de crimes que beneficiam do meio, que há muita gente a construir na net uma vida que não tem, uma realidade paralela mais bem acabadinha do que a realidade que enfrentam ao espelho todas as manhãs. Mas continuo na minha: não enfio aquela carapuça, até porque não reconheço aquela gente autoridade para ma enfiar.
Tb não percebo tanta indignação contra a indignação. O facto de haver fome em África e pedofilia desmotiva-nos de escrever sobre coisas simples e pouco dolorosas? Ou seja, de acordo com esse princípio, só nos deveríamos indignar com a fome em África, o preço da gasolina e dos bens essenciais? Eu indigno-me minha amiga e tenho noção das prioridades. Mas qdo as prioridades passarem apenas pela sobrevivência e não por uma consciência crítica sobre o q nos aprouver, um debate sobre o que nos apetecer, bem mal estaremos. E o que me chateia um bocado Hip é q o MSTavares teve aquela experiência péssima na blogosfera e pronto! nada presta na blogosfera. Não entendo esta falta de abertura, este autismo em pessoas q deviam ser mais abertas. Enfim, ninguém é perfeito...
Como diz a Mary quem não se sente não é filho de boa gente e agora espero q já cá cante o meu lugar de comentadora residente :)
Vague, o caso do MST foi e é um caso muito mal explicado, ainda que, obviamente, ele não possa nem deva armar-se em virgem ofendida, que tem demasiados telhados de vidro. Num meio onde os blogues nascem às mãos cheias uns atrás dos outros, não basta escrever o nome de uma vedeta para se ver o blogue transformado em vedeta, i.e., aquele blogue com as acusações de plágio serviu os interesses de alguém com uma óbvia rede alargada de conhecimentos e foi uma vendetta pessoal contra MST exemplarmente orquestrada por alguém que tinha interesse nisso e com amigos suficientes para passar a palavra. Só assim se justifica que um blogue recém-nascido, praticamente sem conteúdo, se transformasse no centro de todos os debates da semana por aqui. E obviamente que isso só foi possível devido ao anonimato. E isso, claro, põe MST todo encrespado, o que deveria bastar para o deixarmos no canto do prato no que diz respeito a comentários sobre os blogues.
Arrumada a questão de MST, vamos ao que me irritou: o exagero. Não do programa, que era fraco e muito poucochinho; exagero da blogosfera. Em alguns casos foi ataque gratuito aos comentadores, especialmente Moita Flores, que provavelmente até merece todos os apupos, mas os blogues é que não precisavam, de forma tão construtiva e sistemática, desatar a fazê-los já sem pesarem as consequências e os limites. Olho por olho? Queres realmente assim isto? É que foi até mais do que isso, foi um a dizer mata e outro a dizer esfola.
Depois, volto à questão que já deixei ali em cima: se fosse num blogue que alguém escrevesse um post com um tom muito parecido ao do Moita Flores sobre perigos na net, fishing, spam, pederastas e predadores vários, achas que iam aparecer tantas donzelas magoadas? Vamos! Não é realmente assunto novo. Pior, tendo tu a história que tens por aqui, não achas que há realmente perigos de devassa e que há uns quantos doidos preparados para abusarem dos limites que não existem e da impunidade que alastra?
Agora, volto sempre à mesma tecla: aquele programa não era sobre a blogosfera, muito menos a blogosfera que conheço. Era essencialmente sobre comentadores: os profissionalizados e os outros, que se limitam a ter blogues mas não deixam de almejar a um tacho qualquer noutro lado. Estavam a usar o medo e a enviesar um debate. Mas não temos todos que enfiar a carapuça, bolas! E não temos que usar um discurso que desça o nível para um patamar ainda mais baixo.
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