2008-06-17

shh...



(Não saberei nunca explicar o que me doeu fazer cara alegre, despreocupada. Ou de como as lágrimas se soltaram incontroladas pelos olhos fora mal me vi dentro do elevador. E espero que nenhum de vós aqui venha ler este lamento, que é preciso ser forte e acreditar. E eu quero acreditar! Mas também precisava de um espaço para gritar fundo este soluço que me amordaça a garganta por te saber, meu amigo, assim doente e magro. Tão frágil!...)

9 comentários:

Toze disse...

Um Beijo e um Abraço !

Filipa Paramés disse...

Ui... essa dor!

Beijinho.

Hipatia disse...

Obrigada, Tozé :)*

Hipatia disse...

Há coisas que, mesmo sabendo-as más, só nos atingem a sério quando as conseguimos ver realmente. E, apesar de tudo, eu sou incapaz de não ver, de não arranjar forma também para ser vista: ausente demasiadas vezes, há alturas em que acho que sou incapaz de não dar a cara. Mas dói muito ver!

vague disse...

A B. disse-me, fiquei sem saber o q dizer e chocada como se fica sempre q se pensa q afinal o outro está ali ao lado e q o outro podemos ser nós. Um abraço para eles com os desejos de força, de melhorias e de fé.

Maria Arvore disse...

Dói a impotência para poder ajudar, para poder sarar.

Mas conseguiste a força para com a cara alegre ajudar um bocadinho a curar.:) Tu és uma mulher de força e vais ver que descobres em ti mais forças que desconhecias. :)

Hipatia disse...

Vou decidir-me a esperar o melhor, Vague. Como decido quase tudo. E esperar que baste. Talvez haja quem chame a isso fé; eu vou-me pelo optimismo e estou convencida que quem se convence que as coisas hão-de correr bem tem mais hipóteses do que quem vê sempre tudo negro. A ver se chega a ser contagioso que todos os pensamentos positivos são necessários neste momento.

Hipatia disse...

Há alturas em que me sinto muito impotente, Maria Árvore. Está no meu feitio levar tudo à frente enquanto não arranjo solução. Só que às vezes há coisas que podem realmente mais do que eu :(

Anónimo disse...

Mais Vozes

Tenho um milhão de razões já vividas , para acreditar que o impossível acontece . deixar de acreditar é provavelmente a única coisa ilógica que podemos fazer quando confrontados com situações como aquela que penso que estejas a viver . não sei se te recordas de te ter falado de uma prima minha a quem os médicos não davam mais de mes de vida . já passaram trinta e alguns anos. Depois, os médicos ,que julgamos tudo saberem, falaram-lhe no altíssimo risco de engravidar , hoje a Isabel tem uma Maria rapaz com 6 anos mais antipática e bonita que o primo

Doença de Corpos de Lewy: sintomas do Parkinson e Alzheimer .cenário que me foi apresentado para o drama que a Celeste está a viver, o pior que se poderá imaginar. Tudo me foi dito do mais arrepiante, a evolução da doença e todas as consequências da mesma no meu modo de vida futuro, eram ,e são-me, todos os dias recordados. Relatos de casos pavorosamente idênticos ao da Celeste são me todos os dias oferecidos embrulhados em muito drama e sofrimento. toda a gente me aconselhou o internamento todos me aconselharam a pensar em mim atendendo a que por ela já pouco haveria a fazer



Facto é que já passaram 4 anos e a grande Celeste tem resistido ao lado do sacana que assina por frogas . claro que tem havido lágrimas , claro que quando as alucinações são mais intensas e a casa se transforma ,o sentimento de derrota e de impotência aparecem.
Já me aconteceu sair julgando que o sono da celeste me permitiria uma passeata e chegar a casa e encontrar a cozinha decorada com as fezes que ela queria limpar . claro que chorei claro que chorei bastante sozinho e agarrado a ela claro que julguei que não iria aguentar claro que cheguei a pensar que todos os filhos da puta e não só que nos traçaram o futuro poderiam ter razão.

Mas não, não tinham, e provavelmente não irão ter . hoje , passados os tais quatro anos já sei que depois de um dia mau irá aparecer um em que poderemos ir passear os dois para junto do rio e trocar risos a respeito de coisas que nem eu nem ela entendemos


Claro que eu sei que o dia em que tudo acaba irá acontecer. Só que até lá ,até que a hora chegue, ainda temos muita gargalhada para dar os dois .

A melhor coisa que eu posso fazer á Celeste é chegar perto dela a rir é troçar dela de cara risonha quando ela se está a ir abaixo
E quando a vejo rir por me ver a rir o contagio acontece e eu fico bem
frogas | 06.25.08 - 1:17 am | #

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Menino, depois disto, o meu grito fica tão sem sentido! E não sei, realmente, o que te dizer. Excepto que és um gajo à maneira, um homem do caraças!
Hipatia | Homepage | 06.30.08 - 2:05 pm | #