2008-08-08

Coisa de verbos




Não sei se gosto da palavra "esquecer". Eu prefiro antes dizer "não lembrar". Assim sei que, algures na memória, está um pedaço de vida importante. Não me quero lembrar dele; mas prefiro saber que não o amputei da minha história.

5 comentários:

Bartolomeu disse...

Sábia preferência Hipatia, a lembrar ainda a regra de Lavoisier... na natureza (que é tudo aquilo que for natural)... nada se perde, tudo se transforma.

Hipatia disse...

Obrigada, Bartolomeu :)

Não se vai de férias?

Bartolomeu disse...

Vai-se sim Hip.
Ou seja... já se foi e dentro de 1 mês ir-se-à novamente, entretanto gozar-se-à o fim de semana prolongado e etc.
Em resumo... este mês é uma festa...
;)

Hipatia disse...

Eu entro de férias na 6ª feira. Já estou em contagem decrescente ;-)

Anónimo disse...

Mais Vozes

É possível que nalguns casos vários anos da vida de uma pessoa se fechem em gavetas ás quais dificilmente se poderá voltar a ter acesso . A pergunta que por vezes me faço é se conseguiria viver na companhia de algumas dessas memorias . Acontece a algumas pessoas terem acesso a imagens onde faltam as legendas que expliquem as dores que se sentirão

No meu caso tanto faz ,esquecer ou não me lembrar são a mecânica que me permite continuar. Ainda bem que para algumas coisas o querer não serve de nada
frogas | | 08.11.08 - 12:28 am | #

--------------------------------------------------------------------------------

Uma vez vi na tv do clube que habitualmente frequento imagens de uns putos ucranianos que se estavam a tratar em cuba . lembro-me que quando tudo começou os putos estavam numa praia Sem saber como mas entendendo o porquê começaram-me a correr as lágrimas pelos olhos abaixo de uma forma difícil de explicar . o bom da coisa é que dessa cena apenas me recordo das lágrimas .Do que senti apenas fiquei com a certeza de que não era por eles que as lágrimas me caiam
frogas | | 08.11.08 - 12:46 am | #

--------------------------------------------------------------------------------

Algumas gavetas precisam ficar fechadas, Frogas, ou então não saberemos continuar em frente. Mas somos nós que temos de escolher não as abrir. E, no entanto, somos sempre o somatório de tudo o que nos aconteceu, de bom e de mau. Esquecer parece-me definitivo, pronto a ter uma lápide por cima. Não lembrar é uma escolha, um acto racional e, quase sempre, um bater com a porta rumo ao futuro.

(depois, obviamente, há aqueles momentos que são de meios tons, em que um simples cheiro, ou uma imagem, retiram uma imagem da penumbra e, muitas vezes, já só sobram lágrimas; para minha sorte, muitas dessas lágrimas, por mais tingidas de nostalgias e desânimos, conseguem agora apaziguar-me)
Hipatia | | Email | Homepage | 08.11.08 - 7:03 pm | #