aqui
Pedes-me que te revisite pelo fim da tarde, nos tempos cansados dos desencontros dos dias. Prefiro sarar o corpo primeiro e resisto, traçando os passos que me levam ao banho que me falta. Digo-te para vires depois. E talvez te venhas, mas já não comigo, que o jogo do empurra leva o desejo para mais além e fica apenas o amargo na boca do beijo semi-beijado, do corpo semi-tocado, da alma que resiste. Pedes-me e eu peço e não sabemos pedir, ainda assim. Como se o tempo de cada um não soubesse ser o tempo comum e cada segundo fosse história diferente, paralela gigantesca de desencontros. E acabamos submergidos pelo cinzento, este cinzento que entrou e fica em nós.
7 comentários:
E chegas despida... mostrando o corpo gravado, com as cicatrizes com que o destino endureceu...
E já pensaste no número de matizes que tem o cinzento...? Aproveita!
Depois volto para responder aos meninos. Mas, para já, que tal responderem ao desafio da I., que eu não sou nada curiosa e isso :D
Uma vida sem marcas é sinal de quem nunca viveu, Bartolomeu. Se tivesse chegado aqui sem cicatrizes e fantasmas, que teria andado a fazer em quase quatro décadas de vida? Agora, quanto à dureza é que já não sei...
Tem tantas quantas quisermos, é certo, Paulo. Mas, na maioria dos dias, é apenas um nevoeiro, que nem sequer escapa por lhe chamarmos apenas neblina.
este acertu tão em cheio, memórias à solta, que apetece levar... :)
Já vi que levaste :)
Obrigada! Parecem-me sempre muito melhores depois de vistos pelos teus olhos.
Enviar um comentário