Bem sei que hoje e amanhã está toda a gente ocupada a pensar na apresentação e discussão do Programa do Governo, mas eu fui buscar o temazito do laicismo nas escolas... apeteceu-me, pronto! Descobri que existe em Portugal uma tal de "Associação Ateísta", coisa que (vagueando eu entre o agnóstico e o ateio) achei muito interessante. Avancemos. Leiam o comunicado que a dita Associação emitiu e o qual sublinho na íntegra.
Crucifixos nas escolas
A Associação Ateísta Portuguesa (AAP) não pode deixar de se congratular com a decisão histórica do Tribunal Europeu dos Direitos do Homem, em Estrasburgo, ao considerar a presença de crucifixos nas salas de aula “uma violação do direito dos pais de educar os seus filhos de acordo com as suas convicções” e “uma violação da liberdade religiosa dos estudantes”.
A escola laica é o reflexo de um Estado laico onde, ao contrário dos estados confessionais, a liberdade não é apanágio da religião oficial mas um direito de todas, direito igualmente conferido aos ateus, cépticos, agnósticos e livres-pensadores.
Perante a agressividade de várias religiões na disputa do mercado da fé, esta decisão histórica deve servir de aviso às professoras que pretendem dar aulas de burka, às comunidades que pretendem ver as escolas transformadas em madraças e a todos os prosélitos que querem uma escola ao serviço das suas crenças.
A jurisprudência do Tribunal Europeu dos Direitos do Homem remete para o foro privado as práticas religiosas cabendo aos Estados respeitá-las e defendê-las.
Intransigente na defesa da laicidade do Estado, que o mesmo é dizer, do direito de todos os cidadãos à crença, descrença ou anti-crença, a AAP reitera a sua satisfação e solidariedade pela sábia decisão tomada pelo referido Tribunal.
Reduzir o espaço de confronto religioso entre os fundamentalistas de várias religiões é contribuir para a paz e a liberdade, dois valores fundamentais da democracia.
Espera ainda a Associação Ateísta Portuguesa (AAP) que o Governo português exerça a vigilância que deve em relação aos abusos que ainda persistem, por incúria, nas escolas e hospitais públicos.
A escola laica é o reflexo de um Estado laico onde, ao contrário dos estados confessionais, a liberdade não é apanágio da religião oficial mas um direito de todas, direito igualmente conferido aos ateus, cépticos, agnósticos e livres-pensadores.
Perante a agressividade de várias religiões na disputa do mercado da fé, esta decisão histórica deve servir de aviso às professoras que pretendem dar aulas de burka, às comunidades que pretendem ver as escolas transformadas em madraças e a todos os prosélitos que querem uma escola ao serviço das suas crenças.
A jurisprudência do Tribunal Europeu dos Direitos do Homem remete para o foro privado as práticas religiosas cabendo aos Estados respeitá-las e defendê-las.
Intransigente na defesa da laicidade do Estado, que o mesmo é dizer, do direito de todos os cidadãos à crença, descrença ou anti-crença, a AAP reitera a sua satisfação e solidariedade pela sábia decisão tomada pelo referido Tribunal.
Reduzir o espaço de confronto religioso entre os fundamentalistas de várias religiões é contribuir para a paz e a liberdade, dois valores fundamentais da democracia.
Espera ainda a Associação Ateísta Portuguesa (AAP) que o Governo português exerça a vigilância que deve em relação aos abusos que ainda persistem, por incúria, nas escolas e hospitais públicos.
8 comentários:
loool ...bem não podemos esquecer que 20% da população mundial é católica!! por bisso o crucifixo
faz todo o sentido .....lool
bj
teresa
O que não chego a entender é porque foi preciso meter o Tribunal ao barulho, que os crucifixos deveriam ter sido apeados há muitos anos, junto com a fotografia do senhor das botas. Mas que irão fazer à mania de chamarem o Cardeal Patriarca para as cerimónias oficiais e coisas que tais?
...é, e por favor, acabem já com TODOS os feriados religiosos tão incomodativos.
Alô Fabulossissíma! Alevanto-me as 6h50 nestes dias e já estou a resmungar que as 17 só se vê brilhos, tb desbarato que os putos tenham de decorar musicas natalícias que já deveriam ter sido abolidas das escolas laicas.M’enerva
continuando assim, 20% da população não é TODA a população!!!
Porque é que uma percentagem há-de impor a sua crença a todos os outros? Se uma pessoa não acreditar em Deus, ou tiver outra qualquer religião da qual o crucifixo não faça parte, porque há-de ser obrigada a estar numa sala de aula a conviver com esse símbolo do cristianismo?! O objectivo da escola é ensinar, não é professar uma qualquer religião, a isso chama-se democracia.... =P
Hipatia, parece que só com o parecer do Tribunal se legitimou uma coisa que por si já era legítima.... parvoíce! Mas o que interessa é que o Tribunal fez aquilo que é justo e correcto.
Quanto à participação da Igreja nas cerimónias oficiais, bem, isso é outra das coisas que tem de mudar. Ou chamam representantes de todas as religiões, ou deixam de o chamar. Mas para isso também tem de acabar, no canal público, a cerimónia religiosa, missa, aos domingos de manhã, por exemplo...
Paulo... e porque não? =)
Claire, mas que andas tu a fazer tão cedo? Tu és uma artista. Eu sempre pensei que os artistas dormiam muito e até tarde? ;) eheh!
Hahaha, sou pintora pá! mas bem que gostava de ser artista para não ter horários. O óleo é tramado com a luz até para fotografar.
Claire, atão os pintores nã são artistas? (tenho que ajustar os meus conceitos) ;)
Em coerência, para não correr o risco de ser acusada de hipocrisia, a Associação Ateísta devia propor o fim de outros "abusos" que violam a laicidade do Estado, tal como é encarada por ela.
Só uns exemplos: eliminação das quinas da bandeira nacional, fim dos feriados religiosos (incluindo o dia de Natal), alteração dos nomes das freguesias e município com referências a nomes de santos, etc.
Abraço.
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