Somos uma gente alheada da sua cidadania, que entregou a democracia com enfado a uns quantos que põem e dispõem a seu prazer e seu interesse dos benefícios do poleiro (quantos "boys" é que foram mesmo nomeados em 2 anos?) e que se queixa, queixa e nada faz. Ainda por cima uma gente que costuma engolir qualquer patranha por verdade, sem nada questionar num sem-esforço de mascar e deitar fora. E é por isso que nem sei como ainda me espanto com um PM que diz não ter medo do povinho, porque ele, obviamente, não se sente povinho nem pensa que tenha que prestar contas ao povinho que o elegeu. Pergunto-me antes se os portugueses de quem PPC diz não ter medo vão, nas próximas eleições, voltar a preferir dar uma volta pela praia, ou ver a bola, ou calcorrear quilómetros num qualquer centro comercial atulhado de cheiro a sovaco ou, pior ainda, ficar em casa a insultar a televisão. É que talvez tenha chegado a hora de mostrar a quem nos (des)manda que, sim, têm de ter medo, têm de prestar contas, que a democracia é mais do que aprender a ser um ás no jogo do compadrio. A democracia é do povo, não é de uns quantos que o iludiram e tentam continuar a iludir com discursos em que ninguém pode alguma vez confiar. Mas, como em tudo, o povinho já esqueceu o que o povinho que veio antes lhe ensinou: apanha-se sempre mais depressa o mentiroso do que o coxo. Pena, pena é que, quando se acabam de lavar os cestos, o melhor que se consegue apurar é que a memória do povinho anda demasiadas vezes manca. Esperemos que, por uma vez, não se esqueça que este senhor acha que não precisa ter medo, que não precisa enfrentar o julgamento da democracia e do povo que insulta enquanto simula uma qualquer oração à santa das eleições perdidas.
2 comentários:
Não posso apoiar mais!!!
Aliás ele não tem medo (nem tinha de ter) e não tem respeito. Isso é que é gravíssimo. Falta de RESPEITO por quem o elegeu.
Quando li a frase também fiquei a pensar. Mas que raio... O dizer que "não tem medo" já é sintomático, é admitir que há motivo para ter medo. Medo??? Claro que quando há provocações gravíssimas, pode haver receio da resposta de quem é provocado. portanto ele, eles, tem a consciência de que esticou a corda até ao último limite. A indignação salta de todos os lados, até de sectores onde nunca se pensou que reagissem assim...
Mesmo que já estivesse a preparar o discurso da derrota nas autárquicas, não é assim que se faz, em total desrespeito pela própria democracia, sistema em que as eleições são o momento específico em que a população vota nas opções políticas que considera melhores ou nos candidatos mais credíveis. Mas, ultimamente, daquele partido tem vindo cada coisa! Lembras-te do último discurso de tomada de posse do PR?
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