2006-08-01

Não era só o Springsteen, E.A.

A Strange Kind of Love - Peter Murphy




Mal te li, lembrei-me logo deste. Mas também podia ser o Iggy, por exemplo. É que o Springsteen por mim podia continuar a ir a caminho do rio (oh oh oh down to the river, lalala...) e, de preferência, ficar por lá :)

7 comentários:

Luis Duverge disse...

Bom gosto há muito que o ouço, aqui a letra é importante bem diferente dos bla,bla ...bla tipo
música de plástico. Amanhã volto para comentar o teu Sun Tzu e a Arte da Guerra.
Estou numa de arquitectura ...
Beijo ... elíptico.

Hipatia disse...

Na tua resposta, retenho o "há muito que". É que passa por ai, não é? Se fosse só um bla bla bla numa voz com ar de que lhe estão a apertar os fundilhos, depressa a esquecíamos ;-)

manu disse...

só o reconhecia pela voz... xxxpectáculo :)

Hipatia disse...

Está velhote, sim :) O tempo passa por todos, não é? Mas o vozeirão é o mesmo :)))

deep disse...

Ora, e lembraste-te muito bem!!! :))

Hipatia disse...

eheheh

Já cá faltavas ;-)

Anónimo disse...

Mais Vozes

Calculei que fosse esta.
E.A. | Homepage | 08.01.06 - 11:49 pm | #

--------------------------------------------------------------------------------

Pois era esta

(e também não quis dizer mal do Springsteen lá no teu )
Hipatia | Homepage | 08.02.06 - 12:00 am | #

--------------------------------------------------------------------------------

Estás à vontade. Usei como exemplo e o que tem de melhor não são as xaropadas mais recentes.
E.A. | Homepage | 08.02.06 - 7:44 pm | #

--------------------------------------------------------------------------------

Sempre o achei um bocadinho pimba Mas tens razão: era um bom exemplo, especialmente se pensarmos no James Blunt
Hipatia | Homepage | 08.02.06 - 9:02 pm | #

--------------------------------------------------------------------------------

Há que ir às músicas que fez nos anos 70.
E.A. | Homepage | 08.02.06 - 9:37 pm | #

--------------------------------------------------------------------------------

Ui! O "The River" é de quando? 1980, para aí? Levei tamanha injecção dessa música que fiquei com um pó ao homem que nem imaginas
Hipatia | Homepage | 08.02.06 - 9:58 pm | #

--------------------------------------------------------------------------------

Por acaso também é anos 70! :-P
Mas referia-me a coisas mais rough como o Born to Run.
Agora é um facto que o "rocker", ou o "pop singer" não são transponíveis da cultura anglófona para a nossa. Aliás, basta traduzir a maioria das letras, há lá coisa mais pirosa que "imagina todas as pessoas vivendo a vida em paz"?
E.A. | Homepage | 08.02.06 - 10:34 pm | #

--------------------------------------------------------------------------------

Tens razão

Em contapartida, nem sequer têm qualidade para uma boa pimbalhada: a língua inglesa não se adapta a tanto trocadilho. Já imaginaste o que seria um deles a cantar "I want to smel your cod fish"?
Hipatia | Homepage | 08.02.06 - 10:50 pm | #

--------------------------------------------------------------------------------

Verdade!

E também aguça a veia poética de quem quer escrever algo decente em português.
E.A. | Homepage | 08.02.06 - 11:21 pm | #

--------------------------------------------------------------------------------

Sempre fomos um país de poetas, não é? Mas já viste como parece ser tão mais fácil a esta gente cantar em inglês? Qualquer bandazeca começa a cantar em inglês, pensam talvez que é mais fácil, que lhes abrirá portas... e, no entanto, poucos são os que se aproveitam. The Gift, Blind Zero (e que vozeirão tem o Miguel!) e pouco mais...
Hipatia | Homepage | 08.02.06 - 11:51 pm | #

--------------------------------------------------------------------------------

À partida é mais fácil fazer uma letra em inglês. Por um lado qualquer banalidade não soa ridícula e por outro é tudo palavras de uma ou duas sílabas, o que simplifica muito o ajuste com a música.
Agora realmente o sotaque não costuma ser grande coisa e a gramática idem.
(os Gift agora têm as letras revistas por um amigo inglês, porque nos primeiros álbuns há vários deslizes básicos...)
E.A. | Homepage | 08.03.06 - 6:56 am | #

--------------------------------------------------------------------------------

Suponho que pareça mais fácil, sim, e que dê menos trabalho acrescentar a música. Mas não somos nós um País de poetas? Sempre o fomos. Bem mais do que novelistas ou ensaistas. Ora tenta recordar nomes de escritores portugueses... Já viste como, facilmente, juntas uma colecção de poetas? Então porque será tão apetecível o facilitismo na pop? O fado sempre usou a grande poesia e nunca perdeu com isso...
Hipatia | Homepage | 08.03.06 - 4:57 pm | #

--------------------------------------------------------------------------------

Há grandes poetas e poemas, sim. O difícil é musicá-los convenientemente. As sílabas tónicas e mudas não caem ao calhas em qualquer nota...
E.A. | Homepage | 08.03.06 - 8:18 pm | #

--------------------------------------------------------------------------------

Não caem ao calhas no facilitismo da pop? Pois, deve ser difícil mesmo Mas os espanhóis não deixam de ter palavras do mesmo tamanho (já sei que a sonoridade é muito diferente) e ainda assim arranjam maneira de fazer essas palavras de várias sílabas caberem direitinhas numa qualquer harmonia
Hipatia | Homepage | 08.03.06 - 11:51 pm | #

--------------------------------------------------------------------------------

Não é numa qualquer harmonia, acredita. Nota-se logo quando, em qualquer língua, há sílabas mal colocadas ou a mais ou a menos. Os espanhóis têm bons cantautores e também nós. O Ségio Godinho e o Fausto sabem fazer boas letras que vestem bem a música. Para não falar no Tê, no Ary dos Santos, etc...
E.A. | Homepage | 08.04.06 - 7:24 am | #

--------------------------------------------------------------------------------

Não sou nada a favor das tretas de impor alinhamentos "só portugueses" nas rádios, por exemplo. Acabam sempre a tocar os mesmos e quase se sente que, quem o faz, está contrariado. Não me parece que seja por ai. Mas a verdade é que em Portugal não se fomenta o gosto pela música cantada em português. Os sons anglosaxónicos dominam as ondas hertzianas. E, enquanto isso acontecer, vamos continuar a ouvir muita coisa muito pobre e os autores que têm a "ousadia" de usar a língua de Camões ficam conotados com uma pequena franja do espaço a explorar. Para quando entrar-se num bar ou numa discoteca e ver o pessoal a dançar ao som de música feita por cá, na nossa língua? Digam o que disserem sobre as dificuldades do português, ninguém me convence que a culpa está no idioma. Está, talvez, antes nesta mania de que só o que vem de fora é que é bom
Hipatia | Homepage | 08.04.06 - 2:23 pm | #

--------------------------------------------------------------------------------

Concordo. Mesmo a Antena 3 que à 5ª feira só passa música feita em Portugal ou por portugueses (nem sei bem qual é a definição usada), na maioria dos casos passa música cantada em inglês. Nem se nota que é portuguesa.
De uma maneira muito simplista e estereotipada, as classes mais desfavorecidas são as que tem mais orgulho de ser português e ouvem preferencialmente música portuguesa, mas de muito má qualidade; as classes mais educadas que ouvem música de maior qualidade sofrem de elitismo e vergonha do país, o que deixa pouco mercado para música portuguesa de qualidade.
Raciocínio muito redutor, de facto, mas a verdade é que só temos uns Clã.
E.A. | Homepage | 08.04.06 - 6:48 pm | #

--------------------------------------------------------------------------------

Depois, às vezes, parece que nos "autorizamos" a gostar de alguma coisa feita em português e, de um momento para o outro, passa a moda: os Xutos são sempre incontornáveis, os Clã porque sim, a Mariza porque até Peter Gabriel Gosta, a Dulce Pontes porque o Richard Gere pôs a "Canção do Mar" a tocar num filme, o Rodrigo Leão porque é uma espécie de filho pródigo que o Japão e Espanha quiseram adoptar, os Madredeus porque enchem o Olympia... E às tantas sou eu que estou a ficar velha e lembro ainda quando o rock resolveu nascer em Portugal e a euforia das bandas que se sucediam na senda de um Chico Fininho. E era em português, lembras-te? Não parecia mal ser em português. E o pessoal gostava de mascar chiclets e de ter heróis do mar e até mesmo de coisas estranhas, tipo zuvi zava nova... De vez em quando, lembramo-nos do Variações também. E os Humanos fazem sucesso. Talvez o sucesso dos Humanos mostre mesmo alguma coisa: há espaço para música feita e cantada em português. Saibam faze-la, saibam cantá-la. E haja coragem das editoras, das rádios, das televisões, dos festivais que acontecem em cada esquina, para a divulgarem junto de quem compra e ouve música. Talvez deixe de parecer mal, talvez o alinhamento da Antena 3 passe a incluir mais umas coisinhas...
Hipatia | Homepage | 08.04.06 - 9:00 pm | #

--------------------------------------------------------------------------------

É o chamado "efeito josé mourinho". Pelamo-nos por uma aprovação vinda de outro país, adoramos ler o que os outros escrevem de nós, apenas complexos de inferioridade afinal.
Os Xutos é um bom exemplo, porque digamos que as letras deles não são propriamente um prodígio de poesia e funcionam muito bem naquele registo de música. Sem complexos.
O que se passa agora com quase "parecer mal" ser em português, aconteceu o inverso há uns anos. Os Silence 4 e os Gift tiveram dificuldades com as editoras porque todas lhes diziam que em inglês não iam funcionar. E agora vê-se. Pode ser que seja cíclico e venha aí outra inversão, pelo menos.
Há também uma questão de gerações, já que a música que funciona em português é mais "adulta" enquanto os adolescentes se viram mais para hip hop e afins onde de facto ainda menos se canta em português.
Mas a prova que até em ritmos mais modernos o português pode resultar, são, para o bem e para o mal, os sucedâneos de telenovelas, se me faço entender.
E.A. | Homepage | 08.04.06 - 10:06 pm | #

--------------------------------------------------------------------------------

(estas caixas parecem não ter limite de caracteres :-p)
E.A. | Homepage | 08.04.06 - 10:06 pm | #

--------------------------------------------------------------------------------

Graças aos santinhos todos, estas caixas não têm mesmo limites E tens razão: este efeito floribellas é do piorzinho, mas terá, por certo a sua função.

Estou a tentar pôr-te uma surpresa a tocar ali na página principal, mas estou com dificuldades técnicas. Acho que vais achar piada
Hipatia | Homepage | 08.04.06 - 10:51 pm | #

--------------------------------------------------------------------------------

Afinal, acho que já consegui. Espero que tenhas colunas
Hipatia | Homepage | 08.04.06 - 10:52 pm | #