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A guerra poderá alguma vez ter justificação? E a guerrilha, parente pobre e suja da guerra? E o interesse de qualquer estado poderá alguma vez exigir comportamentos amorais? Ou serão antes eles rapidamente propostos, desculpando-se o uso de um "terror menor" contra um terror sob a alçada de legitimidade de um estado terrorista? E como se mede o terror? Em números de vítimas? Em números de vítimas evitadas? Ou apenas pelo silêncio dos que nem como vítimas se podem afirmar?
Já agora: ainda alguém se lembra dos Hutos e dos Tutsis? Dos Balcãs? Da Tchéchénia? Do Sudão? Da Indonésia pré e pós Timor? Das purgas do Chile? Dos Khmers? Do Afeganistão? Da recusa dos EUA em aceitarem a jurisdição do Tribunal Penal Internacional?...
Será que alguém quer realmente lembrar como a História parece sempre capaz de lavar as morais das diferentes histórias? Vamos continuar a tentar apanhar e condenar todos os Noriegas e todos os Pinochets depois de eles perderem valia para as politiquices do costume?
As guerras alimentam-se a elas mesmas. São sorvedouros de interesses e calculismos. No fim, devoram tudo, numa corrida entre o nepotismo e o despotismo e, como sempre, apenas uns poucos lucram. E são, cada vez mais, uma questão mediática, um espectáculo de pirotecnia e sangue.
Mas, na verdade, parece-me que nem há aqui novidade alguma. Só mudam os lados vitimados e as dimensões das hecatombes.
4 comentários:
Como diz o Fausto, a guerra é a guerra.
O poder dos estados senhores do mundo aumenta no eclodir de todos esses conflitos que enumeras. Como um jogador de xadrez que está apenas a mexer as peças que se vão comendo umas às outras.
E depois, sem estas guerras nos horários nobres dos noticários televisivos dos "países civilizados" que haviam eles de noticiar?... os comezinhos problemas internos de cada país?... ;)
Infelizmente os senhores das guerras servem-se do terrorismo como desculpa para tudo, como é o caso de Israel neste momento, como desculpa de combate ao terrorismo matam-se milhares de inocentes, destroiem-se cidades, aniquilam-se paises, e para quê? Para lucrar com a venda de armas? com o petroleo? uma parcela de terra?qual o objectivo real destas guerras?
Combatem o terrorismo com terrorismo, mas e, quem nos proteje destes terroristas que se julgam os policias do mundo...?
Agora lembraste-me a morte a jogar xadrez :)
Falta aos probleminhas banais a dose certa de pirotecnia, não é? Por mais que os enfeitem em prime-time. E oh se não os enfeitam!
Mas talvez o que me choque realmente é a forma como se sucedem e se esquecem, arrumados entre dois talk-shows e à espera do próximo :S
Ninguém nos protege de ninguém, Cruzeiro. Nem de nós mesmos. E talvez por isso continuem as lutas a propósito de uma qualquer desculpa que, em determinado momento, esteja mais a jeito :(
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