2008-03-09

Da manifestação


aqui

Esta manifestação "classista" de ontem, em que tanto professor se deixou – crédula ou convictamente – enrolar pela bitola do reclamar por reclamar, sem apresentar alternativas, conseguiu o que pensava impossível ao fim destes anos de Governo de Maioria Socialista: pôs-me do lado do Governo e com vontade de defender a Ministra da Educação.

Não discuto o direito à manifestação; não descarto o descontentamento. Mas lembro uma entrevista passada da Ministra em que lhe perguntavam o que ia fazer com tantos professores desempregados que, mais uma vez, tinham ficado sem colocação. E a Ministra dizia que o Ensino Público não podia ser o garante do pleno emprego da classe. Pois não! Mas se há assim tanto professor desempregado, avaliem-se os que lá andam a progredir automaticamente nas carreiras, sem prestarem provas mínimas de serventia. E ponham na rua os que não prestam – que são muitos, demasiados, um que fosse já era demais – e tratem de dar lugar aos que não foram colocados.

O resto do País também trabalha e paga impostos. O resto do País tem avaliações e promoções por mérito. O resto do País é responsável pelo trabalho bem ou mal feito, exigem-lhe produtividade e empenho, pagam a crise com horários prolongados, quase sempre não remunerados. Para os que estão no Sector Privado, o desempenho de cada um compromete ou não o desempenho da empresa e os seus resultados e, no extremo, a continuidade de um posto de trabalho.

O resto do Sector Público, melhor ou pior, tenta seguir a lógica da avaliação, sabendo que em função de um Director ou de outro, serão bestas ou bestiais com um par de anos de permeio. Nisso, até é parecido no Privado, sendo que a nomeação política costuma até terminar mais cedo. Mas, entre as várias injustiças, houve muitas outras que deixaram de acontecer.

Foi assombroso ver tanta gente na rua. Suponho que terá até assustado este Governo e, especialmente, o Primeiro Ministro, sempre tão preocupado com a imagem. Alguns Ministros até já meteram os pés pelas mãos. Mas se a reforma não se faz agora com medo dos professores, nunca se fará, porque haverá sempre medo dos professores e das suas defesas corporativistas de privilégios que não fazem mais sentido.

E convém que os Professores não esqueçam que, quem olha de fora, tem de conviver com o resultado do que produzem diariamente, porque quem olha de fora é muitas vezes um Pai que sabe que o filho terá melhor ou pior sorte na vida se conseguir que fique entregue a um e não a outro professor, a uma escola e não a outra. E também fomos colegas de uns quantos quando andavam a estudar e sempre saberemos quem era bom e quem foi dar aulas porque – infelizmente – não era competente para mais nada. E alguns de nós até herdaram esses alunos acabadinhos de fabricar por eles quando chegaram à Universidade sem nem bem compreenderem português, ou incapazes de fazerem uma pesquisa, ou até mesmo de fazerem uma simples conta de multiplicar. E depois deverão também comparar os horários que têm, os dias de férias que de facto gozam, os ordenados que levam para casa ao fim do mês, o difícil que é serem despedidos por qualquer causa, seja ela justa ou injusta, o modelo da flexisegurança que nunca lhes será aplicado, nem a medição de qualquer espécie para os rácios de produtividade do País.

Depois disso, lembrem-se os professores que podem ser 100 000 a manifestarem-se no Rossio ou onde bem entenderem, mas que o País que olha do lado de fora tem pouca paciência para quem ralha de barriga cheia. E que nós – os outros – somos bem mais do que 100 000. Aliás, até os professores são mais do que 100 000. E que a manifestação pode não ser nada se não estiverem dispostos a irem para outras formas de reivindicação, também elas legítimas, como a Greve. Mas se voltam a fazer greve para o povinho os ver de cu sentado nos cafés em amena cavaqueira enquanto a fedelhada fica ainda pior do que está, então acreditem os Professores que serem 100 000 nas ruas de Lisboa não lhes vai servir de nada e, na hora de decidir, o prato da razão – e até mesmo o da Justiça em demasiados casos – não vai ser para o lado deles que vai pender.

Muito menos se continuarem a abrir a boca para reclamarem da perda de privilégios. É que os privilégios não são, realmente, para serem dados ao desbarato, a todo quanto levanta o braço. O privilégio deveria apenas premiar os melhores. E há muitos bons professores. Tantos, que não mereciam sequer ser metidos no mesmo saco de tantos outros que são, na melhor das hipóteses, apenas medíocres. Pior ainda: que sabem que são medíocres e que os colegas também sabem que são medíocres. E se há coisa que temo de facto é que, na manifestação de ontem, estivessem demasiados medíocres, os tais que estão cagados de medo mediante a possibilidade de avaliação.

A ser assim, 100 000 é de facto um número profundamente assustador. Não necessariamente para o Governo, antes para nós, que sustentamos toda esta classe e que, no mínimo, deveríamos saber o resultado das avaliações de quem pagamos para nos prestar um serviço e a quem entregamos a responsabilidade de promover e medir o desempenho dos putos que hão-de ser a geração seguinte.

13 comentários:

I. disse...

(Suspiro enorme)

Tinha tanto para comentar sobre este teu post que nem sei por onde começar, mas lanço apenas alguns tópicos:
- atendendo à carga horária, dias de férias efectivamente gozados, e não existência de exclusividade, os professores são os profissionais do sector público mais bem pagos à hora;
- não refuto que é profissão de elevado desgaste; mas como eles há outros tantos, e ainda piores (polícia, médicos e enfermeiros, só para dar um exemplo);
- não contesto que o papel do professor, nomeadamente no que toca a disciplina, está muito desvalorizado. Mas não serão eles cúmplices do actual estado de coisas, quando sempre pactuaram com as passagens por favor, dar abébias, não marcar os tadinhos dos alunos que já eram produtos da exclusão social?
- quem teve maus profs e tentou reagir sabe no que dá. aconteceu numa turma minha: fizemos uma exposição ao conselho directivo (estávamos no 12º ano, muitos de nós precisávamos da nota para ir para a faculdade, e a stora era uma incapaz, técnica e psicologicamente), e o CD entregou-a à stora visada que, com ar de triunfo, a exibiu perante nós. Nada foi feito, nadinha.

É verdade que há óptimos professores; esforçados, cheios de ideias e bom percurso profissional. Eu tive imensos, e lembro-me de todos. Mas esses deviam ser os primeiros a exigir avaliação, que estão a ser prejudicados pelos maus profissionais! Se este modelo de avaliação não serve, proponham outro. Assim, o que parece é que não querem que os chateiem.

(a minha mãe foi stora durante trinta e tal anos. conheço a realidade, o que penam, e dou-lhes muito valor. mas tb te digo que sei de muita coisa que preferia não saber.... e não é nada abonatória)

Anónimo disse...

Saudações...!
Epá...

Eu fui a outra Manif...THE CURE...(ihihihi)... (cantavam mais afinados... lol)

Beijos...de Lata! (Mahuhaha)

vidinha disse...

Sou docente, não estou colocada, mas trabalho. Permita-me discordar que em outras empresas se sobe por mérito, na maior parte dos casos, não é verdade. Sim, concordo com uma avaliação, aliás, defendo-a, até porque acho que há muitos professores a ocupar lugares sem qualquer qualificação para tal, não concordo com a forma como a pretendem aplicar. É injusto que um pai possa avaliar um professor, pois nem todos os pais são capazes de se distanciar da nota que é dada aos filhos e os professores também não podem avaliar os pais? Este é um dos exemplos. Quanto às horas fora do horário, penso que é da classe que mais trabalha. Não é chegar e dar aulas, é prepará-las, corrigir fichas, testes, analisar soluções, engendrar planos de ajuda. Não considero que seja uma classe de pouco trabalho e quanto ao mês de férias, não tem que ser assim, podem existir cursos de verão e outros projectos, no entanto, têm direito a ele como em qualquer outro trabalho.
Resta saber se este novo sistema é um sistema de méritocracia ou de novas cunhas. Tenho as minhas dúvidas.

Filipa Paramés disse...

Claro que têm de ser avaliados. Devem! Há imensos professores que nem contínuos deveriam ser. Apanhei muitos maus. Outros fantásticos.
Mas não me entra na cabeça uma progressão na carreira tendo em conta as (boas) notas que os profs dão aos alunos.
Isto não é ensinar e a verdade é que cada vez mais os alunos sabem menos e menos e menos. Muito gostava eu de saber o que é que fazem nas aulas e já agora que raio de programas são aqueles que excluem, entre outros, Os Lusíadas, Os Maias, Sonetos e por aí fora. Não foi contestada a avaliação, mas o modo como esta vai ocorrer. É a estrutura, a base que não funciona nem nunca há-de funcionar se não houver uma reforma profunda. E não é a avaliar os profs desta maneira. Isso é mais tarde e de uma forma diferente.

Como é que fazem nos países normais?

beijinhos

Hipatia disse...

I, eu aceito que os professores têm sido vítimas das reformas sucessivas. Aceito até o descontentamento e o direito à indignação. Não aceito os discursos e muito menos este transparecer de que a única coisa que realmente importa é não haver avaliação nenhuma e que ninguém separe o trigo do joio no ensino.

Como tu, tive bons e maus professores. Felizmente, tive mais bons do que maus professores, começando por uma brilhante professora primária a quem devo muito do que consegui. As bases que me deram desde a escola primária foram suficientemente boas para compensar até algumas das azémolas que me apareceram pela frente, incluindo uma professora contra quem a turma meteu um processo na Escola Secundária onde, felizmente, o CD funcionava e acabou reformada como há muito devia estar.

Mas também tive uma professora da mesma disciplina no ano seguinte que, face à nota que me apareceu na pauta no resultado da primeira e de má memória PGA, me meteu na mão os dois contos que então custava pedir revisão de provas: era uma professora empenhada, directora de turma, que sabia bem que a nota não podia estar certa, porque se dava ao trabalho de conhecer cada aluno, mesmo que isso a fizesse perder horas em que podia estar a fazer outras coisas, até a dar aulas nos externatos, como tantos dos colegas, numa altura em que passou a valer mais a média do que o resultado nos exames nacionais, entretanto anulados. E o resultado foi que se veio a descobrir que uma qualquer cavalgadura, mais interessada no dinheiro que vinha da correcção de provas por atacado, se tinha esquecido de corrigir toda uma página de respostas mais a composição. Após a revisão, o meu resultado final praticamente duplicou. Giro, não? E pude devolver o dinheiro a essa senhora com quem ainda hoje tenho contacto.

E também não fui para os externatos tirar as tais das boas notas. A Secundária que frequentei e onde apanhei várias professoras que tinham sida da minha mãe, tinha fama de dar notas baixas. E dava-as de facto. Em contrapartida, preparava bem os seus alunos. Tão bem que muitos nunca tiveram de temer o Ensino Superior: estavam preparados para ele. E eu estava. Mais do que preparada. Tão preparada que foi relativamente fácil e eu não sou sequer mais inteligente do que o vizinho do lado.

Ensinar a trabalhar e a pensar, a escrever e a fazer contas, a desenvolver competências no empenho e na necessidade de trabalho diário é difícil. E os alunos estão cada vez mais complicados e o regime de faltas até retira poder coercivo e disciplinador aos professores. Mas também há demasiada gente que já nem se importa, baixou os braços, nem quer saber. E outros tantos que nunca prestaram. E esses estão a puxar todos os outros – os bons e os excelentes, os que ainda não desistiram – para trás. E isso é injusto para todos: em primeiro lugar, para os bons professores, depois para os alunos, por fim para a sociedade que vê este lamaçal arrastar-se, continuando a ter de sustentá-lo.

Hipatia disse...

LOL, Lata! Acredito que sim :) E até já li que tocaram todas as "velhinhas" e que fizerem bem melhor serviço em relação à última vez que cá tinham estado.

Agora, espero que tenhas ficado num dos lugares sentados. É que se ficaste entre o maralhal, não acredito que tenhas visto os gajos :P

Hipatia disse...

Vidinha, eu, que estou aqui do lado de fora e não tenho quaisquer interesses em causa, tirando o facto de ajudar a sustentar esta bandalheira em que se transformou o Ensino em Portugal, digo que já me basta a história do “nós até queremos ser avaliados, mas não assim”, quando não vejo qualquer proposta alternativa à apresentada pela Ministra, tirando a proposta do “fica tudo na mesma” ou a proposta de aproveitamento político do “vamos queimar a gaja e assim dar cabo do Governo”. E estando a mudança há tanto tempo a ser anunciada e há mais tempo ainda a ser contestada, seria de esperar que já tivessem sido apresentadas não sei quantas versões alternativas.

Além do mais, é mentira que não haja progressão por mérito. Existe sim, mas implica ser medida e também implica muito esforço do lado de quem a quer. Se é sempre justo? Duvido. Até admito que, em muitos casos, possa aparecer um qualquer filho da puta a querer fazer a folha a um professor em especial, seja um pai descontente, ou um colega avaliador ressabiado. Mas ai entra o cruzamento dos vários tipos de avaliação. Porque são vários, não é? Mesmo que os professores tenham feito bandeira de apenas um ou, na melhor das hipóteses, dois. E acho ainda mais injusto que mérito algum seja medido.

Depois, há a questão dos pais. Até admito que muitos pais são relapsos. Mas há muitos mais que não o são. E, se não querem os professores todos serem metidos na categoria de medíocres, não metam também os pais todos no mesmo saco. Além do mais, a avaliação dos pais é apenas um dos parâmetros. Há muitos outros. Não digo que esta avaliação proposta seja sequer justa a todos os níveis. Parece-me evidente até que qualquer avaliação decretada por um sistema ultra-centralizado (e muitas vezes completamente alheado nas realidades locais) não poderia primar pela justiça absoluta. Mas mais injusto para todos quantos estão de fora do ensino é ver o status quo actual e as consequências evidentes.

E de cada vez que ouço ou leio que, como as notas dos alunos vão contar para a avaliação, então os professores vão inflacionar notas, só me apetece dizer que, então, eu não quero professores desses se não prestarem provas todos os dias e todos os anos. Porque mais relapso do que isso não consigo sequer conceber, brincadeira total e absoluta com um serviço que devia ser prestado com seriedade.

Já agora, faz mesmo sentido esta lógica corporativa que apenas quer defender os privilégios da classe? Sempre que se metem as associações profissionais ao barulho – qualquer uma delas – a meritocracia dá de frosques. É que são mutuamente exclusivas como bastas vezes se tem provado.

Quanto ao trabalho e a preparação de aulas e afins, isso parece-me poeira para lançar aos olhos dos outros. E no resto dos empregos? Não se trabalha na preparação das coisas? E empregos em que todos os dias é preciso inventar soluções novas, em lugar de usar os apontamentos do ano anterior? Ou é mentira que, para muitos dos professores mais geriátricos, não é isso que acontece? E quantos desses há muito desistiram de actualizar competências porque têm tantos anos de serviço que isso até agora já não lhes valia para nada? E os horários de 22 horas semanais? Não existiam? E os cursos “para inglês ver” eram mentira? E as turmas negociadas com base na qualidade dos alunos e da cunha e da antiguidade? E as sobras e as chatices que eram lançadas apenas nas costas dos professores substitutos e/ou contratados que, sem qualquer rede e sem qualquer garantia, eram despejados em escolas diferentes todos os anos, enquanto as múmias ficavam no lugar de sempre?

Hipatia disse...

Não são só as boas notas dos alunos, Filipa. Há uma série de parâmetros, muitos deles que deverão ser implementados localmente, tendo em conta o contexto da própria escola. Ou pelo menos é o que entendo do que leio aqui. É que os discursos, para serem efectivos, devem apenas frisar o que importa. E isso tem sido feito à exaustão. Como o facto de não haver nenhum professor que admita abertamente que não quer é perder o actual estado de coisas no que toca ao Estatuto da Carreira Docente. E muitos mais que têm medo de serem avaliados. E muitos outros que até sabem que, mais cedo ou mais tarde, se continuarem a usar a técnica falsa da nota inflacionado, serão apanhados e desmascarados, se as avaliações forem realmente sérias. Não me parece que seja por ai, sabes? Há, obviamente, falhas nesta proposta. Algumas delas, bastante graves. Mas caberia aos professores apresentarem contra-propostas. E isso não aconteceu. Aliás, deixaram isto chegar a um ponto em que já não pode haver retorno. E, se a Ministra não tiver com quem negociar, vai usar a lógica mais à mão (e também a menos democrática) que é a imposição pura das alterações.

Anónimo disse...

Concordo em absoluto contigo neste assunto.

Hipatia disse...

Então já somos dois, anónimo :D

Erecteu disse...

Ainda que nos leiam ;)
Trago-te uma notícia que te deixará por certo "estarrecida" de gozo: O primo está congelado há quase quatro anos. Mais, ficou impossibilitado de atingir o topo da carreira, vai morrer em 2012como prof não titular, ultrapassado pela esquerda e pela direita por colegas com menos habilitações científicas.
Deixo-te com esta, cofortado pela ideia de que poderás melhor venerar a Marilú.
Bjs

Hipatia disse...

(duvido que nos leiam, mas...)

Mas então, se há colegas menos habilitados - e até piores profissionais, pelo que depreendo, apesar de a habilitação nunca ser o único factor de competência, como sabes - qual o mal de haver avaliação? E nota que eu nunca disse que esta avaliação era boa. Nunca diria isso. Mas haver avaliação é melhor do que avaliação nenhuma e, até agora - muito por força das posições sindicais e de alguma inércia - não vi alternativas. Mas uma coisa é evidente: com carreira congelada ou não, não consigo conceber que um professor, especialmente se for um que nada tenha a temer, não saia à rua a dizer "esta avaliação que nos querem fazer é uma merda; cá está uma proposta de uma avaliação como deve ser".

Anónimo disse...

Mais Vozes

elementar-caro-watson
erecteu | | Email | Homepage | 03.12.08 - 10:32 am | #

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Perguntinhas manhosas:

E que nos pareceria se aos alunos fosse possível passarem ano após ano sem nunca terem um momento em que lhes era pedido que provassem o que aprenderam, como aprenderam e como aplicam o que aprenderam?

E como garantiríamos que os alunos se empenhariam na aprendizagem se nunca avaliássemos o seu desempenho?

E como faríamos, face à ausência total de um qualquer enquadramento avaliativo, para apurar quais os alunos que deviam seguir para medicina e aqueles que deviam ir para mecânicos de automóvel?

E porque haveríamos de pôr um filho a aprender medicina com alguém que nem sabemos sequer se está habilitado a pôr uma ligadura?

E porque haveríamos de pôr um filho a aprender mecânica com quem não sabemos se é capaz de reconhecer um carburador?

E porque é que haveríamos de pagar uma endoscopia feita por um jardineiro?

E porque é que tanto mecânico do ensino ainda acha e diz à boca cheia que todos os pais são incapazes de trocarem um pneu ou diagnosticarem uma diarreia?

E porque é que deveríamos achar que todos os carros com um furo no pneu têm um defeito de fabrico?

E desde quando é que o pragmatismo não pode ser nem quantificável nem qualificável?

E porque não haveria de ser qualificável e quantificável o processo de ensino se, diariamente, quantificamos e qualificamos os seus resultados?

Hipatia | | Email | Homepage | 03.12.08 - 2:44 pm | #