Sempre fui do contra. Bem, quase sempre fui do contra. Mas, no que toca a futebol, sempre tentei ser do contra. Não tendo nunca entendido a mania de tentarem limitar as escolhas a azuis, vermelhos e verdes, resolvi que seria dos de preto. Ora, como a Académica – mesmo morando no meu coração – estivesse sediada um pouco longe, concedi no preto e branco aos quadradinhos. Assim como assim, eram pequenos o suficiente para causar algum espanto quando lá vinha a pergunta da praxe: "és do Porto ou do Benfica?" (é que, durante muitos anos, o Sporting só estava entre os grandes para fazer número, como aliás amiúde vai continuando a demonstrar) e eu abria um sorriso para responder: "sou do Boavista". Depois de anos à míngua pelos motivos que se sabem, para o ano estou de esperanças, nunca verdes, claro: de preto e branco como de costume e o sorriso de antigamente. "Sou do Boavista, claro". A ver se a falta de dinheiro não me estraga os planos de, na época que nem sequer começou, voltar a defender os meus pequeninos e - sim - caceteiros do costume. Vai ser do melhor, especialmente se algum dos armados em grande ainda vier ao Bessa bater com os burrinhos na água.
Como sou boa menina e porque tenho leitores lampiões, abstenho-me de comentar os males de festejar de véspera.
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