2013-05-19

Viral


Maria Teixeira Alves*, irritada com a aprovação da co-adopção, caiu na asneira de pespegar num post um pleonasmo, referindo-se a "homossexuais do mesmo sexo". E num instante caiu o Carmo e a Trindade porque, obviamente, todos somos impolutos quando nos transformamos em correctores ortográficos dos outros. E a questão real é que havia obviamente por onde desmontar redondamente os argumentos de alguém que acha que as crianças estão melhor se institucionalizadas em lugar de se integradas numa família. Eu, que estou a léguas do pensamento da senhora, sinto-me ainda mais a léguas do golpe baixo e da piadinha fácil. Mas nem sei porque me surpreendo. Uma coisa é certa, quem nunca escreveu um disparate, que atire a primeira pedra. Como já teclei demasiados "peidos" em vez de "pedidos" em espaços bem públicos, recuso-me a ir por aí.


*já me conhecem: obviamente que há sítios para onde nem amarrada me apanham a pôr link.

6 comentários:

Izzie disse...

Sim, não é por aí... a opinião da dita senhora não me surpreende, que há muita gente que o pensa e não tem coragem de o verbalizar. Enfim, preconceito puro, nem sei se vale a pena tentar rebater de forma séria - o Daniel Oliveira, que nem sempre aprecio, fez um bom trabalho sarcástico, uma resposta à medida.

Hipatia disse...

Lembras-te da treta dos embriõezinhos e de como íamos andar a matar criancinhas com a aprovação da legislação da IVG? Pois, não admito o mesmo absurdo feito ao contrário, ainda por cima de gente armada em infalível no que toca a português escrito. Como se não lhes lêssemos as calinadas há demasiados anos.

Izzie disse...

Era óbvio que nos primeiros anos o nº de IVG seria elevado! Afinal, recorreram legalmente a tal interrupção todos os que antes iam ao vão de escada... mas entretanto diminuiu e isso é uma excelente notícia.

Hipatia disse...

Continuo a achar que há muito a fazer, especialmente a montante, mas foi sem dúvida uma grande conquista. Como o tanto que se falou da despenalização do consumo de drogas e agora somos o case study do mundo. Espero sinceramente que um conjunto alargado de medidas evitem todas as discriminações sobre qualquer cidadão português e se provem rapidamente viáveis e benéficas.

osbandalhos disse...

Temo que com a cu-adoção, a criança não tenha a certeza por onde veio ao mundo.

Hipatia disse...

Duvido que essas crianças se preocupem com tal. Normalmente são os adultos que pensam com o olho do cu.