2025-05-04
Campanha
Vai começar mais uma Campanha e vai ser o espectáculo do costume. Porque os políticos em Portugal andam como se tivessem descoberto o país ontem e herdado os ossos da pátria por engano. Falam com a solenidade de quem ensaia promessas em espelhos e sorri para as câmaras como se fossem confessionários. Há neles um cansaço disfarçado de convicção, uma burocracia da alma. Trocam cadeiras, mudam discursos, mas o cheiro a mofo institucional resiste, entranhado nas paredes da Assembleia. Muitos parecem não governar — apenas administrar a sobrevivência do próprio cargo. E enquanto o povo espera por futuro, eles distribuem passado reciclado em comícios mornos. Ninguém se queima, mas o país arde devagar.
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