A arbitragem em Portugal vive aquele estado curioso em que todos garantem que está péssima, mas cada um acha que está péssima por motivos opostos. Os árbitros juram que fazem o possível, os clubes juram que eles fazem o impossível e o VAR aparece apenas para confirmar que a tecnologia também sabe gerar confusão com elegância.
No relvado, cada decisão vira tese de doutoramento, com repetições de todos os ângulos menos aquele que realmente interessa. Fora dele, dirigentes discutem como quem disputa o último pastel de nata — com convicção, pouca lógica e muito açúcar e canela por cima.
No meio disto, diz-se que a solução está “em melhorar a comunicação”. O problema é que, quando finalmente comunicam, ninguém acredita neles. A crise mantém-se, inflamada, circular, quase artística. E Portugal segue, semanalmente, a viver o seu desporto favorito: reclamar do árbitro, mesmo quando o jogo ainda nem começou.
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