Um par de sapatos maus é sempre mais eloquente do que parece. Fingem elegância, mas carregam uma vocação dramática que faria tremer qualquer palco: apertam onde ninguém pediu, deslizam quando tudo exige firmeza e, no auge da ousadia, estalam como se anunciassem os nossos segredos. Caminhar com eles é negociar tréguas breves com cada esquina. E seguimos tropeçando com graça estudada, como quem aprende a rir da própria escolha duvidosa. É que, afinal, são muito giros!
Sem comentários:
Enviar um comentário