Há dias em que o vento não sopra — grita. Vem rasgando o silêncio das janelas mal fechadas, entrando em nós como quem procura abrigo.
A ventania remexe papéis, despenteia os cabelos, e, num gesto só, arranca o que ainda fingíamos segurar.
É assim que o ar se faz espelho:
revela o que precisa ir, o que insiste em ficar e o que já partiu há muito, mas ainda faz barulho cá dentro.
Sem comentários:
Enviar um comentário