2025-11-08
Sobrevivência
A rosa de Jericó é um desses enigmas que o deserto inventa para provar que nada permanece morto o suficiente. Fechada em si, parece apenas um punhado de raízes crispadas, uma lembrança sem água. Mas basta um fio de humidade para que a planta desdobre o seu gesto antigo e volte a abrir, lenta e teimosa, como se recusasse o fim. Há quem a use como talismã, quem nela procure promessas de renascimento. Eu apenas a observo, essa pequena teologia vegetal, ensinando que a sobrevivência às vezes não é mais do que saber esperar pela próxima chuva.
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