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Vendo como todos os partidos da oposição se dedicam a apoiar a lógica irredutível e estapafúrdia da Fenprof, que tanto assina acordos como, logo de seguida, faz tábua rasa de todo e qualquer acordo firmado, ouço da voz de um senhor de quarenta e muitos, dois filhos na escola pública e nono ano inacabado, uma proposta para uma avaliação dos professores. A tal avaliação que todos dizem necessária, mas os professores não querem e os sindicatos não querem que eles tenham e que aos partidos na oposição não dá agora jeito nenhum que haja.
Segundo esse senhor – que podemos considerar como um belo exemplar do tal povinho que ainda vota e que irá votar – a coisa ficava resolvida se fossemos buscar em segunda mão a Inglaterra aquelas câmaras de filmar que estão nas ruas (que custaram um balúrdio mas que agora se descobriu que ninguém usa de verdade), as trouxéssemos para cá, as instalássemos em todas as salas de aula e as deixássemos a filmar.
Depois, de forma aleatória e sem ninguém saber quando, como e onde, seriam seleccionadas 5 ou 6 aulas de cada professor. Essas cassetes seriam então enviadas para outra escola, escolhida também de forma aleatória, para que um grupo composto por um professor, um psicólogo, um representante dos pais, um representante do pessoal administrativo e um representante dos alunos, se encarregasse de avaliar o professor que tinha tido as suas aulas gravadas.
É, era um big brother dentro de cada sala de aula. E era avaliação feita por quem nada teria de amiguismos com o professor a avaliar. E era ver se num instante não tínhamos todos os professores nos eixos. Viessem depois dizer que essa avaliação não valia. Ou viessem depois dizer que preferiam antes esta que agora dizem que não pode ser.
E, vejam só, isto vem de um pai de alunos, trabalhador e pagador de impostos. O tal que às tantas pensam que cativam mostrando na rua 120 000 cantores da revolução de versos mancos. E, convenhamos, cada vez me parece mais que a tal "sinistra ministra" vai conquistando apoios e não é só entre os membros do governo.
Se os professores se atrevem a mais umas manipulações de alunos com ovos à mistura ou mais umas passeatas em época de aulas ou se chegam mesmo a beliscar nem que seja ligeiramente o ano escolar dos alunos, cheira-me que vão aparecer muitos mais pais na rua do que todos os professores no activo que, de facto, saíram na manifestação e todos os outros que vão de costume com eles para ajudar a fazer número.
Segundo esse senhor – que podemos considerar como um belo exemplar do tal povinho que ainda vota e que irá votar – a coisa ficava resolvida se fossemos buscar em segunda mão a Inglaterra aquelas câmaras de filmar que estão nas ruas (que custaram um balúrdio mas que agora se descobriu que ninguém usa de verdade), as trouxéssemos para cá, as instalássemos em todas as salas de aula e as deixássemos a filmar.
Depois, de forma aleatória e sem ninguém saber quando, como e onde, seriam seleccionadas 5 ou 6 aulas de cada professor. Essas cassetes seriam então enviadas para outra escola, escolhida também de forma aleatória, para que um grupo composto por um professor, um psicólogo, um representante dos pais, um representante do pessoal administrativo e um representante dos alunos, se encarregasse de avaliar o professor que tinha tido as suas aulas gravadas.
É, era um big brother dentro de cada sala de aula. E era avaliação feita por quem nada teria de amiguismos com o professor a avaliar. E era ver se num instante não tínhamos todos os professores nos eixos. Viessem depois dizer que essa avaliação não valia. Ou viessem depois dizer que preferiam antes esta que agora dizem que não pode ser.
E, vejam só, isto vem de um pai de alunos, trabalhador e pagador de impostos. O tal que às tantas pensam que cativam mostrando na rua 120 000 cantores da revolução de versos mancos. E, convenhamos, cada vez me parece mais que a tal "sinistra ministra" vai conquistando apoios e não é só entre os membros do governo.
Se os professores se atrevem a mais umas manipulações de alunos com ovos à mistura ou mais umas passeatas em época de aulas ou se chegam mesmo a beliscar nem que seja ligeiramente o ano escolar dos alunos, cheira-me que vão aparecer muitos mais pais na rua do que todos os professores no activo que, de facto, saíram na manifestação e todos os outros que vão de costume com eles para ajudar a fazer número.
2 comentários:
primeiro comentário: como em todas as profissões "há professores & 'professores'. fim de comentário (sim, venham as avaliações mas não numa tonelada de papelada para preencher)
segundo: o ensino cá na terrinha anda a ser assassinado há década. dizem os entendidos que desde a reforma de Veiga Simão (o VS pré-25A). disso pouco falo pois se antes ou depois o ensino tinha mais ou menos do + ou do -, eu passei por ele passeando, tão distraído a olhar os passarinhos e as ondas nas praias que já era pai quando arregaçei mangas e pus-me a aperfeiçoar e (in)completar a formação académica. em boa-hora pois talvez pelo dita 'maturidade' tornei-me uma esponja de tanto bom que, só então, 'via' e via que me fazia falta. vai daí que, a exemplo, não compreendo coisas como Filosofia ter passado a disciplina facultativa para ingresso nas U, a ausência durante décadas de exames para aquilatar se se sabe de Saber ou os alunos andam lá como eu andei - mas os 'meus' exames revelavam-no! - e esta coisa incrível que agora vai (já) entrar em vigor de até 'transitarem' d'ano sem, parece se não li mal, sequer porem os pés nas aulas. fim de coemntáro.
e terceiro, last but not the least mas fico-me por aqui, pergunto-me a mim mesmo e tenho fortes suspeitas para a resposta, de quem assasinou o sindicalismo (credibilidade do). tenho amigos prof's com uma vida profissional de décadas e sindicalizada, que têm cancelado as suas inscrições nos 'órgãos sindicais' da classe. eles dizem-me do porquê e eu acredito pois abte crto quer com o teu resmungo quer com o que, espectador ignorante que sou, leio e vejo. fim mesmo de comentário pois da ministra não falo: há autoritarismos e tiques de autoritarismo com que nunca simpaticarei, além de acreditar que conversas de surdos são só barulho e nelas esvaem-se na azoarda quaisquer resquícios de argumentação e propostas válidas, profícuas.
ah! fui aluno-corrécio e de que forma... mas por bem menos de 'gemadas' regularmente levava "faltas disciplinares', suspensão de x dias às aulas, e mesmo quando fui "expulso" dum liceu (não foi bem assim: chamaram lá os 'velhotes' e aconselharam-nos a matricularem-me noutro para não terem de dar um despacho avermelhado no papel da matrícula), bem, mesmo aí, nada de semelhante a "gemadas" em cima dum prof'...
e calo-me. foi mesmo para inaugurar esta caixa de comentários que dáva-me dó vê-la assim erma, quando o piso do post é tão boa qualidade para... comentar ;)
Carlos, eu conheço vários professores que não têm nada a ver com alguns espécimes que vi na rua e, mais ainda, com o arrazoado que ouvi outros tantos proferir e, para quem dá uma volta por certa blogosfera de professores, nunca esperaria ver certos espectáculos. Mas muitos dos tais professores que conheço não têm neste momento espaço para a opinião, quando se vota de braço no ar e se não estás connosco és fascista, por mais que cancelem as inscrições nos sindicatos. Na verdade, penso que isto tudo já passou muito para além disso e que soltaram um monstro que se vai virar contra eles e ferrar-lhes o cu (o tal que tão bem rima com Marilu).
E, sabes, mesmo com aquele ar de estafermo - coitada, ninguém lho tira e até pode ser que seja - tem sido a Ministra quem tem cedido. Do lado dos professores está visto o que querem. Só espero que não o consigam e que a avaliação avance. A qualidade da avaliação que dali vai sair é que me parece cada vez mais da responsabilidade da classe. Se um dia destes for ainda pior do que aquela que podia ter sido se bem negociada, que não se queixem depois.
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