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No meio das minhas várias manias, há a mania de que sou independente. Ganho o meu dinheiro, tenho a minha casa, tenho o meu carro, pago o que devo, controlo os vícios, imponho regras a mim mesma para que não venha ninguém de fora e me sujeite a obrigações.
Tudo o que tenho saiu do meu esforço. Não necessariamente porque tinha de ser assim, antes porque quis que fosse assim. Do que tenho e de como faço a gestão do que tenho, não dou satisfações a ninguém, excepto a mim mesma.
Assim, da mesma forma que deixava de ir para os cafés fazer grandes lancharadas, porque a semanada era pequena e eu tinha os meus (outros) vícios, como os cigarros e os cafés, ou da mesma forma que esticava o que ganhava no Verão de maneira a poder comprar livros e música, ainda hoje sou de um forretice atroz no que toca ao meu dinheiro. É que não quero ter de pedir; e também não quero ficar sujeita e não ter onde ir buscar.
É por isso que me esforço por manter uma poupança, na velha máxima do guardar do riso para a chora. Uma dor de barriga acontece a qualquer pessoa e eu não saberia viver sem ter um bocadinho ali de lado, para qualquer eventualidade.
Acho que devo ter sido educada numa mentalidade quase espartana no que toca a isto, já que sempre preferi guardar a esbanjar e raramente associo à posse de bens materiais qualquer tipo de felicidade. Na verdade, prescindo de muita coisa porque acho demasiado cara, não necessariamente porque não tenha dinheiro para comprar. E há coisas que nunca sujeitaria a taxa de juro, como as férias. Quem não tem dinheiro não tem vícios, sempre foi o lema por aqui. Andar doze meses a pagar uma semana de férias parece-me demasiado absurdo e só deve fazer sentido para aqueles que não sabem fazer contas. Digo eu, claro, que sou uma Tia Patinhas em potência...
E isto vem a propósito de quê? Bem, é que estou a preparar-me para trocar de carro. E já ando com pesadelos só por adivinhar o emagrecimento da pobre conta bancária. Mas ao fim de dez anos de vida, bem puxados e esticados, o bichinho já merece a reforma...
7 comentários:
Subscrevo tudo (excepto o café e os cigarros). A troca de carro também se começa a impor...
Eu subscrevo mesmo tudo (embora os cigarros não me "roubem" demasiado a carteira)!
Tal e qual. Também tive uma educação que prezava mais valores essenciais (habitação, paparoca, educação, exactamente por essa ordem) que os bens materiais de puro gozo. Habituei-me a só gastar o que posso, e deste ainda guardar algum para uma eventualidade. E sem dúvida nenhuma ponho os livros e a música à frente da roupinha de marca, sou uma forreta que se veste na Zara :D e não consigo entender quem se endivida por uma semana no Brasil. Vão para a Costa, que também tem praia!
Boa sorte com o carro... e escolhe bem o financiamento. Tem, sobretudo, atenção à TAEG: as despesas de contrato inflacionam a taxa efectiva; uma taxa de juro atractiva pode estar a camuflar despesas extra inacreditáveis!
Mas como será que se consegue viver sem café? Eu os cigarros até percebo, E.A. Mas café? Eu morria :)))
Sorte a tua, Deep, que a mim, apesar de andar a fumar menos, ainda dão um rombo de todo o tamanho :((
Não vou comprar o carro com financiamento, Lisa. Posso não chegar a um topo de gama e pode nem vir "artilhado". Será um carro pequeno, de manutenção fácil e económico. Talvez um Ibiza mas, se vir que não "chego" lá, ficarei pelo C2 ou algo assim. A minha feminilidade não se prolonga pelo carro que conduzo e não vou "enforcar-me" com outra prestação. Já basta a casa!
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Tenho um uno de 92 com relativamente poucos barulhos que dissolvo aumentando o som de um rádiozito que ainda não me roubaram, as portas meio enferrujadas vão dando um novo aspecto aquela cor que durante todos estes anos me tem vindo a cansar, felizmente nunca me deixou na estrada felizmente apenas as modernices dos vidros eléctricos me tem dado dores de cabeça .
carros novos é coisa que não quero, tem demasiados botões cá pó ti frogas ,ao velhote já lhe conheço as manhas já sei quais as palavras doces que o levam ao sitio
frogas | 06.28.06 - 12:41 am | #
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eu tb faço contas em demasia. Comecei a gastar mais dinheiro a partir do momento em que arranjei um part time. Tive 9 meses a gastar e a comprar sem pensar em dinheiro. E soube bem gastar. Nada de grandes loucuras... Mas ainda hoje não sei em quê... mas não interesse.
Neste momento tenho todos os meses 150 euros. Ora a net, o seguro de saúde (que sinto que a partir do momento que deixe de ter, fico com uma doença qualquer!) e o passe consomem mais de 120 euros. O que resta é para comidas, festas, roupa, livros, etc etc. uma fartura..
Mas consegue-se viver. Hoje em dia ando doidinha para arranjar trabalhinho e ordenado ao fim do mês. Com a ginástica q faço com 150 euros, imagina o lambornigini que não comprava com um ordenado qualquer. lol
E a marca do carro, qual vai ser?
ps: desculpa o desabafo e a fuga ao tema...
beijinhos grandes!!
filipa. | Homepage | 06.28.06 - 3:03 am | #
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Sabes que o Estado de dá dinheiro pelo carrito. Há pois é! O meu só vai agora à vida porque, desde Maio, vale € 1000 + IVA. Mas começa a impor-se a mudança. Com o preço a que está a gasolina e com os quilómetros que preciso fazer, o meu Fiesta - ainda que não seja dos mais bêbados - já não é um carro económico. Está na hora, acho...
Hipatia | Homepage | 06.28.06 - 1:46 pm | #
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Só não desculpava se não desabafasses
Ainda não decidi qual o carro. Para já, estou a pôr as marcas umas contra as outras. Fiz pesquisa na net dos PVP de todos os potenciais e, agora, ando a ver que descontos e/ou equipamento me oferecem. O mais amigo leva o meu dinheirinho. Também não devo comprar o carro no Porto. Stands da mesma marca, longe dos grandes centros urbanos, podem proporcionar preços substancialmente mais baratos. Para teres uma ideia, um conhecido meu conseguiu comprar um Ford Fusion por menos € 2000 só porque o foi buscar a Paredes. Eu já estou um bocadinho mais longe: o stand que até agora me ofereceu melhores condições é no Marco de Canavezes e ainda me trazem o carro ao Porto para eu ver no próximo sábado, aproveitando para dar uma vista de olhos ao meu carrito para ver se, em lugar do abate que é sempre demorado, não será possível darem-me os € 1000 (ou até mais um bocadinho) pelo meu bichinho
Hipatia | Homepage | 06.28.06 - 1:54 pm | #
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Ainda pensei em por o uno a trabalhar a álcool mas se por vezes sozinho já é uma desgraça não quero imaginar o que seriam os consumos na companhia de um amigo tão intimo .
Para mim popós quanto menos beberem melhor , estou muito convencido que o futuro para alem de me dar razão vai meter muito boa gente a andar a pé
frogas | 06.28.06 - 4:48 pm | #
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Que nada, Frogas: as alternativas aos combustíveis fósseis já existem. Não interessam é nada aos grandes senhores das petroquímicas. Quando tiver de ser, vais ver como num instante aparecem as alternativas.
Hipatia | Homepage | 06.29.06 - 1:47 pm | #
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