De palavras não sei. Por isso canto
em cada uma apenas outro tanto
do que sinto por dentro quando as digo.
José Carlos Ary dos Santos – Epígrafe
Suponho que na minha escrita há dias em que sou morena e tímida; e noutros sou loira; noutros ainda sou alta, confiante; noutros serei mais masculina e noutros incrivelmente gaja. Talvez porque eu sou, dependendo dos dias, um pouco de cada coisa. Talvez porque a nossa personalidade seja formada por demasiados cambiantes. A minha, pelo menos, é. No fim, sobra que as minhas palavras são apenas um dos reflexos possíveis de mim. Não sou eu, ainda que o que escreva tenha um eu por trás. Não sou as minhas palavras. Ou, pelo menos, não sou apenas as minhas palavras. Sou um mundo de complexos e de ideias, de fragilidades e de forças; sou piada e sou lágrima; sou capaz de me rir de mim mesma, mas também sou capaz de ver em cada frase um ataque. E vai continuar a haver dias em que não saberei ser simpática; como haverá outros em que serei doce como mel. Dias em que escreverei textos onde todos conseguem rever-se e outros em que ninguém saberá do que falo. Tenho motes na escrita. Nem sei bem onde os vou buscar. Fazem sentido ou não, conforme os meus humores. Não serão nunca a minha totalidade, que essa, ainda assim, preservo como posso.
E também é por isso que não tenho um perfil público completo no blogue, nem um nome para além do nome Hipatia. Porque, por mais que digam, a Hipatia é já um nome, o meu nome por aqui, aquele que escolhi usar já há um belo conjunto de anos. Manter o nome que escolhi usar no blogue (mesmo que isso, tantas vezes, já não sirva para nada) é o que ainda posso fazer para me preservar. Para que não tenha novamente de voltar a procurar um espaço onde me sinta livre para escrever, em que não há quem me cobre o tanto que já dei de mim e o que ainda poderia ter vontade de dar. Tudo o mais são opções. E, se respeito as dos outros, que não me cobrem as minhas. A todos cabe a sua razão e a cada um cabe defender os seus motivos. Se eu andasse por aqui atrás de prebendas, talvez já tivesse feito a vontade a alguns e espelhado on-line o nome do BI. Como esse nunca foi o meu motivo, aceitem que quem assina com nick também tem direito a opinião. E argumentem em relação a essa mesma opinião em lugar de desatarem a disparar contra o mensageiro. Essa sempre foi a opção dos fracos, porque mais fácil. E nunca serviu para debater ideias.
E também é por isso que não tenho um perfil público completo no blogue, nem um nome para além do nome Hipatia. Porque, por mais que digam, a Hipatia é já um nome, o meu nome por aqui, aquele que escolhi usar já há um belo conjunto de anos. Manter o nome que escolhi usar no blogue (mesmo que isso, tantas vezes, já não sirva para nada) é o que ainda posso fazer para me preservar. Para que não tenha novamente de voltar a procurar um espaço onde me sinta livre para escrever, em que não há quem me cobre o tanto que já dei de mim e o que ainda poderia ter vontade de dar. Tudo o mais são opções. E, se respeito as dos outros, que não me cobrem as minhas. A todos cabe a sua razão e a cada um cabe defender os seus motivos. Se eu andasse por aqui atrás de prebendas, talvez já tivesse feito a vontade a alguns e espelhado on-line o nome do BI. Como esse nunca foi o meu motivo, aceitem que quem assina com nick também tem direito a opinião. E argumentem em relação a essa mesma opinião em lugar de desatarem a disparar contra o mensageiro. Essa sempre foi a opção dos fracos, porque mais fácil. E nunca serviu para debater ideias.
Ah! E será escusado mandarem e-mails a perguntar quem sou. Sou a Hipatia, obviamente. E estou aqui, de caixa de comentários aberta e pública. Já não é mais do que em tanto espaço?
4 comentários:
Seja feita a tua vontade, Carlota Joaquina!:P E para mim serás sempre muito alta, maior de que muitas mulheres, e loira, muito loira (não pelos adjacentes, mas pela luminosidade com que te apresentas neste espaço). Ponto.
(Quando é que vamos ao CC da Mouraria...? A I. também quer ir...)
Beijinhos ternurentos com pendor para o descalabro ;)
Pensei que fosses a Hipatia, afinal... és um universo inteiro, em forma de gente.
Deve ser por isso que te amamos tanto.
Pfhhh...
E tinhas logo que me escolher o nome de uma megera meia maluca que papava tudo o que tinha calças e lhe passava à frente? O que vinha a seguir era elogio?
A ver quando posso rumar a Sul. Ando cheia de vontade :)
:*
E não somos todos um universo inteiro, Bartolomeu? Só nos falhamos se não soubermos fazer um big bang à medida :)
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