2007-01-26

À conta do histerismo


(infelizmente, a mãe deste não abortou)

Na 2, num qualquer programinha manhoso que eu, mesmo não querendo, ajudo a pagar, alguém apresentava um punhado de células e dizia: "se a mãe tivesse abortado, Beethoven não nascia".

E fico para aqui a pensar na quantidade de defensores do Não que, quando já não há mais argumentos e porque até sabem bem que o está em causa é despenalizar a mulher e não dizer sim ao aborto, reclamam do histerismo dos defensores do Sim.

Histerismo do Sim? Quando se passeiam santinhas grávidas do lado do Não, se promete a excomunhão, se fala em terrorismo e em pena de morte? Histerismo do Sim? Mas têm mesmo a certeza?

É que, visto deste lado, sei bem onde pára o histerismo. Vejo-o quase todos os dias em prime-time ou até meio escondido num canal que todos pagam. Vejo-o em out-doors falaciosos. Vejo-o em comentários imbecis de pessoas que até tenho por inteligentes.

Que vos parece? A imagem e comentário ali em cima são suficientemente histéricos? Pareceram-me bem, à conta da treta do Beethoven…

2 comentários:

Maria Arvore disse...

Nada como a confusão e apelar ao lado emocional para baralhar e tornar a dar.

a simplicidade de mudar uma lei de acordo com a prática que existe na realidade, seria reconhecer o falhanço da hipocrisia e isso, gera muito histerismo... ;)

a transparência coloca todos em pé de igualdade e isso é perigoso para as hierarquias... ;)

Hipatia disse...

E, na RTP1, continua a falar-se em "referendo ao aborto". Pois, que eu saiba, não é isso que nos vão perguntar. Que eu saiba, nem a pergunta se refer ao aborto. Refere-se à IVG, até às 10 semanas, mas apenas para nos perguntar se as mulheres devem ser criminalizadas.

Raios! Isto irrita-me!