A vida descostura, o homem passa a linha, a corrigir os panos do tempo.
Quanto à última parte é apenas uma questão de ter cuidado ao "escolher a fruta", Hipatia.;-)
Olá, terrorista!Ainda bem que és tudo isso!Um 2007 muito bom para ti.
Você vai ao "fundo" da questão!Deus, que certamente se passeia ao fim da tarde num iate de luxo, deu-nos a todos a capacidade de opinar. Há, de facto, um exacerbado culto da tolice quando se proibe o uso do preservativo e a interrupção voluntaária da gravidez (em certos casos); o papa é dogmático, fundamentalista, não sei quantos anos demorará a Igreja a acompanhar a carruagem, mas , infelizmente, constatamos que é o "carro vassoura" do progresso.
Tiveste sorte com os pais, mas apesar de não ter sido assim educada, também não tenho medos porque aprendi a contestação muito cedo e a pôr tudo em causa.Também acho que o papa é um nazi, nem sequer bem disfarçado.E como diz o Deep ainda bem que és isso tudo e mais terrorista.As minhas saudações.
Hipatia, primeiro quero agradecer-te o facto de me fazeres sentir normal porque também ainda não tenho as orelhas furadas. ;))Depois, se ser terrorista é defender a responsabilidade e liberdade de todos os indíviduos, sejamos então todos terroristas que o mundo até vai funcionar melhor, não será?...;)O Ratzinguer defende as restrições e imposições na terra, para os outros, para estes desejarem o paraíso no céu e poder assim ele manter o seu poder e privilégios cá na terra. ;)) É uma imagem muito terra a terra mas é mesmo o que eu penso. O Vaticano e o seu Papa defendem o que os mantenha no poder, assim a modos como o faziam os fariseus no Templo.No fundo é a mesma história de sempre. Desde os primeiros xamãs na humanidade, quando estes perceberam que o facto de serem eles a interpretar o mágico-religioso e a transmiti-lo aos outros humanos lhe conferia o poder, nunca mais quiseram abandoná-lo.
Esta música da Billie Holiday, que fala dos negros pendurados nas árvores do sul racista, foi a bandeira dos direitos civis dos afro-americanos. A letra foi escrita por um judeu, Lewis Allan. Ouvi-a no primeiro dia do ano e resolvi fazer dela um hino para estes frutos pobres que querem continuar a colar às nossas liberdades em nome do medo.
Olá Deep terrorista :D Bom ano para ti. Beijinho
Esta igreja, deste Papa, limita-se a seguir os sinais dos tempos e fazer a inversão de marcha em direcção à pré-história dos direitos humanos, massacrados em nome de um qualquer fundamentalismo.Acho que há um exacerbado culto do medo (especialmente de perda de poder) de quem tão prontamente nos aponta como terroristas por não temermos defender outros caminhos. Não sei se é "ir ao fundo". Sei é que me irrita profundamente, Rouxinol.
Marta, eu nem questiono a sorte que tive com os meus pais. Mas é algo mais complexo. A geração - que é a minha - que teve pela primeira vez acesso livre à educação e ao conhecimento, às vezes parece-me não saber fazer uso do tanto que lhe foi oferecido de bandeja. Engole, por isso, qualquer patranha por verdade, não pondera, não questiona, quer tudo de mascar e deitar fora. E vai, provavelmente, ficar em casa, alapada no sofá no próximo dia 11 de Fevereiro, alheada do Mundo. E o Papa, por mais que me tenha irritado, nem sequer é o meu alvo predilecto para esta minha revolta.
Concordo em absoluto contigo nas apreciações que fazes a esse agarrar ao poleiro do poder e dos privilégios da Igreja Católica e das demais igrejas organizadas a ficarem sem fregueses. E há uma inflexão que me assusta em direcção a um discurso cada vez mais fechado e coactivo, onde a liberdade não conta nem pode contar. E não estamos assim tão longe do Portugalinho em que as mulheres para viajarem tinham de pedir licença escrita ao marido ou ao pai, não é?Não gosto de ser insultada. Nem pelo Papa de uma igreja que tanto aterrorizou sempre com visões deprimentes do Inferno e com actos concretos; nem por todos os imbecis que metem todos as mulheres num saco geral de pobres de espírito, incapazes de tomarem decisões conscientes e ponderadas e que, entre um sujeito de direito (a mulher) e um amontoado de células que nada é ainda, me questiona sobre um coração que bate e sobre a vida. Pois o meu coração bate. Bate irritado. Cada vez mais irritado, aliás.
o ano novo acertou-te em cheio.continuas a acertar em cheio.continuas cheia de tudo, e tudo cheio de nada, embora haja uns tantos a tentar encher à pressão.a irritação deve ser demorada,é que o músculo cardíaco só te agradece, os outros filhos da puta é que não.;)*
É o que eu digo, deixam-nas ir à escola, aprender coisas mais para além de saber conferir os trocos na mercearia, e é o que dá. Daí a nada estão a trabalhar, usar calças, viajar sozinhas, a viver em pecado com homens, a tomar a pílula e a dizer que não querem isto e aquilo porque pensam assim e assado. Umas terroristas. E eles não lhes ficam atrás, os malandros, que os há por aí que até gostam destas mulheres arraçadas de homem, jasus.Pois é, é.E ainda há quem viva com saudades disto e queira manter privilégios antigos, uma forma de poder medonha que se entranha pelas consciências e amordaça a voz e estrangula o corpo.Não digo que sou dona da minha barriga, não vou por essa linha de orientação e argumentação. Mas a verdade é que quem nos chama terroristas quer-nos agrilhoar o corpo para melhor vergar a vontade.Há lá coisa mais perigosa que uma pessoa (nem digo mulher) de pensamento livre? Capaz de decidir em consciência, sem constrangimentos de culpa e pecado? Terrorista desse antigo status quo me assumo, que nem sei ser de outra maneira ;)
O ano novo apanhou-me mesmo em cheio, Jaquelina Pandemónio. Desde o absurdo de saber o outro a estrebuchar na ponta do laço, passando pelos discursos inócuos ou imbecis de todos quantos têm um púlpito, até esta irritação profunda de ver que o ano mudou mas a merda ainda cheira ao mesmo.
Tens toda a razão, I. Em cada palavrinha que escreves, até nessa ironia sobre a condição pobre a que tantos ainda querem votar a mulher nos nossos dias. E atrevem-se eles a darem palpites sobre a Burkah... Fazem igual ou pior, só que de maneira mais encoberta, para ser ainda mais nocivo.É tudo tão assustadoramente reaccionário! Diziam os cyberpunks "bem vindos à barbárie". Mas é pior ainda. Nos tempos realmente bárbaros, não se faziam construções falaciosas com argumentos que se pretendem lógicos, para mascarar interesses tão mesquinhos. A liberdade pode - tem de - ser mesmo profundamente assustadora para quem nunca a soube desejar, implementar, fomentar e, por fim, agradecer.
Mais Vozes a Igreja (ou as Igrejas) só será verdadeiramente espiritual quando não se reger por dogmas, quando for aberta a tudo e a todos. qual é a probabilidade disso acontecer?! não interessa qual é o nome do dEUS em que acreditamos, tá podemos não acreditar em nenum (como é o meu caso), ser bom, contribuir para uma sociedade e mundo melhores, é o verdadeiro caminho espiritual! mas que se pode esperar duma Igreja que condena o preservativo? só se pode esperar mesmo que ao aborto chame acto de terrorismo!fábula | Homepage | 01.04.07 - 12:43 pm | # -------------------------------------------------------------------------------- tá = atéfábula | Homepage | 01.04.07 - 12:44 pm | # -------------------------------------------------------------------------------- E à eutanásia; e à pesquisa científica; e à contracepção... Não te sentes profundamente irritada e insultada por quem - lá do púlpito - te junta assim a todos os Bin Laden e George W. Bush do Mundo?Hipatia | Homepage | 01.04.07 - 11:49 pm | # -------------------------------------------------------------------------------- irritada é pouco! grrrrrrr...(às vezes pergunto-me qual foi o benefício que a existência das religiões trouxe ao mundo, é que só vejo mesmo coisas negativas, mas eu (como ateia) sou suspeita...)fábula | Homepage | 01.05.07 - 9:57 am | # -------------------------------------------------------------------------------- Tentaram organizar a sociedade sub sino, dando-lhe um sentido de pertença, unidade e memória mitológica e histórica. Mas, depois, já não lhes era mais possível salvaguardarem-se sem recorrerem ao medo que foi, aliás, provavelmente o grande motivo porque os grupos humanos se organizaram desde o início.Hipatia | Homepage | 01.05.07 - 6:38 pm | #
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15 comentários:
Quanto à última parte é apenas uma questão de ter cuidado ao "escolher a fruta", Hipatia.
;-)
Olá, terrorista!
Ainda bem que és tudo isso!
Um 2007 muito bom para ti.
Você vai ao "fundo" da questão!
Deus, que certamente se passeia ao fim da tarde num iate de luxo, deu-nos a todos a capacidade de opinar. Há, de facto, um exacerbado culto da tolice quando se proibe o uso do preservativo e a interrupção voluntaária da gravidez (em certos casos); o papa é dogmático, fundamentalista, não sei quantos anos demorará a Igreja a acompanhar a carruagem, mas , infelizmente, constatamos que é o "carro vassoura" do progresso.
Tiveste sorte com os pais, mas apesar de não ter sido assim educada, também não tenho medos porque aprendi a contestação muito cedo e a pôr tudo em causa.
Também acho que o papa é um nazi, nem sequer bem disfarçado.
E como diz o Deep ainda bem que és isso tudo e mais terrorista.
As minhas saudações.
Hipatia,
primeiro quero agradecer-te o facto de me fazeres sentir normal porque também ainda não tenho as orelhas furadas. ;))
Depois, se ser terrorista é defender a responsabilidade e liberdade de todos os indíviduos, sejamos então todos terroristas que o mundo até vai funcionar melhor, não será?...;)
O Ratzinguer defende as restrições e imposições na terra, para os outros, para estes desejarem o paraíso no céu e poder assim ele manter o seu poder e privilégios cá na terra. ;)) É uma imagem muito terra a terra mas é mesmo o que eu penso. O Vaticano e o seu Papa defendem o que os mantenha no poder, assim a modos como o faziam os fariseus no Templo.
No fundo é a mesma história de sempre. Desde os primeiros xamãs na humanidade, quando estes perceberam que o facto de serem eles a interpretar o mágico-religioso e a transmiti-lo aos outros humanos lhe conferia o poder, nunca mais quiseram abandoná-lo.
Esta música da Billie Holiday, que fala dos negros pendurados nas árvores do sul racista, foi a bandeira dos direitos civis dos afro-americanos. A letra foi escrita por um judeu, Lewis Allan. Ouvi-a no primeiro dia do ano e resolvi fazer dela um hino para estes frutos pobres que querem continuar a colar às nossas liberdades em nome do medo.
Olá Deep terrorista :D Bom ano para ti. Beijinho
Esta igreja, deste Papa, limita-se a seguir os sinais dos tempos e fazer a inversão de marcha em direcção à pré-história dos direitos humanos, massacrados em nome de um qualquer fundamentalismo.
Acho que há um exacerbado culto do medo (especialmente de perda de poder) de quem tão prontamente nos aponta como terroristas por não temermos defender outros caminhos.
Não sei se é "ir ao fundo". Sei é que me irrita profundamente, Rouxinol.
Marta, eu nem questiono a sorte que tive com os meus pais. Mas é algo mais complexo. A geração - que é a minha - que teve pela primeira vez acesso livre à educação e ao conhecimento, às vezes parece-me não saber fazer uso do tanto que lhe foi oferecido de bandeja. Engole, por isso, qualquer patranha por verdade, não pondera, não questiona, quer tudo de mascar e deitar fora. E vai, provavelmente, ficar em casa, alapada no sofá no próximo dia 11 de Fevereiro, alheada do Mundo. E o Papa, por mais que me tenha irritado, nem sequer é o meu alvo predilecto para esta minha revolta.
Concordo em absoluto contigo nas apreciações que fazes a esse agarrar ao poleiro do poder e dos privilégios da Igreja Católica e das demais igrejas organizadas a ficarem sem fregueses. E há uma inflexão que me assusta em direcção a um discurso cada vez mais fechado e coactivo, onde a liberdade não conta nem pode contar. E não estamos assim tão longe do Portugalinho em que as mulheres para viajarem tinham de pedir licença escrita ao marido ou ao pai, não é?
Não gosto de ser insultada. Nem pelo Papa de uma igreja que tanto aterrorizou sempre com visões deprimentes do Inferno e com actos concretos; nem por todos os imbecis que metem todos as mulheres num saco geral de pobres de espírito, incapazes de tomarem decisões conscientes e ponderadas e que, entre um sujeito de direito (a mulher) e um amontoado de células que nada é ainda, me questiona sobre um coração que bate e sobre a vida.
Pois o meu coração bate. Bate irritado. Cada vez mais irritado, aliás.
o ano novo acertou-te em cheio.
continuas a acertar em cheio.
continuas cheia de tudo, e tudo cheio de nada, embora haja uns tantos a tentar encher à pressão.
a irritação deve ser demorada,é que o músculo cardíaco só te agradece, os outros filhos da puta é que não.
;)*
É o que eu digo, deixam-nas ir à escola, aprender coisas mais para além de saber conferir os trocos na mercearia, e é o que dá. Daí a nada estão a trabalhar, usar calças, viajar sozinhas, a viver em pecado com homens, a tomar a pílula e a dizer que não querem isto e aquilo porque pensam assim e assado. Umas terroristas. E eles não lhes ficam atrás, os malandros, que os há por aí que até gostam destas mulheres arraçadas de homem, jasus.
Pois é, é.
E ainda há quem viva com saudades disto e queira manter privilégios antigos, uma forma de poder medonha que se entranha pelas consciências e amordaça a voz e estrangula o corpo.
Não digo que sou dona da minha barriga, não vou por essa linha de orientação e argumentação. Mas a verdade é que quem nos chama terroristas quer-nos agrilhoar o corpo para melhor vergar a vontade.
Há lá coisa mais perigosa que uma pessoa (nem digo mulher) de pensamento livre? Capaz de decidir em consciência, sem constrangimentos de culpa e pecado?
Terrorista desse antigo status quo me assumo, que nem sei ser de outra maneira ;)
O ano novo apanhou-me mesmo em cheio, Jaquelina Pandemónio. Desde o absurdo de saber o outro a estrebuchar na ponta do laço, passando pelos discursos inócuos ou imbecis de todos quantos têm um púlpito, até esta irritação profunda de ver que o ano mudou mas a merda ainda cheira ao mesmo.
Tens toda a razão, I. Em cada palavrinha que escreves, até nessa ironia sobre a condição pobre a que tantos ainda querem votar a mulher nos nossos dias. E atrevem-se eles a darem palpites sobre a Burkah... Fazem igual ou pior, só que de maneira mais encoberta, para ser ainda mais nocivo.
É tudo tão assustadoramente reaccionário! Diziam os cyberpunks "bem vindos à barbárie". Mas é pior ainda. Nos tempos realmente bárbaros, não se faziam construções falaciosas com argumentos que se pretendem lógicos, para mascarar interesses tão mesquinhos. A liberdade pode - tem de - ser mesmo profundamente assustadora para quem nunca a soube desejar, implementar, fomentar e, por fim, agradecer.
Mais Vozes
a Igreja (ou as Igrejas) só será verdadeiramente espiritual quando não se reger por dogmas, quando for aberta a tudo e a todos. qual é a probabilidade disso acontecer?!
não interessa qual é o nome do dEUS em que acreditamos, tá podemos não acreditar em nenum (como é o meu caso), ser bom, contribuir para uma sociedade e mundo melhores, é o verdadeiro caminho espiritual!
mas que se pode esperar duma Igreja que condena o preservativo? só se pode esperar mesmo que ao aborto chame acto de terrorismo!
fábula | Homepage | 01.04.07 - 12:43 pm | #
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tá = até
fábula | Homepage | 01.04.07 - 12:44 pm | #
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E à eutanásia; e à pesquisa científica; e à contracepção... Não te sentes profundamente irritada e insultada por quem - lá do púlpito - te junta assim a todos os Bin Laden e George W. Bush do Mundo?
Hipatia | Homepage | 01.04.07 - 11:49 pm | #
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irritada é pouco! grrrrrrr...
(às vezes pergunto-me qual foi o benefício que a existência das religiões trouxe ao mundo, é que só vejo mesmo coisas negativas, mas eu (como ateia) sou suspeita...)
fábula | Homepage | 01.05.07 - 9:57 am | #
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Tentaram organizar a sociedade sub sino, dando-lhe um sentido de pertença, unidade e memória mitológica e histórica. Mas, depois, já não lhes era mais possível salvaguardarem-se sem recorrerem ao medo que foi, aliás, provavelmente o grande motivo porque os grupos humanos se organizaram desde o início.
Hipatia | Homepage | 01.05.07 - 6:38 pm | #
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